DONATELLO GRIECOespírito aberto aos novos rumos da música e jamais deixaria de dar aosdiscípulos talentosos um apoio de excelentes resultados.Viagem ao Sul, até o Paraná. Volta ao Rio, novas aulas com FredericoNascimento, Francisco Braga. Novas viagens: Minas Gerais, Goiás e MatoGrosso. Descoberta da Amazônia.Os “tambores dos índios, nas noites cheias de mistério”, ouviu-os o jovemVilla-Lobos em sua viagem pela Amazônia, quando ainda tinha vinte anos.Muito já ouvira falar sobre a música dos índios, as suas lendas nas conversase nos livros de Sílvio Romero, de Melo Morais Filho, nos estudos de Coutode Magalhães e de Barbosa Rodrigues.Fortíssima, a impressão que os índios causaram a Villa-Lobos, que lhesanotou dezenas e dezenas de motivos, que depois estilizaria ou neles se inspirariaem tantas composições eruditas, de amplo efeito pelo mundo em fora.As Danças Características Africanas (1914), para piano e orquestra,não são totalmente de tônica africana,São antes de índios mestiços, menos dos negros da ilha de Barbadosque dos índios caripunas, cafusos. O poema Amazonas, para orquestra,baseia-se em temas indígenas recolhidos pelo próprio Villa-Lobos (1917).Uirapuru e Jurupari são temas meio lendários, o primeiro é o pássaroencantado, o segundo é o ritual descrito em ballet que Serge Lifar dançou noRio em 1934. A propósito do Uirapuru, composto em 1917, recorde-se avoga ornitológica de duas composições europeias, a féerie O pássaro Azul,de Maeterlinck (1908) e o bailado O pássaro de Fogo, de Stravinsky (1909-10), de imensa repercussão universal, que não teriam deixado de impressionara elite brasileira.As Canções Típicas Brasileiras (1919), para canto e orquestra, sãodois acalantos, Ena Mokocê-Maká (Dorme na rede) e Papai Curumiacu(do Pará); e a canção báquica Nozani-Ná.De 1926 são três poemas indígenas, para canto e orquestra,Canideioune-Sabath, canto elegíaco (ave amarela), recolhido por Jean deLéry Teiru, canto fúnebre pareci, segundo Roquette-Pinto. E Iara, tema eversos de Mário de Andrade.As Canções Indígenas (1930), para canto e piano, ou canto e orquestra,incluem Pai do Mato (Mário de Andrade), Ulalocê, lenda pareci e Kamalalô.De 1933 é o O Canto do Pajé, marcha para banda.Extraviou-se o Currupira, para orquestra, tema do Planalto Central. OCanto do Çairé, para coros, do folclore amazônico. Rudá (Deus do Amor),24
<strong>ROTEIRO</strong> <strong>DE</strong> <strong>VILLA</strong>-<strong>LOBOS</strong>para coro e orquestra, é como que uma história musical de vários gruposameríndios, Maias, Aztecas, Incas e Marajoaras-Nheengatu.De 1954 são as Duas Lendas Ameríndias, coro misto: Jurupari e oMenino e Jurupari e o Caçador.Do mesmo ano: Sinfonia Ameríndia nº 10, subtitulada Sumé, PaterPatrium, oratório, adaptado de versos do Padre José de Anchieta.Caberia a pergunta: os índios impressionaram Villa-Lobos mais que osnegros? A resposta é difícil de formular: mas o que é positivo é que as pesquisase as transposições de Villa-Lobos contribuíram extensamente para que sepreservasse um vasto material folclórico dos silvícolas brasileiros. E ascomposições de Villa-Lobos de inspiração indígena destacam-se em sua obracomo sendo peças do maior vigor, formando em seu conjunto um painel deextraordinária originalidade.1 9 0 7Valsa Romântica, para piano.Gueixas, para canto e orquestra, redução para canto e piano; poesia deLuís Guimarães Filho, primeira audição pelo tenor Santos Moreira em 1911.1 9 0 8De novo no Rio. Primeiros concertos para público reduzido.Suíte Popular Brasileira, para violão. (Mazurka - Choro; Schottisch -Choro;Valsa - Choro; Gavota – Choro, Chorinho.Recouli, para orquestra. Primeira audição, 26 de janeiro de 1908, sob aregência de Villa-Lobos, que ainda não completou 21 anos.Confidência, para canto e piano. Primeira audição em 13 de novembrode 1915, no salão da Associação dos Empregados no Comércio, cantoAlberto Guimarães, ao piano Lucília Villa-Lobos.As Crianças, coro à capela ou com acompanhamento de piano.Cânticos Sertanejos, para flauta, clarineta e cordas. Primeira composiçãoinspirada na temática folclórica. Manuscrito extraviado.História de Pierrot, para piano.25
- Page 1: ROTEIRO DE VILLA-LOBOS
- Page 4 and 5: Copyright ©, Fundação Alexandre
- Page 7 and 8: ApresentaçãoVilla-Lobos é uma pe
- Page 9: APRESENTAÇÃOruas, praças, edifí
- Page 12 and 13: DONATELLO GRIECOQuanto à rua, há
- Page 14 and 15: DONATELLO GRIECOHeitor Villa-Lobos
- Page 18 and 19: DONATELLO GRIECO1 9 0 1A música le
- Page 20: DONATELLO GRIECO*Catulo da Paixão
- Page 23: ROTEIRO DE VILLA-LOBOSVilla-Lobos a
- Page 28 and 29: DONATELLO GRIECOO “Curso de Vince
- Page 30 and 31: DONATELLO GRIECOe Elisa (1910). Pri
- Page 33 and 34: ROTEIRO DE VILLA-LOBOSDiante das cr
- Page 35 and 36: ROTEIRO DE VILLA-LOBOSregência de
- Page 38: DONATELLO GRIECO1 o Quarteto de Cor
- Page 43: ROTEIRO DE VILLA-LOBOSpoeta dos Epi
- Page 46: DONATELLO GRIECOmeio resistentes. E
- Page 50 and 51: DONATELLO GRIECO“uma das peças d
- Page 52 and 53: DONATELLO GRIECOpiano... obra de um
- Page 54 and 55: DONATELLO GRIECO“insuportavelment
- Page 56 and 57: DONATELLO GRIECOe Guiomar Novais, a
- Page 58 and 59: DONATELLO GRIECOdo mundo, nenhum de
- Page 60 and 61: DONATELLO GRIECORubinstein e Vera,
- Page 62 and 63: DONATELLO GRIECOO panorama de Paris
- Page 64 and 65: DONATELLO GRIECOséculo, data de 19
- Page 66 and 67: DONATELLO GRIECOOs concertistas inc
- Page 68 and 69: DONATELLO GRIECOrelativamente peque
- Page 70 and 71: DONATELLO GRIECOArnaldo Estrella, a
- Page 72 and 73: DONATELLO GRIECO1 9 2 7De novo em P
- Page 74 and 75:
DONATELLO GRIECOcarimbós escavados
- Page 76 and 77:
DONATELLO GRIECO21 de outubro de 19
- Page 78 and 79:
DONATELLO GRIECOa seu desejo, mesmo
- Page 80 and 81:
DONATELLO GRIECOVilla-Lobos, “vem
- Page 82 and 83:
DONATELLO GRIECOO Canto da Nossa Te
- Page 84 and 85:
DONATELLO GRIECOfatos concretos. Na
- Page 86 and 87:
DONATELLO GRIECOcomposições, ocas
- Page 88 and 89:
DONATELLO GRIECOCanção Marcial, c
- Page 90 and 91:
DONATELLO GRIECOGuia Prático (Álb
- Page 92 and 93:
DONATELLO GRIECOMoteto, arranjo de
- Page 94 and 95:
DONATELLO GRIECOO Canto do Pajé, m
- Page 96 and 97:
DONATELLO GRIECOCanção de José d
- Page 98 and 99:
DONATELLO GRIECO1 9 3 5Viagem de Vi
- Page 100 and 101:
DONATELLO GRIECOprincipal de sua at
- Page 102 and 103:
DONATELLO GRIECO1937, com coro de m
- Page 104 and 105:
DONATELLO GRIECO1947, solista Hilda
- Page 106 and 107:
DONATELLO GRIECOcom um brilho diver
- Page 108 and 109:
DONATELLO GRIECOCanção da Imprens
- Page 110 and 111:
DONATELLO GRIECONossa América, cor
- Page 112 and 113:
DONATELLO GRIECOa Segunda Sinfonia,
- Page 114 and 115:
DONATELLO GRIECOQuadrilha das Estre
- Page 116 and 117:
DONATELLO GRIECOMadona (poema sinf
- Page 118 and 119:
DONATELLO GRIECOBrennan e H. Curran
- Page 120 and 121:
DONATELLO GRIECOHomenagem a Chopin,
- Page 122 and 123:
DONATELLO GRIECOcoração dos homen
- Page 124 and 125:
DONATELLO GRIECOao piano, José Bot
- Page 126 and 127:
DONATELLO GRIECOVilla-Lobos é semp
- Page 128 and 129:
DONATELLO GRIECOWagner assim se ref
- Page 130 and 131:
DONATELLO GRIECORoss, regente Villa
- Page 132 and 133:
DONATELLO GRIECOAlém de numerosas
- Page 134 and 135:
DONATELLO GRIECOTotal dos discos li
- Page 136 and 137:
DONATELLO GRIECOAVE MARIA n o 6, ca
- Page 138 and 139:
DONATELLO GRIECOCANTO DO NATAL, cor
- Page 140 and 141:
DONATELLO GRIECODOBRADO PITORESCO,
- Page 142 and 143:
DONATELLO GRIECOHISTÓRIA DE PIERRO
- Page 144 and 145:
DONATELLO GRIECOMINHA TERRA, arranj
- Page 146 and 147:
DONATELLO GRIECOPRO PACE, para band
- Page 148 and 149:
DONATELLO GRIECOSINFONIETA N o 1, o
- Page 150 and 151:
DONATELLO GRIECOVIRGEM (À), canto
- Page 152 and 153:
DONATELLO GRIECOBÉHAGUE, Gérard -
- Page 156:
FormatoMancha gráficaPapelFontes15