ESTUDO SOBRE A ATITUDE DO PROFISSIONAL DE SAÚDE COM RELAÇÃO À PERSPECTIVA DE VIDA ATIVA DE PACIENTES COM SEQUELAS DE TRAUMATISMO RAQUI-MEDULARINTRODUÇÃOO presente estudo teve como objetivoinvestigar as atitudes dos profissionais de saúdeem relação à perspectiva de vida ativa depacientes com lesão medular. Este trabalho éfundamentado na teoria de atitudes que indicauma relação interdependente entre a atitude doprofissional e a do paciente. 1 Os profissionais desaúde que atuam diretamente com o lesadomedular, agora uma pessoa com deficiência,geralmente são os primeiros indivíduos com quemeste recém-deficiente tem contato. Isto implica naprobabilidade de que as atitudes desses profissionais,em relação à perspectiva de vida ativa dessapessoa, incorram na determinação do espaço detempo que o paciente levará para conhecer eexplorar as suas potencialidades. Para alcançaro objetivo deste estudo, foram investigadas asatitudes dos profissionais de saúde (assistentessociais, médicos, enfermeiros, psicólogos,fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutasocupacionais, profissional de educação física eacadêmicos finalistas de cada uma dessas áreas)em relação à perspectiva de vida ativa depacientes com seqüelas de lesão medular, alémde elaborada uma escala de atitudes do tipo Likertutilizando os dados obtidos na primeira etapadeste estudo onde foram obsevadas as crençasdesses profissionais em relação ao lesado medular.METODOLOGIADe acordo com Harry Upshaw, 2 asvariáveis das atitudes podem ser cognitivas,condutuais e afetivas. As escalas cognitivas sereferem à informação ou conhecimento que umapessoa possui em relação ao fenômeno atitudinalestudado. As escalas condutuais referenciam osatos voluntários de se realizar uma ação queenvolve o objeto atitudinal. As escalas afetivas sãoescalas construídas para medir o sentimento daspessoas associado a um objeto atitudinal deacordo com o grau de favorabilidade oudesfavorabilidade em relação ao que é estudado.Existem vários métodos escalares para mediratitudes e os mais utilizados foram elaborados porThurstone, Likert e Guttman. Os métodoselaborados por Thurstone e Likert são utilizadospara elaboração de escalas afetivas e o métodoelaborado por Guttman enquadra-se na mediçãodos três tipos de variáveis. Existe ainda o métodoelaborado por Bogardus para escalas condutuaise afetivas. 2 Optou-se pela escala do tipo Likert porse preocupar em verificar o nível de concordânciado sujeito com uma série de afirmações queexpressam algo favorável ou desfavorável emrelação ao objeto de estudo. As afirmações sãorespondidas numa escala de cinco pontos emfunção de este método determinar diretamente aexistência de uma ou mais atitudes no grupo deitens, pois o uso de uma escala de 5 (cinco) pontosproporciona maior informação que uma escaladicotômica «concordo ou discordo». Na escala dotipo Likert, os sujeitos marcam cada item em umadas categorias: concordo plenamente, concordo,não tenho opinião, discordo e discordoplenamente. 3 Na escala Likert, o número inicialde itens é de 30 a 50 e a forma final contém de 20a 30 afirmativas enquanto que as escalaselaboradas na técnica Guttman e Thurstone, 4 a10 e 100 ou mais, respectivamente. Resumidamente:as vantagens da utilização da escala Likertsobre as outras escalas com mais itens são asseguintes: maior facilidade na construção daescala. Likert elimina o emprego dos juízes que éum meio sumamente custoso. A escala apresentacinco possíveis respostas para cada item da escala.A escala Likert com menos itens consegue amesma precisão do que as outras escalas com maisitens. Dentro de uma perspectiva psicométrica,algumas etapas precisam ser seguidas paraelaboração de um instrumento escalar: Escolha doobjeto/sujeitos – atitudes dos profissionais de saúdeque atuam com pacientes com seqüelas detraumatismo raqui-medular. A amostra esteveconstituída de 105 sujeitos sendo profissionais dasseguintes áreas: medicina-neurocirurgia, serviço32revistahugvhugv – <strong>Revista</strong> do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 5. n. 1-2 jan./dez. – <strong>2006</strong>
KATHYA AUGUSTA THOMÉ LOPES, MARGARETH VASCONCELOS MONTEIRO E LIMA, ROSANGELA SANTOS DA SILVAsocial, enfermagem, fisioterapia, terapiaocupacional, educação física, nutrição, psicologiae acadêmicos finalistas de cada uma dessas áreas.Elaboração das afirmativas: por meio das crençaspesquisadas anteriormente foram elaboradas 47afirmativas que compuseram o questionário pilotoda pesquisa, após a verificação da consistênciainterna pelo teste t de Student foram estabelecidasquais afirmativas permaneceriam na escalafinal (com t superior a 1,75). A construção dasafirmativas obedeceu aos grupos de crenças: 1 –potencialidades e ação multidisciplinar; 2 – exploraçãode capacidades; 3 – suporte emocionale familiar; 4 – acessibilidade como fatorimprescindível; 5 – cuidados hospitalares; 6 –indiferença ao gênero; 7 – transferência da responsabilidadeao outro profissional; 8 – atividadefísica e social restrita; 9 – preconceitos eincapacidades; 10 – impotência; 11 – necessidadede suporte financeiro; 12 – sempre dependentes;13 – ao lesado medular: o ônus. A disposição naescala foi feita de forma aleatória, buscando nãoagrupá-las. Para satisfazer as diretrizes paraconstrução dessa escala foram levados emconsideração os seguintes aspectos: a) asafirmativas não deviam conter respostasambíguas; b) utilização de uma linguagemcompreensível e utilização de frases envolvendouma única idéia; c) as frases deveriam ser curtasevitando-se afirmações radicais ou irrelevantes;d) as afirmativas foram dispostas aleatoriamentena apresentação da escala. Aplicação experimental:o instrumento piloto (escala) contendo 47afirmativas foi aplicado em 30 sujeitos com asmesmas características para os quais foiconstruída, ou seja, medicina-neurocirurgia,serviço social, enfermagem, fisioterapia, terapiaocupacional, educação física, nutrição, psicologiae acadêmicos finalistas de cada uma dessas áreas.Elaboração da escala: Após a aplicação doquestionário piloto com as 47 afirmativas,passamos para a elaboração da escala final. Aseleção das afirmativas na técnica de Likert foifeita da seguinte forma: 1) consideraram-se os 25%dos questionários com notas mais altas (gruposuperior mais favorável) e os 25% com notas maisbaixas (grupo inferior que mais desfavorável), ouseja, as oito maiores notas e as oito menores notasnum grupo de 30 sujeitos. 2) calcularam-se asdiferenças entre médias para todas as notas pormeio do teste t de Student e toda vez que t foisuperior a 1,75 a frase foi aceita ao nível designificância de 0,05. Selecionamos 30 afirmativasque compuseram a forma final da escala entre osmaiores valores de t, procurando balancearafirmativas favoráveis e afirmativas desfavoráveis.Após essas etapas, a escala final foiaplicada aos sujeitos os quais a escala foiconstruída.RESULTADOSA amostra foi constituída por 105 profissionaise acadêmicos do último ano de graduaçãodo Ensino Superior de cursos da área de saúde.Dividimos em subcategorias com as seguintes característicasetárias: até 25 anos, 44%; de 26 a 35anos, 30%; acima de 35 anos, 26%. Quanto aogênero: 24%, masculino e 76%, feminino. Nãohouve correlação entre os aspectos citados acimae o escore dos respondentes.A variável formação acadêmica deuorigem a três categorias, conforme mostra a Figura1, pós-graduados, 25%; residência médicacompleta ou incompleta e graduação completa,20%; acadêmicos finalistas, 55%.Nível de Formação60%50%40%30%20%10%0Figura 1 – Percentual de respondentes por formação acadêmicarevistahugvhugv – <strong>Revista</strong> do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 5. n. 1-2 jan./dez. – <strong>2006</strong>33
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