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Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

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A implementação da infra-estrutura <strong>de</strong> captação a partir <strong>do</strong>s mananciais situa<strong>do</strong>s na serra, estava<br />

relacionada com a quantida<strong>de</strong> e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação futura <strong>do</strong> sistema.<br />

“Calcula-se o volume d’água obti<strong>do</strong> na Serra da Cantareira em 2.970,07 litros em 24 horas, que<br />

distribuí<strong>do</strong> por uma população <strong>de</strong> 30.870 habitantes,como a que actualmente existe nesta capital, dará<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 95 litros por habitante e por dia; quantida<strong>de</strong> esta que ficará muito abaixo <strong>do</strong>s<br />

principaes misteres <strong>do</strong>mésticos, se atten<strong>de</strong>r-mos que os especialistas em taes materias marcão como<br />

limite mínimo para os usos <strong>do</strong>mésticos e lavagem <strong>do</strong>s esgotos, 100 litros por pessoa e por dia.” 60<br />

Em setembro <strong>de</strong> 1882, "os paulistas vêm jorrar <strong>de</strong> todas as torneiras a bi-secularmente <strong>de</strong>sejada água,<br />

límpida, crystallina, em abundância jamais obtida até aquele momento para a cida<strong>de</strong> 61 , e provavelmente<br />

ficaram surpresos ao verem suas ruas sen<strong>do</strong> irrigadas diariamente, bem como os prédios já liga<strong>do</strong>s à<br />

re<strong>de</strong> distribui<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> água, abasteci<strong>do</strong>s gratuitamente até março <strong>de</strong> 1883.<br />

Segun<strong>do</strong> MORSE, “São Paulo contava, nessa época, com o melhor sistema <strong>de</strong> água e esgotos <strong>do</strong><br />

Brasil” 62 .<br />

Sua opinião é também corroborada por vários estudiosos <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, a exemplo <strong>de</strong> Taunay, que<br />

afirmava: "assim como o serviço <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água, o sistema <strong>de</strong> esgoto <strong>de</strong> São Paulo é o<br />

melhor possível. Nenhuma cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Brasil e muito poucas da Europa po<strong>de</strong>rão competir com a capital<br />

paulista neste <strong>do</strong>is ramos da hidráulica urbana" 63 .<br />

Ainda neste ano, a Companhia reconstruiu alguns chafarizes públicos <strong>de</strong> fornecimento gratuito <strong>de</strong><br />

água, conforme exigência contratual, colocan<strong>do</strong>-os nos Largos da Luz, <strong>de</strong> São Bento, 7 <strong>de</strong> Setembro<br />

(atual Praça Antonio Pra<strong>do</strong>), <strong>do</strong> Brás, <strong>do</strong>s Guaianazes (Praça Princesa Isabel) e 7 <strong>de</strong> Abril (Praça da<br />

República).<br />

O abastecimento foi gratuito até março <strong>de</strong> 1883, quan<strong>do</strong> a Companhia começou a cobrar taxas pelo<br />

consumo. A esta altura, existiam 133 prédios abasteci<strong>do</strong>s pela re<strong>de</strong> geral.<br />

Naquele ano, o número <strong>de</strong> ligações era <strong>de</strong> 745, chegan<strong>do</strong> em 1888, a 5.008.<br />

Crise da Companhia<br />

Quan<strong>do</strong> em 1882, a Cantareira começou o fornecimento, tinha-se 3.000.000 <strong>de</strong> litros para 30.870<br />

pessoas com média diária <strong>de</strong> 95 litros, e em 1892, ano <strong>de</strong> sua encampação, a cida<strong>de</strong> já atingia 120.000<br />

habitantes, e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água distribuída permanecia a mesma, com 25 litros per capta, o que<br />

tornava a situação <strong>de</strong>sespera<strong>do</strong>ra.<br />

No acor<strong>do</strong> firma<strong>do</strong> entre a Companhia e as autorida<strong>de</strong>s governamentais, estimava-se que até o final<br />

<strong>do</strong> século XIX, a população chegaria a 60.000 habitantes, porém em 1892, o censo apontou um<br />

crescimento <strong>de</strong>smesura<strong>do</strong>, que atingiu o <strong>do</strong>bro <strong>de</strong>ssa previsão. Essa explosão <strong>de</strong>mográfica, foi um <strong>do</strong>s<br />

fatores que inviabilizou o cumprimento contratual entre a Empresa e o <strong>Governo</strong>.<br />

60 SÃO PAULO. Relatório apresenta<strong>do</strong> à Assembléia Legislativa Provincial <strong>de</strong> São Paulo pelo Presi<strong>de</strong>nte da Província Laurin<strong>do</strong> Abelar<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> Brito no dia 05 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1880. Typ. à vapor <strong>do</strong> Diário <strong>de</strong> Santos, p.136.<br />

61 FREITAS, A. A. Tradições e reminiscências paulistanas. 3ª ed, conforme a 2. ed., 1929, ilustrada, rev. e aumentada por Affonso<br />

<strong>de</strong> Freitas Júnior, São Paulo : <strong>Governo</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, 1978, p.64.<br />

62 MORSE, R. M. Formação Histórica <strong>de</strong> São Paulo, Difusão Européia <strong>do</strong> Livro, SP, 1970.<br />

63 TAUNAY, A. <strong>de</strong> E. História da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo sob o Império, vol II, SP, Coleção Departamento <strong>de</strong> Cultura, 1961, p.29.<br />

24 Anexo 15 – Cenários Históricos

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