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Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

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Em 1922, ao tomar posse como Diretor Geral <strong>do</strong> Serviço Sanitário <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Paula<br />

Souza enfrentou, <strong>de</strong> imediato, um grave problema: a existência na Capital, <strong>de</strong> uma epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> febre<br />

tifói<strong>de</strong>, <strong>do</strong>ença que apresentava eleva<strong>do</strong> nível endêmico na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, a ponto <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>nominada no início <strong>do</strong> século anterior <strong>de</strong> "febre paulista". As medidas até então usadas, como<br />

conselhos educativos, vacinação e isolamento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes e suspeitos, mostravam-se ineficientes.<br />

Pesquisan<strong>do</strong> a etiologia <strong>do</strong> surto epidêmico, o médico sanitarista, encontrou-a na água <strong>do</strong> Tietê,<br />

naquele momento usada como solução <strong>de</strong> emergência, e retirada à jusante, em local on<strong>de</strong> residia um<br />

porta<strong>do</strong>r da <strong>do</strong>ença. Propôs uma medida radical: cloração da água <strong>do</strong> abastecimento público, na<br />

tentativa <strong>de</strong> mantê-la <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> níveis seguros, reduzin<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma os índices <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>.<br />

Muito combati<strong>do</strong> e critica<strong>do</strong> por aqueles que, como Arthur Motta, diretor da R.A.E., julgavam<br />

temerário o tratamento da água com o cloro, em razão <strong>de</strong> se <strong>de</strong>sconhecer, entre seus elementos, qual<br />

<strong>de</strong>les <strong>de</strong>tinha a proprieda<strong>de</strong> bactericida, e quais seriam as conseqüências fisiológicas <strong>de</strong> sua saturação<br />

no organismo humano, com o passar <strong>do</strong> tempo.<br />

Entretanto, prevalece a abalizada opinião <strong>de</strong> Paula Souza, e a água foi sen<strong>do</strong> submetida ao tratamento<br />

pelo cloro, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então a febre tifói<strong>de</strong> teve sua incidência controlada, sen<strong>do</strong> erradicada,<br />

<strong>de</strong>finitivamente em São Paulo, em 1929.<br />

A cloração das águas é um <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s mais eficazes na prevenção <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças. Associações técnicas<br />

mundiais, como a Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>, recomendam com ênfase seu uso, como po<strong>de</strong>roso<br />

bactericida.<br />

O uso <strong>de</strong> cloro no tratamento da água, po<strong>de</strong> ter como objetivos a <strong>de</strong>sinfecção, (<strong>de</strong>struição <strong>do</strong>s<br />

microorganismos patogênicos), a oxidação (alteração das características da água pela oxidação <strong>do</strong>s<br />

compostos nela existentes), ou ambas as ações ao mesmo tempo. A <strong>de</strong>sinfecção, é o objetivo principal<br />

e mais comum da cloração, o que acarreta, muitas vezes, o uso das palavras "<strong>de</strong>sinfecção" e "cloração"<br />

como sinônimos.<br />

Quan<strong>do</strong> se iniciou a cloração das águas no Brasil, o reservatório <strong>do</strong> Cabuçu foi o pioneiro na aplicação<br />

<strong>do</strong> hipoclorito <strong>de</strong> sódio, (hipo—abreviatura <strong>de</strong> hipoclorito <strong>de</strong> sódio), também chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong><br />

Javel, <strong>de</strong>nominação antiga, proveniente <strong>do</strong> nome <strong>de</strong> um bairro, <strong>do</strong>s subúrbios <strong>de</strong> Paris, on<strong>de</strong> o químico<br />

Berthollet <strong>de</strong>senvolveu seus estu<strong>do</strong>s sobre esse produto químico.<br />

Construções Centenárias<br />

As obras <strong>do</strong> sistema Cabuçu, foram <strong>de</strong> tal importância, que os festejos <strong>de</strong> sua inauguração começaram<br />

a 31 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1907, na Serra da Cantareira, continuaram no dia seguinte, 1º <strong>de</strong> setembro, com a<br />

entrega oficial da adutora, da caixa d’água situada no bairro da Luz, conhecida como “chateau d’eau”, o<br />

reservatório da Mooca, e só terminaram em 18 <strong>de</strong> junho, <strong>de</strong> 1908, com a inauguração da barragem <strong>do</strong><br />

Cabuçu.<br />

Há cem anos atrás, na casa que atualmente é se<strong>de</strong> administrativa <strong>do</strong> Núcleo, então residência <strong>do</strong><br />

engenheiro Belisário da Fonseca, responsável pelas obras, segun<strong>do</strong> o jornal “Correio Paulistano”, <strong>de</strong><br />

sába<strong>do</strong>, 31 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1907, um brin<strong>de</strong> <strong>de</strong> pré-inauguração foi feito por Duarte <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>,<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Sena<strong>do</strong> Estadual ao Secretário da Agricultura, Carlos Botelho, na presença <strong>do</strong><br />

Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Jorge Tibiriçá, a quem disse:<br />

Anexo 15 - Cenários Históricos 79

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