Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

De acordo com estas faturas, 12 trabalhadores levaram 9 dias para desmontar, carregar, e baldear as
máquinas no Pari; o serviço teve a colaboração de mais 11 pessoas, durante 31 dias em outubro, para
montarem a bomba que chegou ao Engordador em partes, devido ao tamanho de suas estruturas, que
em muito se assemelham a uma locomotiva. Estão elencadas as despesas com dias de trabalho, e a
comida fornecida ao pessoal do transporte, colocação e montagem das bombas.
A pressa do governo em instalar a bomba elevatória, que contribuiria substancialmente para o
aumento do abastecimento, pode ser observada na nota fiscal, onde a Cia. Mechanica cobra serviços
feitos pelos seus operários, em horas ordinárias e extraordinárias, "de dia e de noite".
A bomba do Engordador, constituiu-se em uma tentativa do Governo, a curto prazo, de contornar o
grave problema da seca em 1903, que escasseou consideravelmente os mananciais do abastecimento
de água.
Uma solução rápida, para o grave problema da falta da água para uma grande parte dos paulistanos, era
promessa cobrada pela imprensa local, desde a criação da Repartição de Águas e Esgotos em 1893;
diante, porém da demora em cumpri-las, estamos em 1903, o povo indignado passa jocosamente
chamá-la de "repartição de mágoas e desgostos".
Segundo relatórios da R.A.E, de 1905 e 1906, em época de estiagem, o equipamento a vapor, tinha a
capacidade de elevar 8 milhões de litros diários da represa.
O problema do fornecimento de água a uma cidade como São Paulo, que nessa época já apresentava
um crescimento populacional comparável a grandes cidades norte americanas, não poderia ser
considerado como resolvido, embora medidas de várias ordens tivessem sido tomadas.
A bomba do Engordador, instalada em 1903, e iniciando seu funcionamento em princípios de 1904,
representava um reforço importante ao abastecimento de água na cidade de São Paulo. Seu auxílio
era tão valioso, que na verdade a barragem do Engordador, terminada em 1908, com capacidade de
armazenamento de 500.000 m³, foi construída com o intuito de garantir seu funcionamento normal, e
não apenas em época de estiagem, como até então acontecia
Esse equipamento parou de funcionar em 1949, e poderia ter trabalhado ainda por mais tempo, se não
tivesse ocorrido uma pane na caldeira que movimentava seus pistões; várias tentativas foram feitas na
época para reativá-la, nenhuma delas, entretanto, obteve êxito.
Guaraú
Situado no vale do Guaraú, o reservatório fornecia 5.000.000 de litros diários, ao da Consolação.
Projetada pelo engenheiro João Duarte Junior 90 , custou aos cofres públicos a quantia de 130:000$000.
As duas obras, do Engordador e Guaraú, tiveram seus custos elevados em 300:000$000, devido aos
problemas de caráter extraordinário, que ocorreram durante sua execução.
O córrego do Guaraú dispunha de uma ante-represa, de onde partia uma linha de 200 mm de
diâmetro, que desaguava em uma caixa de saída, através de um conduto de 600 mm, para que as águas
pudessem ser levadas à caixa de decantação, para serem purificadas, e em seguida, jogadas na represa
grande.
90 Relatório da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Publicas do Estado de São Paulo de 1905, apresentado ao Presidente do
Estado pelo Secretário da Agricultura. São Paulo, Typographia Brasil de Rothschild & Co., 1906, p. 227.
Anexo 15 - Cenários Históricos 55