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Anexos Completo - Fundação Florestal - Governo do Estado de São ...

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A partir <strong>do</strong> momento em que a povoação começa a se expandir nos entornos da colina histórica, e o<br />

acesso à água se torna cada vez mais difícil, os habitantes vêem-se compeli<strong>do</strong>s a procurar soluções, e<br />

uma <strong>de</strong>las veio apenas em 1744, quan<strong>do</strong> os fra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> São Francisco provaram que era possível aduzir<br />

as águas <strong>do</strong> Anhangabaú, para um chafariz na cerca <strong>de</strong> seu convento.<br />

Des<strong>de</strong> a construção pioneira <strong>do</strong>s franciscanos, outros chafarizes foram ergui<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> tempo e<br />

em locais diversos da cida<strong>de</strong>. O problema, porém, eram as providências imediatistas e provisórias que<br />

o governo a<strong>do</strong>tava. As canalizações eram feitas <strong>de</strong> telha, e corriam a céu aberto com toda sorte <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tritos e poluição; a água era sempre em quantida<strong>de</strong> insuficiente para suprir a <strong>de</strong>manda, uma vez que<br />

a tecnologia empregada não era a<strong>de</strong>quada, e as autorida<strong>de</strong>s cometiam erros <strong>de</strong> cálculo entre o<br />

número <strong>de</strong> pessoas a serem abastecidas, e o volume <strong>de</strong> água necessário.<br />

Ao longo <strong>do</strong> século XIX, o problema <strong>do</strong> abastecimento era bastante grave, notadamente em perío<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> estiagem, quan<strong>do</strong> as nascentes secavam, e a água <strong>do</strong> Anhangabaú não chegava aos chafarizes,<br />

obrigan<strong>do</strong> a população a <strong>de</strong>sse<strong>de</strong>ntar-se diretamente neste rio, ou no agora, lamacento e poluí<strong>do</strong><br />

Tamanduateí.<br />

As pressões populares intensificavam-se com o apoio da imprensa da época, exigin<strong>do</strong> das autorida<strong>de</strong>s<br />

medidas severas, e não as paliativas <strong>de</strong> sempre, e que <strong>de</strong> uma vez por todas, se resolvesse o problema<br />

da falta d'água, que tanto atormentava a vida <strong>do</strong>s cidadãos.<br />

Porém, o <strong>Governo</strong> Provincial e a Câmara, não dispunham <strong>de</strong> recursos para obras <strong>de</strong> tal envergadura,<br />

que exigiam tecnologia, mão <strong>de</strong> obra especializada e acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, vultosos investimentos. Diante <strong>do</strong><br />

impasse, só a iniciativa privada conseguiria implantar um projeto viável <strong>de</strong> captação, adução e<br />

distribuição <strong>do</strong> precioso líqui<strong>do</strong> aos paulistanos.<br />

Entre os séculos XVI e XIX, os escravos eram a mão <strong>de</strong> obra utilizada em to<strong>do</strong> o país, não sen<strong>do</strong> São<br />

Paulo uma exceção. Efetuavam várias ativida<strong>de</strong>s entre as quais se encontrava o abastecimento <strong>de</strong> água,<br />

buscan<strong>do</strong>-a nos rios, poços e chafarizes, em tais lugares ocorria um gran<strong>de</strong> encontro <strong>de</strong> cativos.<br />

Em 1878, os chafarizes15 que existiam na cida<strong>de</strong> foram <strong>de</strong>moli<strong>do</strong>s, pela Companhia Cantareira <strong>de</strong><br />

Águas e Esgotos, e posteriormente reconstruí<strong>do</strong>s com nova tecnologia, <strong>de</strong> tal maneira que seus<br />

encanamentos e sua estrutura pu<strong>de</strong>ssem suportar a vazão das águas, que vinham da caixa d'água da<br />

Consolação. Dentre os mais famosos, como os <strong>do</strong> Convento <strong>de</strong> São Francisco, o primeiro <strong>de</strong> São<br />

Paulo; o <strong>de</strong> Santa Tereza; <strong>do</strong> largo da Misericórdia; <strong>do</strong> Piques, ou da Memória; <strong>do</strong> Largo <strong>do</strong> Rosário,<br />

ou Sete <strong>de</strong> Setembro; <strong>do</strong> Campo da Luz e <strong>do</strong> Miguel Carlos.<br />

15 Chafarizes: quaisquer extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dutos <strong>de</strong> água para abastecimento da população, ou para arejamento prévio <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> a ser<br />

distribuí<strong>do</strong>.<br />

Feitos em geral <strong>de</strong> pedra ou alvenaria, com um simples muro <strong>de</strong> on<strong>de</strong> saia um ou mais canos para uso <strong>do</strong> público, algumas vezes<br />

tinham na parte inferior um tanque para os animais. Nos séculos XVII, XVIII e primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> XIX, a população paulistana<br />

chamava <strong>de</strong> chafariz qualquer conduto por on<strong>de</strong> corresse água potável. Fonte, bica, torneira e, não raro, um simples olho d´água,<br />

recebiam o nome <strong>de</strong> chafariz.<br />

10 Anexo 15 – Cenários Históricos

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