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Revista HUGV 2006 - Hospital Universitário Getúlio Vargas - Ufam

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DAVI ARAÚJO DA CUNHA, FABÍOLA GOUDINHO DE LIMA, LESIRMY BINDÁ SADALA, ROSÂNGELA DE LIMA GIL, SUELY DA SILVA MAIAfamília. Para o paciente porque pode ocorrer, apóssua depressão, haver conquistado um tempomaior com alguém que lhe é querido, ele continuaentão com os sintomas agora apenas com afinalidade de manter esta companhia. Uma famíliaque explore a dependência de um deprimidopode preferir que a depressão perdure. Nestecaso, a depressão funciona não mais apenas comoum transtorno e sim como resposta a demandasque não puderam ser expressas de outras formas.Um fato que salta aos olhos é que, mesmocom toda a sofisticação da medicina e avançostecnológicos, acompanhados de muita pesquisae artigos, não se pode abrir mão de uma presençaque ouça e dê cuidados. Embora alguns consideremque a depressão seja um transtorno da escolha,10 ou de uma pessoa que deixou de ser bondosaconsigo mesma, ela tem valor e deve ser respeitadaenquanto pessoa. No grande labirinto queé o psiquismo humano, não será o avanço científico-tecnológicoque substituirá o contato sincerode humano com humano, do que está com dorcom aquele que embora não tenha sentido estamesma dor, compartilha dela, não como profissional,mas como outro ser humano. Um profissionalque se debruçou sobre aquela dor para que ooutro a sinta menos.Tal responsabilidade, de ser o depositáriodas dores e sofrimentos dos outros, não requer,também, um preparo adequado e sistemático depoisda graduação? Como de fato era na décadade 1960? 11 Esta é uma reflexão que precisa serfeita.Outro fator a considerar é que toda depressãodeve ser acompanhada por um médico e deveser por ele tratada. A depressão está dentro dasgrandes síndromes psiquiátricas e o médico deveser procurado tão logo surja o evento. As psicoterapias,nas suas mais variadas abordagens, contribuempara a diminuição e entendimento dos sintomasdepressivos, sendo necessário, em muitoscasos, aguardar os efeitos dos medicamentos parase obter resultados no atendimento psicoterápico.Finalmente, espera-se haver proporcionado,aos interessados em conhecer a depressão, umacúmulo de conhecimentos que facilitarão oentrevistador clínico desde a chegada do pacienteem seu consultório até o tratamento proposto eposterior prognóstico. A entrevista com o pacientedeprimido guarda, assim, momentos que tendema tornar o desafio clínico de atender pacientesdeprimidos com menos obstáculos e manejomais adequado para as mais variadas situaçõesque se apresentam na prática clínica. Conhecendoas principais características do paciente deprimidoe devidamente informado sobre as mais recentestécnicas de entrevista para este atendimento,o profissional terá mais segurança na realizaçãode seu trabalho e produzirá resultados comum índice bem maior de sucesso.REFERÊNCIAS1. VASCONCELOS F. Os caminhos do tratamento.Rev. Mente & Cérebro, n. 160, 64, <strong>2006</strong>.2. MALDONATO, M. Os aposentos vazios dadepressão. Rev. Mente & Cérebro, n. 160, 38, <strong>2006</strong>.3. HOLMES. D. S. Psicologia dos transtornos mentais.Trad. Sandra Costa. 2. ed. Porto Alegre: ArtesMédicas, 1997.4. DALGALARRONDO. P. Psicopatologia esemiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre:Artes médicas, 2000.5. BENJAMIM. A. A entrevista de ajuda. Trad.Urias Correa Arantes. 11. ed. São Paulo: MartinsFontes, 2004.6. OTHMER, E.; OTHMER, S. A entrevista clínicautilizando o DSM-IV-TR. Trad. Claudia Dornelles.Porto Alegre: Artmed, 2003.7. DSM-IV. Manual diagnóstico e estatístico de transtornosmentais. Trad. Sandra Costa. 2. ed. PortoAlegre: Artes Médicas, 1997.8. MACKINNON R. A.; MACKINNON M. R. Aentrevista psiquiátrica na prática diária. Trad. HelenaMascarenhas de Souza. Porto Alegre: ArtesMédicas, 1981.revistahugvhugv – <strong>Revista</strong> do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 5. n. 1-2 jan./dez. – <strong>2006</strong>29

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