DONATELLO GRIECO1 9 2 7De novo em Paris, Villa-Lobos já não leva vida tão boêmia, dá lições aalunos indicados por Margarite Long e Isidor Phillipe, revê músicas para acasa Eschig, organiza recitais de obras suas.Rubinstein é amigo de todos os momentos. (Villa-Lobos recordariasempre a iniciativa generosa de Rubinstein, ao obter dos irmãos Guinlecooperação financeira para impressão de suas partituras e para suas viagensà Europa.) Outros amigos em Paris são sempre muito próximos: FlorentSchmitt, o violinista belga Maurice Raskin, o violoncelista Tony Close, EdgardVarèse. Na casa de Prokofiev, perto do Bois de Boulogne, reúne-se umapequena corte ara Diaghileff e Terán toca peças de Villa-Lobos.Vários concertos em cidades europeias. No Conservatório Internacionalde Paris Villa-Lobos rege a cadeira de composição.Na Sala Gaveau, em 5 de dezembro, concerto com obras de Villa-Lobos,interpretadas pela cantora Vera Janacopulos e a pianista Aline van Bärentzen,com o concurso de Tomás Terán. Na orquestra e no coro, 250 executantes,sob a regência de Villa-Lobos.Saudades das Selvas Brasileiras, para piano. Influência dos indígenasdo Pará. Primeira audição em Paris, 14 de março de 1930, solista JanineCools. Duas peças: Animato, em que Souza Lima indica “ritmo, obstinadoem andamento não muito rápido, no qual sente-se o ambiente de selva e nãomais o de cidade” e Un poco animato, que o pianista diz “mais alegre, maisfeliz e apresenta um canto bem significativo, em ritmo bem do gosto do autor”1 9 2 8Mais um ano em Paris. Composição mais extensa que em 1927.Choros nº 11, para piano e orquestra, o mais longo da série. Dedicadoa Arthur Rubinstein. Como que um concerto para piano e orquestra. Primeiraaudição, Rio de Janeiro, 18 de julho de 1942, Orquestra do Teatro Municipal,solista José Vieira Brandão, regência de Villa-Lobos. Diz Villa-Lobos “...maispróximo da forma do concerto grosso, pela importante atuação do pianosolo...sente-se mais musica pura do que ideias musicais para efeitosimpressionistas ...é genuinamente subjetivo, não se inspira diretamente nos72
<strong>ROTEIRO</strong> <strong>DE</strong> <strong>VILLA</strong>-<strong>LOBOS</strong>elementos sonoros da natureza, e mecânica e física, e profundamente sentido,sem ser, todavia, romântico e lírico.”Choros Bis (Deux Choros), para violino e violoncelo, gênero de músicade câmara. Duo em duas partes, para violino e violoncelo, à maneira deChoros. Villa-Lobos julgou que esse Choro Bis podia ser dado como númeroextra nos concertos. Técnica nova, sonoridade brilhante e pitoresca. VascoMariz afirma que a sonoridade é riquíssima, “a ponto de, frequentemente, oduo mais parecer um quarteto de cordas”. Luís Heitor: “obra notável, porseus achados técnicos no emprego das sonoridades específicas do violino edo violoncelo e pelo brio com que o compositor se serve de suas ricaspossibilidades”. Primeira audição, Paris, 14 de março de 1930.Choros nº 14 para orquestra, banda e coros Manuscrito extraviado. Opróprio Villa-Lobos dizia tratar-se de uma síntese dos Choros: “surpreendepela sua complexidade harmônica e temática, quase beirando uma completae calculada cacofonia.”Quatuor, para flauta, oboé, clarineta e fagote. (Allegro-non troppo,Lento, Allegro molto vivace) Eurico Nogueira França: “A partitura oferecetrês seções, a segunda das quais, em movimento vagaroso, penetrantementemelódica. O aproveitamento dos quatro instrumentos adquire; proporçõesgeniais na escritura de Villa-Lobos. A seção terminal é uma fuga, ou quaseuma fuga, um fugato desenvolvido, cuja trama contrapontística adquire interesseempolgante.”Quinteto em forma de Choros, para flauta, oboé, clarineta, coro inglês outrompa e fagote. Primeira audição, Paris, 14 de março de 1929. Edino Kriegerdestaca “o final abrupto da peça, que termina sem concluir, como se alguémapertasse um botão cortando o som, e a música se prolongasse no silêncio.”1 9 2 9Instrumentos de negros e Índios sempre acompanharam Villa-Lobos emsuas tournées pelo estrangeiro. De certa forma, acompanharam-no toda asua vida, desde que, no começo do século, ele os ouvira, “nas noites cheiasde mistério”, Brasil em fora.Dos índios, os tambores, os zunidores, as flautas, os pios, as buzinas, astrombetas feitas de madeira ou de osso.Dos negros, instrumentos em bem maior número, os diversos tipos deatabaques, pequenos ou grandes, de dança ou de guerra, os caxambus, os73
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