DONATELLO GRIECOArnaldo Estrella, as Cirandas são “peças curtas, incisivas, baseadas, porvezes numa fórmula pianística desenvolvida como se fosse pequeno estudoinstrumental, emoldurando uma canção de roda, acentuando-lhe o significadoexpressivo, ambientando-a com propriedade.” Assim se distribuem asdezesseis Cirandas, Terezinha de Jesus, A Condessa, Senhora DonaSancha, O Cravo brigou com a Rosa, combinado com Sapo Cururu, PobreCega, Passa-passa Gavião, Xô Xô Passarinho, Vamos atrás da Serra,Calunga, Fui no Tororó, O Pintor de Cannahy, Nesta rua, nesta rua,Olha o Passarinho, Dominé, A procura de uma agulha, A Canoa virou,Que lindos olhos, Có-có-có.Vira, canto e piano. Tema popular português, recolhido e harmonizadopor Villa-Lobos. Primeira audição em 31 de julho de 1994, solista AlmaCunha de Miranda. Também para coro e cinco vozes à capela.Três Poemas Indígenas, para canto e orquestra. Temas indígenasrecolhidos por Jean de Léry. Redução para canto e piano. Redução paracoro misto a seis vozes à capela. Três peças: Canide-Ioune-Sabath (Aveamarela, canção elegíaca), Teiru (canto fúnebre pela Mamorte de um cacique,tema dos índios Parecis recolhido por Roquette-Pinto) e Iara (tema e poesiade Mário de Andrade). Da Comoedia, de Paris, 7 de dezembro de 1927: aprimeira peça “distila uma melopéia inteligente e viva... Iara: selvageria nãoexclui uma arte perfeitamente consciente”.Choros n o 4, “‘, para três trompas e um trombone, no gênero da músicade câmara. Primeira audição em Paris 24 de outubro de 1927. Villa-Lobosconsiderava o Choros n o 4 como “o mais significativo dos Choros na suaforma e significação elevadas”. Acrescentando, é uma imagem da vida populardos subúrbios das grandes cidades, “cujas melodias possuem um lirismoirônico, baseado na forma tradicional das músicas populares de dança dassociedades oriundas do estrangeiro”.Choros n o 6, para orquestra, lançada pela flauta instrumento mais popularda música carioca. Primeira audição, Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 18de julho de 1942, regência de Villa-Lobos. Segundo o autor, o Choros n o 6possui, “na maior parte da sua construção, ambientes de doçura e melancolia...sua atmosfera harmônica, na maior parte das vezes uma espécie de ficção doambiente sertanejo do Nordeste brasileiro... a obra não representa nenhumaspecto objetivo nem tem sabor descritivo... a flauta expõe o tema choroso esuburbano do seresteiro... vida social musical das pequenas cidades do interior,70
<strong>ROTEIRO</strong> <strong>DE</strong> <strong>VILLA</strong>-<strong>LOBOS</strong>a recordação da valsinha”. De Marcel Beaufils: “...a primeira tentativaresolutamente rapsódia de uma vasta síntese urbana e tropical.” Murilo Araujo,na série Presença de Villa-Lobos cita duas vezes o depoimento de DonatelloGrieco, o autor deste livro: “Senti no Choros nº 6 a doçura das frases nervosasdas flautas dos seresteiros, a melancolia dos crepúsculos, o irreprimível gostode viver das ruas do Andaraí e das praças do Carnaval, o bulício das ruassuburbanas, o perfume dos jasmineiros, a mansidão das majestosas paineiras,a cor e o som das perturbadoras cidades tropicais”.Choros nº 10 (Rasga Coração), para orquestra e coro misto.Primeira audição no Rio, Teatro Lírico, 15 de novembro de 1926. Algunsmotivos, segundo Villa-Lobos, foram sugeridos pela variedade dospássaros das florestas de Brasil, cantando de madrugada ou à tardinhanos sertões do Nordeste. A clarineta evoca o azulão-da-mata. Temasindígenas, sertanejos, tropicais. O texto coral constitui-se de sílabas evocalises sem efeito literário ou coordenação de ideias: efeitosonomatopaicos que semelham a fonética peculiar das línguas dossilvícolas. No clímax do coro, surge melodia sentimental, extraída deum schottisch de Anacleto de Medeiros, letra de Catulo da PaixãoCearense. Este Choros foi apresentado em 1934 como bailado, sob otítulo de Jurupari, por Serge Lifar, Andrade Muricy “...um mar deonomatopéias felizes, gritando sua verdade viva! O carioca cantando,exclamando, exaltante, com todas as suas forças e todo o prestígiocontagiante do Carnaval do Rio”. De Olin Downes, o crítico do NewYork Times: “...obra de perfeita beleza e de técnica admirável, fascinantepela cor, a eloquência nativa, o poder de evocação”. De ManuelBandeira: “falei em certos Choros de gracioso dengue brasileiro. Poisnesse gênero, que foi, na música erudita, criação sua, deixou ele algumaspáginas da mais alta significação, como o estupendo Choros nº 10.”Villa-Lobos foi acusado, na Justiça, de haver no Choros nº 10 plagiadomelodia da Anacleto de Medeiros e poema de Catulo da PaixãoCearense. O processo, lento, aproveitado para propaganda acaboudando ganho de causa Villa-Lobos.Prole do Bebê n o 3 (Esportes), para piano. Extraviado em Paris. Novepeças: Gude, Diabolô, Silboquê, Peteca, Pião, Futebol, Jogo de Bolas,Soldado de Chumbo, Capoeiragem.Filhas de Maria, para canto e piano. Impressão do interior da Igreja daCandelária. Poema de Dante Milano.71
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