A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA REABILITAÇÃO ESTÉTICA DO SORRISO PELA CIRURGIA PLÁSTICA PERIODONTAL: RELATO DE CASOdefinida como a exposição de mais de 3mm degengiva durante um sorriso moderado constituindoo sorriso gengival 6 . Este artigo, embasado emevidências científicas, tem como objetivo o relatode caso clínico ressaltando a importância do planejamentocirúrgico para o sucesso da correçãodo sorriso gengival.REVISÃO DE LITERATURAMudanças atuais nos paradigmas clínicosdo tratamento periodontal têm criado um ambienteno qual os procedimentos estéticos periodontaissão, muitas vezes, tão comuns como as terapiasressectivas realizadas anteriormente. Podenotar-se na população a tendência em direção aoreconhecimento da estética gengival e a comercializaçãode saúde em benefício próprio, por issoa demanda torna-se mais sofisticada e exigenteaos profissionais em relação aos procedimentosodontológicos 4, 7 .Primordialmente, os elementos que contribuempara a estética do periodonto do segmentoanterior estão relacionados no plano facial e labiale dependem da disposição dentária e da gengiva;no entanto, é importante correlacionar conjuntamentetodos esses elementos para obter umaharmonia estética global 8 .No “design” do sorriso, o ponto de partidapara o plano de tratamento estético é a linhasagital mediana, pois esta referência é utilizadacomo guia estético facial porque, além de coincidircom a linha interincisiva, permitindo sua localização,também avalia as discrepâncias transversaisnas posições dos dentes. Vale salientar quesua verticalidade é mais importante do que seueventual afastamento lateral 3, 4 .A linha do sorriso, um dos fatores de grandeinfluência da estética dos dentes e da face,define-se pelo paralelismo na curvatura entre aslinhas incisal e labial inferior. Este fator estético éclassificado em três categorias: alta, representadapela extensão coronária dos dentes anterioressuperiores e uma faixa contínua de gengiva; média,que compreende os dentes anteriores superiorese gengiva interproximal; e baixa, quecorresponde somente aos dentes anteriores superiores,assim determinando a orientação da linhado sorriso, o profissional pode projetar sua curvaturae forma 8 .No entanto, quando as bordas incisais dosincisivos centrais superiores localizam-se abaixodos caninos superiores, a linha do sorriso tem umdesign convexo, ocasionando um aspecto harmônicocom a linha do lábio inferior. Entretanto,quando a borda oclusal dos caninos e pré-molaressuperiores está localizada além da borda incisaldos incisivos centrais superiores, define-se a «linhado sorriso reversa» resultando na desarmoniadentofacial 4 .De acordo com os fatores estéticos abordados,a observação do tipo de sorriso é de fundamentalimportância no planejamento estético doscasos clínicos 1 . Há dois padrões aceitáveis de sorrisoclassificados de acordo com relação à alturada margem gengival em áreas estéticas: 1) a margemgengival dos incisivos centrais superiores (ICS)e caninos (CS) devem estar com a margem dos incisivoslaterais (ILS) posicionada à incisal de 1 a2mm (Classe I); e 2) o ICS, ILS e CS na mesmaaltura (Classe II). Outro aspecto fundamental parao planejamento estético compreende o zênitegengival, o qual corresponde à porção mais apicalda margem gengival. Em função da inclinação dosdentes ser mesial em relação à linha média einterincisiva, o zênite gengival no segmento anterioré levemente distal ao eixo axial dos dentes. Issoé valido para o ICS e CS; já nos ILS o zênite é normalmentecoincidente com seu longo eixo, provavelmentepela diminuta largura do seu diâmetrocervical 9 .No entanto, comumente os cirurgiões-dentistasse depararam com os desvios da normalidadeque podem ocasionar no colapso estéticoperiodontal, por isso a necessidade de o profissionalestar apto a diagnosticar alterações acometidasao periodonto, dentre elas destaca-se o sorrisogengival o qual é considerado um achadoantiestético pelos pacientes. Este tipo de sorrisopode ser definido como a exposição de mais de70revistahugvhugv – <strong>Revista</strong> do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 5. n. 1-2 jan./dez. – <strong>2006</strong>
LISSA YUKA M. SATO, NAIR PRISCILLA DA SILVA PAES, MIRIAM RAQUEL A. WESTPHAL, SAMUEL LUNGAREZE, FIKRIYE VIGA YURTSEVER3mm de gengiva durante um sorriso moderado.Erupção passiva alterada, aumento do volume degengiva pelo acúmulo de biofilme dental ou usode medicamentos, excesso vertical de maxila, lábiosuperior curto e extrusão dentoalveolar estãodentre os fatores etiológicos desta condição 1, 6 .A erupção passiva alterada (EPA) desenvolvequando a margem gengival encontra-seincisalmente da coroa anatômica em indivíduosadultos e não migra apicalmente para uma posiçãopróxima do limite amelocementário (LAC) 10 .A EPA foi classificada correlacionando a quantidadede gengiva queratinizada à crista óssea. Estaclassificação abrange dois tipos e subtipos, sendoque o tipo I possui a margem gengival coronáriaa LAC, considerável largura gengival e junçãomucogengival (JMG) geralmente apical à cristaóssea e o tipo II determina que a JMG e LAC sãogeralmente concordantes e a largura gengival diminuídaem relação à média e localizada na coroaanatômica. Os subtipos são os seguintes:subtipo A envolve 1,5mm entre o LAC e a cristaóssea, e o subtipo B define que a distância entre aLAC e a crista óssea está no mesmo nível 8, 11 .RELATO DO CASO CLÍNICOPaciente A. P. B, gênero feminino,leucoderma, 32 anos, compareceu à Clínica dePeriodontia da Faculdade de Odontologia daUniversidade Federal do Amazonas para a realizaçãode um exame semiológico de rotina. Noexame físico extra-oral, foi observada linha altado sorriso, a qual proporcionava o aparecimentode mais de 3mm de gengiva. No exame intrabucalfoi constatado que a paciente apresentava periodontoespesso no segmento superior anterior comcaracterísticas de hiperplasia gengival (Fig. 1). Noexame periodontal obteve-se 34% do ÍndiceGengival (IG) de Aimano e Bay, 94% do Índicede Placa (IP) de O’Leary, e no Nível de InserçãoClínico (NIC) a média obtida foi de 3-4mm, sendocomprovado pelas radiografias.Figura 1 – Aspecto Clínico InicialApós análise dos achados clínicos eradiográficos, foi diagnosticado que a pacienteapresentava sorriso gengival em função de umaalteração no desenvolvimento dos processos deerupção, denominada como erupção passiva alterada,sendo classificada em tipo I – subgrupo A. Otratamento preconizado foi o periodontal básicode suporte, alisamento radicular, controle da higienebucal, orientação da técnica de escovação deBass e motivação. A reavaliação foi executada após15 dias e foi verificada que o IG e IP reduzirampara 32 e 47%, respectivamente; entretanto, nãohouve a remissão do quadro hiperplásico.No planejamento da correção do sorrisogengival, primeiramente foi confeccionado ummodelo de gesso para auxiliar o estudo do caso.Em seguida, foi realizada a demarcação dos pontosnas medidas do NIC da paciente, sendo queem cada dente foram demarcados três pontos,localizados na mesial, vestibular e distal (Fig. 2).Após a demarcação dos pontos, foi confeccionadoo traçado da altura desejada da margemgengival (Fig. 3).Figura 2 – Mapeamento do NICrevistahugvhugv – <strong>Revista</strong> do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 5. n. 1-2 jan./dez. – <strong>2006</strong>71
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