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Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

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Em 03 <strong>de</strong> setembro, os empreiteiros se recusaram a prosseguir com as obras, que passariam para a<br />

esfera <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Governo</strong>. A vista <strong>de</strong>ssa manifestação, o responsável pela Companhia,<br />

oficiou ao Secretário da Agricultura, pedin<strong>do</strong> que esta Secretaria assumisse a direção <strong>do</strong>s trabalhos.<br />

Ainda no mesmo mês, a empresa é obrigada a remeter boletins diários para a Superintendência,<br />

informan<strong>do</strong> como era realizada a limpeza <strong>do</strong>s reservatórios, a ligação <strong>do</strong>s encanamentos <strong>do</strong>s prédios<br />

com o das ruas, como e quan<strong>do</strong> se procedia à lavagem <strong>do</strong>s esgotos, o tempo <strong>de</strong>corri<strong>do</strong> entre os<br />

pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobstrução, e <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong>s hidrômetros, que geravam constantes<br />

reclamações e críticas por parte <strong>do</strong>s usuários.<br />

O impasse aumentou quan<strong>do</strong> a Cantareira comunicou que não entregaria os boletins diários, e que<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rava qualquer ato <strong>do</strong> governo, que fosse visto como ingerência em seus negócios, enquanto<br />

não fosse <strong>de</strong>finida a forma da encampação.<br />

O recru<strong>de</strong>scimento da falta <strong>de</strong> água, e o evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre os interesses em<br />

conflito, tornaram explícita a <strong>de</strong>fasagem entre a natureza <strong>do</strong>s problemas, e os instrumentos<br />

institucionais. A estrutura da administração pública precisava <strong>de</strong> reformas urgentes, capazes <strong>de</strong><br />

incorporar as <strong>de</strong>mandas sociais, pela maior distribuição <strong>de</strong> água encanada.<br />

É nesse momento, que se começa a escrever o enre<strong>do</strong> da mo<strong>de</strong>rnização da Superintendência <strong>de</strong><br />

Obras Públicas, que resultaria na criação da Repartição Técnica <strong>de</strong> Águas e Esgotos, posteriormente<br />

reorganizada como Repartição <strong>de</strong> Águas e Esgotos, em substituição à Companhia Cantareira.<br />

Outra situação que vinha colaboran<strong>do</strong> com o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento da crise, foi a que obrigava a antiga<br />

Companhia Cantareira, a construir chafarizes públicos, sem nenhum custo para o Esta<strong>do</strong>, fornecen<strong>do</strong>,<br />

gratuitamente, nesses locais a água, um claro retrocesso, em termos empresariais, ao disposto na Lei<br />

nº 72 <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1866, (revogada pela Lei 102 <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1870), que autorizava a Câmara<br />

Municipal a comprar e pagar por essa água.<br />

Igualmente compromete<strong>do</strong>r para suas finanças, era o fato <strong>de</strong> que, somente o governo po<strong>de</strong>ria<br />

estabelecer o valor a ser cobra<strong>do</strong> <strong>do</strong>s particulares, envolven<strong>do</strong> constantemente a empresa em<br />

negociações <strong>de</strong>sgastantes com as autorida<strong>de</strong>s, o que muitas vezes a impedia <strong>de</strong> repassar os custos da<br />

manutenção <strong>do</strong> sistema aos consumi<strong>do</strong>res.<br />

Em novembro <strong>de</strong> 1892, os peritos contrata<strong>do</strong>s pelas autorida<strong>de</strong>s estabeleceram o valor <strong>de</strong><br />

6,814:549$663 arbitra<strong>do</strong> como in<strong>de</strong>nização a ser paga, para a encampação da Companhia, foi aceita<br />

pelo governo, embora essa importância ultrapassasse a que havia si<strong>do</strong> estipulada pela Lei nº 62/1892.<br />

A partir daí, os serviços <strong>de</strong> águas e esgotos, sob a competência <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Público passaram por uma<br />

incontestável remo<strong>de</strong>lação, procuran<strong>do</strong> acompanhar o surpreen<strong>de</strong>nte crescimento populacional, pelo<br />

qual São Paulo vinha passan<strong>do</strong>.<br />

Em janeiro <strong>de</strong> 1893, foi criada a Repartição Técnica <strong>de</strong> Águas e Esgotos, transferin<strong>do</strong>-se para a esfera<br />

pública os problemas <strong>do</strong> saneamento urbano, e uma <strong>de</strong> suas primeiras providências, foi a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong>s os chafarizes construí<strong>do</strong>s pela Companhia Cantareira, acaban<strong>do</strong> com a noção <strong>de</strong> águas livres e<br />

gratuitas para a população. Além disso, substituiu os antigos encanamentos, por outros <strong>de</strong> diâmetro<br />

maior, e remo<strong>de</strong>lou a Caixa d’água da Consolação, amplian<strong>do</strong> assim sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

armazenamento.<br />

Anexo 15 - Cenários Históricos 27

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