DONATELLO GRIECOcom um brilho divertido no Scherzo; Mintika, onde Souza Lima aponta oproblema-trio, já empregado na Baratinha de Papel da Prole do Bebê n o 2,ou seja, determinada conformação entre notas brancas e pretas.Solfejos, primeiro volume. Temas originais e populares adaptados parao ensino do canto orfeônico nas escolas brasileiras.As costureiras (Embolada), coro feminino a quatro vozes à capela, porocasião dos centenários de Portugal, Escrito para escolas técnicas brasileiras.Canção do Operário Brasileiro, para coro e banda, também para coroa duas vozes poesia de Paulino Santos, pseudônimo E. Villalba Filho.1 9 4 0Villa-Lobos chefia a Embaixada Artística Educacional Brasileira aMontevidéu, composta de Arnaldo Estrella, Oscar Borgerth, Iberê GomesGrosso, José Vieira Brandão, Ruth Valadares Corrêa, Gazzi de Sá e ArmindaNeves d’Almeida. Villa-Lobos rege dois concertos e pronuncia trêsconferências sobre música brasileira.*No começo da década de 40, a Rádio Nacional concentrava um grandenúmero de artistas, tanto cantores como atores de novelas. Entre os músicosDorival Caymmi era uma espécie de chefe-de-fila, tal o prestígio de suascomposições em todo o país e no exterior.Ao receber no Rio de Janeiro, seu velho amigo Florent Schmitt, Villa-Loboslembrou-se de levá-lo até o edifício de A Noite, onde funcionava a Rádio Nacional,para um contato com músicos e cantores. E lá entrou pela Nacional, Schmitt pelobraço sendo recebido por Dorival Caymmi e todo o grupo por ele liderado.Caymmi ainda recorda: extraprogramação, todos os artistas que seencontravam na Nacional naquele momento resolveram improvisar um show,um verdadeiro show, completo com todas as tendências para homenagearos dois visitantes ilustres. E o show se prolongou noite à dentro, terminandonaturalmente, no bar do andar térreo do edifício, onde Villa-Lobos tambémfez questão de apresentar a Schmitt uma batida de limão que o mestre francês,discretamente (já septuagenário...), provou, apenas para levantar um brindeaos cariocas e brasileiros que o rodeavam...*Quando ainda adolescente, Villa-Lobos começou a viajar pelo Brasil:jamais alguém percorreu tantos quadrantes do nosso país com os ouvidos106
<strong>ROTEIRO</strong> <strong>DE</strong> <strong>VILLA</strong>-<strong>LOBOS</strong>tão abertos a todos os sons da natureza e das raças que aqui se mesclaram.Mais que isso, o jovem carioca viajou também pelo passado, procurando,nas etapas de sua peregrinação, o remanescente de quanta coisa ouviria noRio de Janeiro, em sua própria casa ou em casa de sua tia Fifina, ou nascasas de Alberto Brandão e Rocha Pombo, a música popular os cantos dopovo o folclore, tudo isso trazido à tona nas conversas, muitas vezes polêmicas,em que tomavam parte ilustre pesquisadores.O aprendizado do jovem excursionista teve assim roteiros prefixados,noite e dia, nas cidades e no sertão. Inspirou-se em canções em que asquadrinhas tinham versos tupis e portugueses, como na conhecida:Te mandei um Passarinho,Patuá miri pupéPintadinho de amareloYporanga ne iauéVamos dar a despedidaMandu çararácomo deu o passarinhoMandu çararáNa história da colonização, Villa-Lobos encontra o Padre José deAnchieta compondo para os curumins versos em língua tupi, ao lado depoemas em latim. Para tornar mais práticas as suas aulas de catecismo paraum público tão rústico, o canarino ensinava com música, e os curuminsdançavam cantando em três, línguas, prodígio numa selva inculta. Os filhostransmitiam aos pais o que aprendiam em latim, em português e em tupi: e emcertas procissões que os jesuítas organizavam em plenas clareiras da selva ossacerdotes entoavam a Ladainha em latim, e todos, índios velhos e curumins,repetiam em coro Ora pro nobis.Os curumins cantavam em latim. Por que as crianças do Rio de Janeironão poderiam cantar em nheengatu? Podiam, sim e essa versatilidade doscarioquinhas foi um dos mais fortes argumentos de Villa-Lobos quandoobteve meios para arregimentar as crianças das escolas primárias em suasespetaculares concentrações orfeônicas no estágio do Vasco da Gama.Tanto os curumins quanto os carioquinhas cantaram foneticamentecorretos, mesmos sem saber o significado das palavras misteriosas quecontavam...107
- Page 1:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOS
- Page 4 and 5:
Copyright ©, Fundação Alexandre
- Page 7 and 8:
ApresentaçãoVilla-Lobos é uma pe
- Page 9:
APRESENTAÇÃOruas, praças, edifí
- Page 12 and 13:
DONATELLO GRIECOQuanto à rua, há
- Page 14 and 15:
DONATELLO GRIECOHeitor Villa-Lobos
- Page 18 and 19:
DONATELLO GRIECO1 9 0 1A música le
- Page 20:
DONATELLO GRIECO*Catulo da Paixão
- Page 23 and 24:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSVilla-Lobos a
- Page 25:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSpara coro e o
- Page 28 and 29:
DONATELLO GRIECOO “Curso de Vince
- Page 30 and 31:
DONATELLO GRIECOe Elisa (1910). Pri
- Page 33 and 34:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSDiante das cr
- Page 35 and 36:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSregência de
- Page 38:
DONATELLO GRIECO1 o Quarteto de Cor
- Page 43:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSpoeta dos Epi
- Page 46:
DONATELLO GRIECOmeio resistentes. E
- Page 50 and 51:
DONATELLO GRIECO“uma das peças d
- Page 52 and 53:
DONATELLO GRIECOpiano... obra de um
- Page 54 and 55:
DONATELLO GRIECO“insuportavelment
- Page 56 and 57: DONATELLO GRIECOe Guiomar Novais, a
- Page 58 and 59: DONATELLO GRIECOdo mundo, nenhum de
- Page 60 and 61: DONATELLO GRIECORubinstein e Vera,
- Page 62 and 63: DONATELLO GRIECOO panorama de Paris
- Page 64 and 65: DONATELLO GRIECOséculo, data de 19
- Page 66 and 67: DONATELLO GRIECOOs concertistas inc
- Page 68 and 69: DONATELLO GRIECOrelativamente peque
- Page 70 and 71: DONATELLO GRIECOArnaldo Estrella, a
- Page 72 and 73: DONATELLO GRIECO1 9 2 7De novo em P
- Page 74 and 75: DONATELLO GRIECOcarimbós escavados
- Page 76 and 77: DONATELLO GRIECO21 de outubro de 19
- Page 78 and 79: DONATELLO GRIECOa seu desejo, mesmo
- Page 80 and 81: DONATELLO GRIECOVilla-Lobos, “vem
- Page 82 and 83: DONATELLO GRIECOO Canto da Nossa Te
- Page 84 and 85: DONATELLO GRIECOfatos concretos. Na
- Page 86 and 87: DONATELLO GRIECOcomposições, ocas
- Page 88 and 89: DONATELLO GRIECOCanção Marcial, c
- Page 90 and 91: DONATELLO GRIECOGuia Prático (Álb
- Page 92 and 93: DONATELLO GRIECOMoteto, arranjo de
- Page 94 and 95: DONATELLO GRIECOO Canto do Pajé, m
- Page 96 and 97: DONATELLO GRIECOCanção de José d
- Page 98 and 99: DONATELLO GRIECO1 9 3 5Viagem de Vi
- Page 100 and 101: DONATELLO GRIECOprincipal de sua at
- Page 102 and 103: DONATELLO GRIECO1937, com coro de m
- Page 104 and 105: DONATELLO GRIECO1947, solista Hilda
- Page 108 and 109: DONATELLO GRIECOCanção da Imprens
- Page 110 and 111: DONATELLO GRIECONossa América, cor
- Page 112 and 113: DONATELLO GRIECOa Segunda Sinfonia,
- Page 114 and 115: DONATELLO GRIECOQuadrilha das Estre
- Page 116 and 117: DONATELLO GRIECOMadona (poema sinf
- Page 118 and 119: DONATELLO GRIECOBrennan e H. Curran
- Page 120 and 121: DONATELLO GRIECOHomenagem a Chopin,
- Page 122 and 123: DONATELLO GRIECOcoração dos homen
- Page 124 and 125: DONATELLO GRIECOao piano, José Bot
- Page 126 and 127: DONATELLO GRIECOVilla-Lobos é semp
- Page 128 and 129: DONATELLO GRIECOWagner assim se ref
- Page 130 and 131: DONATELLO GRIECORoss, regente Villa
- Page 132 and 133: DONATELLO GRIECOAlém de numerosas
- Page 134 and 135: DONATELLO GRIECOTotal dos discos li
- Page 136 and 137: DONATELLO GRIECOAVE MARIA n o 6, ca
- Page 138 and 139: DONATELLO GRIECOCANTO DO NATAL, cor
- Page 140 and 141: DONATELLO GRIECODOBRADO PITORESCO,
- Page 142 and 143: DONATELLO GRIECOHISTÓRIA DE PIERRO
- Page 144 and 145: DONATELLO GRIECOMINHA TERRA, arranj
- Page 146 and 147: DONATELLO GRIECOPRO PACE, para band
- Page 148 and 149: DONATELLO GRIECOSINFONIETA N o 1, o
- Page 150 and 151: DONATELLO GRIECOVIRGEM (À), canto
- Page 152 and 153: DONATELLO GRIECOBÉHAGUE, Gérard -
- Page 156:
FormatoMancha gráficaPapelFontes15