DONATELLO GRIECOCanção de José de Alencar, coro a duas vozes poesia de Paula Barros.1 9 3 4Villa-Lobos organiza no Rio de Janeiro grandes demonstrações públicasde canto orfeônico com participação de grupos das escolas técnicassecundárias João Alfredo, Visconde de Cairu, Visconde de Mauá, Paulo deFrontin, Bento Ribeiro, Rivadávia Corrêa e Orsina da Fonseca, as quatroúltimas, escolas femininas. Executam-se a Missa Solene, de Beethoven, aMissa em si menor, de Bach, o oratório Colombo, de Carlos Gomes, comoópera e oratório Vidapura, de Villa-Lobos.Jurupari: os tupinólogos não se puseram nunca de acordo sobre o sentidoexato do termo indígena. Câmara Cascudo prefere salientar o significado desegredo “fecho da boca”. Em geral os vocabulários registram jurupari comodemônio, o coisa ruim, o espírito maligno. Os índios, supersticiosos, criadoresde mitos acusam esse demônio de povoar-lhes os sonhos, criando pesadelos.Jurupari é a encarnação da lei um deus legislador e reformador, quese revela com puberdade, ensinando a suportar a dor e as contrariedadesda vida. Os oito mandamentos do jurupari alinham os tabus da vidafamiliar e social, bem como estabelecem certos costumes (como couvade),a substituição do chefe fraco por outro mais valente, a poligamia do tuxaua,o repúdio à mulher estéril, a obrigatoriedade do trabalho, a proibição àmulher de participar dos ritos do jurupari. A curiosidade feminina écondenada nos mandamentos, o que de certa forma, coincide com a lendanheengatu transcrita por Couto de Magalhães em O Selvagem, Como anoite apareceu, em que a filha da cobra grande, desejosa de ir para casacom seu noivo e não podendo fazê-lo porque não havia noite, derreteu obreu que obturava um coco de tucumã e de dentro desse coco espalhousea noite na terra – uma espécie de Gênesis do folclore ameríndio, comsímbolo da fruta proibida que também figura na lenda kamalalô dosperecis-aritis.Victor de Carvalho narra a chegada de Serge Lifar ao Rio de Janeiro,em começos de 1934, para dançar no Municipal. Logo ao desembarcar, obailarino perguntou por Villa-Lobos, dizendo que visitar o compositor era oprimeiro de seus deveres ao pisar terra brasileira, acrescentando que, poucosdias antes de morrer, Diaghilev lhe falara em Villa-Lobos, “no seu talento eno seu desejo de criar um bailado com sua música”.96
<strong>ROTEIRO</strong> <strong>DE</strong> <strong>VILLA</strong>-<strong>LOBOS</strong>Instalado no hotel Glória, lá se foi Lifar com Victor e o maestro Piergiliao Teatro Fênix, onde Villa-Lobos ensaiava o Choros n o 10.Emocionado com a música, Lifar logo pediu a Villa-Lobos que o deixassedançar esse Choros. Villa-Lobos concordou e mandou ao artista um libreto quenão agradou a Lifar, que alegou não compreender o assunto. O compositor sugeriuentão a Victor de Carvalho que escrevesse novo libreto. Uma sugestão deRaimundo de Castro Maya levou à descoberta de um tema indígena em Roquette-Pinto. Victor trabalhou toda a noite e, na manhã seguinte, já Lifar ensaiava oballet no Municipal. À noite, o próprio Villa-Lobos regeu o bailado, com algumasadaptações na música. No ano seguinte, em Paris, na Sala Pleyel, Lifar voltaria adançar Jurupari, tendo o bailado sido apresentado por Paul Valéry.No Recife, Villa-Lobos preside um concurso de bandas e orfeõesmilitares organizado em sua honra.O Gaturamo, arranjo coral de uma melodia de J. C. Dias.Gavião de Penacho, arranjo coral de uma melodia de Francisco Braga,poesia de Afonso Arinos.Prelúdio, coro misto a seis vozes à capela, arranjo de Prelúdio deRachmaninof.Dança de Roda, coro a duas vozes, fagote e cordas, tema popular infantil.A Infância, coro a duas vozes, arranjo do hino escolar de FranciscoBraga.Carneirinho de Algodão coro duas vozes, poesia de Sílvio Salema.O Tico-Tico, coro a duas vozes, melodia de Lehmann, poesia de AfonsoCelso.Heranças de Nossa Raça, coro a três vozes à capela, marcha canção.Pátria coro misto e orquestra.Cantiga de Rede, coro a três vozes, melodia e poesia de CardosoMachado.Kirie, coro misto, adaptação coral da Missa de Réquiem do Padre JoséMaurício.Remeiro do São Francisco, solo e coro misto a cinco vozes à capela oucom piano, canto dos mestiços do Rio São Francisco, na Bahia.Brincadeira de Pegar, coro a duas vozes, poesia de Ernani Braga, escritapara crianças.A Abelhinha, coro a três vozes, melodia de J. B. Julião, poesia de A.Peixoto.97
- Page 1:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOS
- Page 4 and 5:
Copyright ©, Fundação Alexandre
- Page 7 and 8:
ApresentaçãoVilla-Lobos é uma pe
- Page 9:
APRESENTAÇÃOruas, praças, edifí
- Page 12 and 13:
DONATELLO GRIECOQuanto à rua, há
- Page 14 and 15:
DONATELLO GRIECOHeitor Villa-Lobos
- Page 18 and 19:
DONATELLO GRIECO1 9 0 1A música le
- Page 20:
DONATELLO GRIECO*Catulo da Paixão
- Page 23 and 24:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSVilla-Lobos a
- Page 25:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSpara coro e o
- Page 28 and 29:
DONATELLO GRIECOO “Curso de Vince
- Page 30 and 31:
DONATELLO GRIECOe Elisa (1910). Pri
- Page 33 and 34:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSDiante das cr
- Page 35 and 36:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSregência de
- Page 38:
DONATELLO GRIECO1 o Quarteto de Cor
- Page 43:
ROTEIRO DE VILLA-LOBOSpoeta dos Epi
- Page 46: DONATELLO GRIECOmeio resistentes. E
- Page 50 and 51: DONATELLO GRIECO“uma das peças d
- Page 52 and 53: DONATELLO GRIECOpiano... obra de um
- Page 54 and 55: DONATELLO GRIECO“insuportavelment
- Page 56 and 57: DONATELLO GRIECOe Guiomar Novais, a
- Page 58 and 59: DONATELLO GRIECOdo mundo, nenhum de
- Page 60 and 61: DONATELLO GRIECORubinstein e Vera,
- Page 62 and 63: DONATELLO GRIECOO panorama de Paris
- Page 64 and 65: DONATELLO GRIECOséculo, data de 19
- Page 66 and 67: DONATELLO GRIECOOs concertistas inc
- Page 68 and 69: DONATELLO GRIECOrelativamente peque
- Page 70 and 71: DONATELLO GRIECOArnaldo Estrella, a
- Page 72 and 73: DONATELLO GRIECO1 9 2 7De novo em P
- Page 74 and 75: DONATELLO GRIECOcarimbós escavados
- Page 76 and 77: DONATELLO GRIECO21 de outubro de 19
- Page 78 and 79: DONATELLO GRIECOa seu desejo, mesmo
- Page 80 and 81: DONATELLO GRIECOVilla-Lobos, “vem
- Page 82 and 83: DONATELLO GRIECOO Canto da Nossa Te
- Page 84 and 85: DONATELLO GRIECOfatos concretos. Na
- Page 86 and 87: DONATELLO GRIECOcomposições, ocas
- Page 88 and 89: DONATELLO GRIECOCanção Marcial, c
- Page 90 and 91: DONATELLO GRIECOGuia Prático (Álb
- Page 92 and 93: DONATELLO GRIECOMoteto, arranjo de
- Page 94 and 95: DONATELLO GRIECOO Canto do Pajé, m
- Page 98 and 99: DONATELLO GRIECO1 9 3 5Viagem de Vi
- Page 100 and 101: DONATELLO GRIECOprincipal de sua at
- Page 102 and 103: DONATELLO GRIECO1937, com coro de m
- Page 104 and 105: DONATELLO GRIECO1947, solista Hilda
- Page 106 and 107: DONATELLO GRIECOcom um brilho diver
- Page 108 and 109: DONATELLO GRIECOCanção da Imprens
- Page 110 and 111: DONATELLO GRIECONossa América, cor
- Page 112 and 113: DONATELLO GRIECOa Segunda Sinfonia,
- Page 114 and 115: DONATELLO GRIECOQuadrilha das Estre
- Page 116 and 117: DONATELLO GRIECOMadona (poema sinf
- Page 118 and 119: DONATELLO GRIECOBrennan e H. Curran
- Page 120 and 121: DONATELLO GRIECOHomenagem a Chopin,
- Page 122 and 123: DONATELLO GRIECOcoração dos homen
- Page 124 and 125: DONATELLO GRIECOao piano, José Bot
- Page 126 and 127: DONATELLO GRIECOVilla-Lobos é semp
- Page 128 and 129: DONATELLO GRIECOWagner assim se ref
- Page 130 and 131: DONATELLO GRIECORoss, regente Villa
- Page 132 and 133: DONATELLO GRIECOAlém de numerosas
- Page 134 and 135: DONATELLO GRIECOTotal dos discos li
- Page 136 and 137: DONATELLO GRIECOAVE MARIA n o 6, ca
- Page 138 and 139: DONATELLO GRIECOCANTO DO NATAL, cor
- Page 140 and 141: DONATELLO GRIECODOBRADO PITORESCO,
- Page 142 and 143: DONATELLO GRIECOHISTÓRIA DE PIERRO
- Page 144 and 145: DONATELLO GRIECOMINHA TERRA, arranj
- Page 146 and 147:
DONATELLO GRIECOPRO PACE, para band
- Page 148 and 149:
DONATELLO GRIECOSINFONIETA N o 1, o
- Page 150 and 151:
DONATELLO GRIECOVIRGEM (À), canto
- Page 152 and 153:
DONATELLO GRIECOBÉHAGUE, Gérard -
- Page 156:
FormatoMancha gráficaPapelFontes15