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Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

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Art 5º Fica outrossim crea<strong>do</strong> um imposto predial <strong>de</strong> 5 por cento sobre o aluguel das casas. 40<br />

§ 2º As casas que forem habitadas pelos proprietários, será arbitra<strong>do</strong> um aluguel.<br />

Art. 6º O governo po<strong>de</strong>rá conce<strong>de</strong>r licenças para a venda <strong>de</strong> água em carroças ou por outro qualquer<br />

meio, mediante uma taxa anual <strong>de</strong> 50$000, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os concessionários cobrar mais <strong>de</strong> 40 réis<br />

por 26 litros. Fica subentendi<strong>do</strong> que ninguém po<strong>de</strong>rá ven<strong>de</strong>r água sem prévia licença, sob pena <strong>de</strong><br />

incorrer numa multa <strong>de</strong> 100$000, e o <strong>do</strong>bro na reincidência, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> tais inspeções ser processadas<br />

como as <strong>de</strong> posturas municipais.” 41<br />

Essa lei autorizava o governo a abrir concorrência para o abastecimento com os mananciais da<br />

Cantareira e apresentava algumas novida<strong>de</strong>s, como a criação <strong>de</strong> um imposto para subsidiar essas<br />

obras, e <strong>de</strong>ixava claro que o governo <strong>de</strong>tinha o monopólio das águas paulistanas, inclusive tabelan<strong>do</strong> as<br />

águas fornecidas pelos agua<strong>de</strong>iros.<br />

O Esta<strong>do</strong> passa a atuar com mais rigor e intervencionismo nas relações com os seus cidadãos, porém,<br />

<strong>de</strong> forma esparsa, mostran<strong>do</strong> a falta <strong>de</strong> uma visão mais ousada e integral da cida<strong>de</strong>. As críticas a esse<br />

<strong>de</strong>scompasso, vinham muitas vezes da própria administração pública, como a <strong>do</strong> engenheiro João da<br />

Silva Coutinho e a <strong>do</strong> Inspetor Geral <strong>de</strong> Obras Públicas, que alegavam não terem si<strong>do</strong> feitos estu<strong>do</strong>s<br />

profun<strong>do</strong>s sobre os projetos <strong>de</strong> canalização, e que mesmo Brunless, contrata<strong>do</strong> em 1864, nunca havia<br />

medi<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> riacho da Pedra Branca, e mesmo assim, prometia 60 litros diários por pessoa,<br />

para uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50.000 habitantes. 42<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista tecnológico, <strong>de</strong>veriam ser venci<strong>do</strong>s mais <strong>de</strong> catorze quilômetros <strong>de</strong> encanamentos,<br />

para trazer a água até o centro, e <strong>de</strong>pois distribuí-la aos usuários.<br />

Durante o governo <strong>de</strong> João Teo<strong>do</strong>ro, cita<strong>do</strong> pelo historia<strong>do</strong>r Eurípe<strong>de</strong>s Simões <strong>de</strong> Paula43, como<br />

sen<strong>do</strong> o responsável pela “segunda fundação da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo”, nada foi feito para resolver o<br />

grave problema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água.<br />

O seu sucessor, o Presi<strong>de</strong>nte da Província, Sebastião José Pereira, premi<strong>do</strong> entre a urgência das<br />

providências, e alegan<strong>do</strong> escassez <strong>de</strong> recursos, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra a letra da lei, e sem concorrência pública<br />

ou parecer da Inspetoria <strong>de</strong> Obras, assina em 9 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1875, com o Coronel Antonio Prost<br />

Ro<strong>do</strong>valho, o engenheiro Macckinson Fox e com o maior empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r imobiliário da Cida<strong>de</strong>, o<br />

major Benedito Antônio da Silva, um contrato, com força <strong>de</strong> privilégio para abastecer a cida<strong>de</strong>,<br />

utilizan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> canalização <strong>de</strong> água captada na Serra da Cantareira.<br />

Segun<strong>do</strong> Eu<strong>de</strong>s Campos 44 , uma mentalida<strong>de</strong> burguesa – valoriza<strong>do</strong>ra da racionalida<strong>de</strong>, competência e<br />

eficiência – só passou a pre<strong>do</strong>minar nas obras públicas provinciais a partir da administração <strong>de</strong><br />

Sebastião José Pereira, com a reorganização da Diretoria <strong>de</strong> Obras Públicas.<br />

40 Esse imposto cria<strong>do</strong> para auxiliar na captação <strong>de</strong> recursos para o abastecimento <strong>de</strong> água continuou a ser cobra<strong>do</strong> mesmo quan<strong>do</strong> as<br />

obras passaram para a iniciativa privada.<br />

41 SÃO PAULO. Collecção <strong>de</strong> Leis e Posturas Municipaes promulgadas pela Assembléia Legislativa Provincial, Typographia Americana,<br />

1871, pp195,196.<br />

42 Assim como Milton Vargas, em História da Técnica e da Tecnologia no Brasil. Ed Unesp, 1994, po<strong>de</strong>mos afirmar que essa<br />

discussão era característica da retórica que <strong>do</strong>minava os projetos daquela época.<br />

43 PAULA, Eurípi<strong>de</strong>s Simões <strong>de</strong>. A segunda fundação <strong>de</strong> São Paulo; da pequena cida<strong>de</strong> à gran<strong>de</strong> metrópole <strong>de</strong> hoje. São<br />

Paulo, Revista <strong>de</strong> História, ano V, nº 17, 1954, p.167.<br />

44 CAMPOS, Eu<strong>de</strong>s, São Paulo: <strong>de</strong>senvolvimento urbano e arquitetura sob o Império. in História da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo - A<br />

cida<strong>de</strong> no Império 1823-1889. Paz e Terra, São Paulo, 2004, p.215.<br />

18 Anexo 15 – Cenários Históricos

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