66do solo, assim como a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento conveniente (YEATES;BONGERS, 1999). Por isso são eficientes bioindicadores <strong>de</strong> alterações ocorridasnas condições do solo, como, por ex<strong>em</strong>plo, as resultantes da substituição <strong>de</strong>ecossist<strong>em</strong>as naturais por agroecossist<strong>em</strong>as (YEATES; BONGERS, 1999; NEHER,2001; CARES, 2006).Dessa forma, torna-se importante o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estudospara o conhecimento da estrutura <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> n<strong>em</strong>atoi<strong>de</strong>s <strong>em</strong> ambientescom vegetação natural e/ou submetidos à exploração agrícola (FRECCKMAN;ETTEMA, 1993; NEHER; CAMPBELL, 1994; TOMAZINI; FERRAZ; MONTEIRO,2008a).Assim, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar os efeitos <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong><strong>culturas</strong> e manejo do solo sobre a estrutura trófica <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> n<strong>em</strong>atoi<strong>de</strong>s,b<strong>em</strong> como estabelecer alterações ocorridas na ca<strong>de</strong>ia trófica <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> das práticasagrícolas adotadas.MATERIAL E MÉTODOSO estudo foi conduzido na área experimental do Centro Nacional <strong>de</strong>Pesquisa <strong>de</strong> Soja (Embrapa Soja), localizado <strong>em</strong> Londrina - PR, Brasil, situado a 620metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, 23°11’ latitu<strong>de</strong> Sul e 51°11’ longitu<strong>de</strong> Oeste, <strong>em</strong> LatossoloVermelho eutr<strong>of</strong>érrico. O clima da região é classificado como Cfa, segundo Köppen-Geinger e floresta está inserida no domínio <strong>de</strong> Mata Atlântica, sendo classificadacomo Floresta Estacional S<strong>em</strong>i<strong>de</strong>cidual (IBGE, 1992).A área <strong>de</strong> estudo utilizada faz parte <strong>de</strong> um experimento <strong>de</strong> longaduração, estabelecido <strong>em</strong> 1989 e o <strong>de</strong>lineamento experimental utilizado foi <strong>em</strong>blocos ao acaso <strong>em</strong> esqu<strong>em</strong>a fatorial (2 x 5) + 1, com quatro repetições, envolvendodois sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>culturas</strong> e cinco sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> manejo do solo e uma área <strong>de</strong> floresta(utilizada como referencial ecológico).Os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>culturas</strong> foram constituídos <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> sucessãosoja (Glycine max) / trigo (Triticum aestivum) e rotação <strong>de</strong> <strong>culturas</strong> incluindo <strong>culturas</strong><strong>de</strong> grãos [soja, milho (Zea mays) e trigo] e <strong>de</strong> cobertura e adubação ver<strong>de</strong> [tr<strong>em</strong>oço(Lupinus albus), nabo forrageiro (Raphanus sativus) e aveia preta (Avena strigosa)].Os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> preparo <strong>de</strong> solo foram: (1) sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> s<strong>em</strong>eadura direta, (2) sist<strong>em</strong>a<strong>de</strong> s<strong>em</strong>eadura direta com utilização <strong>de</strong> cruzador a cada três anos, (3) preparo com
67cruzador anualmente, (4) preparo convencional do solo com arado <strong>de</strong> disco e (5)preparo com gra<strong>de</strong> pesada. As parcelas eram <strong>de</strong> 50m <strong>de</strong> comprimento por 8m <strong>de</strong>largura.As amostragens foram realizadas logo após a colheita da soja, <strong>em</strong>março <strong>de</strong> 2011, com base <strong>em</strong> alterações na metodologia proposta por An<strong>de</strong>rson eIngram (1993), coletando-se três subamostras <strong>de</strong> solo para cada condição a cada10cm até a pr<strong>of</strong>undida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 30cm, formando uma amostra composta <strong>de</strong> cerca d<strong>de</strong>1500cm 3 <strong>em</strong> cada parcela experimental. As amostragens na área <strong>de</strong> florestaseguiram a mesma metodologia, coletando-se, aleatoriamente, <strong>em</strong> quatro pontosdistantes pelo menos 50m.Durante as amostragens, o solo foi mantido <strong>em</strong> bal<strong>de</strong>s plásticos etransferido para sacos plásticos i<strong>de</strong>ntificados e enviados ao laboratório <strong>de</strong>Fitopatologia do Departamento <strong>de</strong> Agronomia da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Londrina,on<strong>de</strong> foram mantidas <strong>em</strong> gela<strong>de</strong>ira a 4 o C, até o processamento das amostras.Para extração dos n<strong>em</strong>atoi<strong>de</strong>s, 100cm 3 <strong>de</strong> solo foram suspensos <strong>em</strong>2L <strong>de</strong> água, com posterior passag<strong>em</strong> <strong>em</strong> peneiras <strong>de</strong> aberturas 0,84mm, 0,075mm e0,025 mm, seguida da clarificação por meio do método <strong>de</strong> flotação centrífuga <strong>em</strong>solução <strong>de</strong> sacarose (JENKINS, 1964) e conservação <strong>em</strong> solução <strong>de</strong> formalina(formal<strong>de</strong>ído a 4%). Para <strong>de</strong>terminar a abundância <strong>de</strong> n<strong>em</strong>atoi<strong>de</strong>s nas amostras, onúmero total foi estimado pela contag<strong>em</strong> <strong>em</strong> câmara <strong>de</strong> Peters sob microscópioótico, avaliando-se 1 mL da solução com os n<strong>em</strong>atoi<strong>de</strong>s extraídos.Após essa contag<strong>em</strong>, i<strong>de</strong>ntificou-se, aleatoriamente, 200 indivíduosaté o nível <strong>de</strong> gênero, <strong>de</strong> acordo com Goseco, Ferris e Ferris (1974a,b), Bongers(1987), Fortuner et al. (1988) e De Ley e Blaxter (2002). Após a i<strong>de</strong>ntificação econtag<strong>em</strong> dos taxons, as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> n<strong>em</strong>atoi<strong>de</strong>s foram caracterizadasconsi<strong>de</strong>rando os seguintes parâmetros: a. Estrutura trófica: distribuição relativa (%)dos grupos tróficos (classificados pelos hábitos alimentares com base na morfologiado estoma-esôfago); b. Índice <strong>de</strong> <strong>diversida<strong>de</strong></strong> trófica (TD); c. Ca<strong>de</strong>ia trófica: Índice <strong>de</strong>Estrutura (SI) e Índice <strong>de</strong> Enriquecimento (EI), <strong>de</strong> acordo com Ferris, Bongers e DeGoe<strong>de</strong> (2001). Pelo cruzamento dos índices <strong>de</strong> Enriquecimento e Estrutura,caracterizou-se o perfil faunal das áreas.Realizou-se análises estatísticas univariada e multivariada. A análise<strong>de</strong> variância (ANOVA) foi utilizada para <strong>de</strong>tectar diferenças significativas entre ostratamentos e interações entre os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cultivo e preparo do solo. O teste <strong>de</strong>
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- Page 92 and 93: 90MANACHINI, B.; CORSINI, A.; BOCCH
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- Page 97 and 98: YEATES, G.W. Effects of plants on n
- Page 99 and 100: 97ANEXO AVegetaçãonativaParcelasa