5Assim, no primeiro capítulo, por meio <strong>de</strong> uma abor<strong>da</strong>gem histórica,compreen<strong>de</strong>-se que a história <strong>da</strong> educação musical na escola brasileira se fez comuma trajetória conflituosa, na qual a tensão entre obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> e liber<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>de</strong>ação gerou <strong>de</strong> um lado o <strong>de</strong>scaso, hoje, existente na escola quanto ao acesso a taleducação; e <strong>de</strong> outro, uma educação musical, fora <strong>da</strong> escola regular, que secaracteriza pela elitização do conhecimento musical, na sua redução a privilégio <strong>de</strong>alguns, fecha-se para as classes menos favoreci<strong>da</strong>s.As tendências pe<strong>da</strong>gógicas que estabeleceram a história <strong>da</strong> educação, nãosó no Brasil, influenciaram diretamente na educação musical. As políticasgovernamentais estabelecem a educação que se <strong>de</strong>ve realizar, como exemplo dissoestão em uso o PCN, Parâmetros Curriculares Nacionais, e o RCNEF, ReferencialCurricular para a Educação Infantil, que trazem a fun<strong>da</strong>mentação do trabalhope<strong>da</strong>gógico e orientam a práxis educativa, inclusive na música.Nota-se o <strong>de</strong>scaso com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> educação musical no Brasil, sendonecessário, portanto, compreen<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> fato, a quê a educação musical se propõe.Para isso, no segundo capítulo, procura-se compreendê-la como possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>formação, tanto reprodutiva, na qual a música se apresenta como um instrumento <strong>de</strong>consoli<strong>da</strong>ção e reprodução na e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, quanto <strong>de</strong> formação emancipatória, oque é analisado mais especificamente no terceiro capítulo, apresentando-se comoalternativa <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça e também <strong>de</strong> consciência crítica. Adorno, Marcuse,Horkheimer e Benjamin concor<strong>da</strong>m ao atribuir à cultura e à obra <strong>de</strong> arte, emespecial, essa dupla função, conforme analisa Freitag (1990, p. 77):...a <strong>de</strong> representar e consoli<strong>da</strong>r a or<strong>de</strong>m existente e ao mesmo tempo a <strong>de</strong> criticá-la,<strong>de</strong>nunciá-la como imperfeita e contraditória. (...) ela critica o presente e remete ofuturo. A dimensão conservadora e emancipatória <strong>da</strong> cultura e <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> arteencontram-se, pois, <strong>de</strong> mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s.É nesse segundo momento que são abor<strong>da</strong>dos com maior enfoque, a partirdos estudos <strong>da</strong> Teoria Crítica, os mecanismos <strong>da</strong> Indústria Cultural e a suainfluência na educação musical, consi<strong>de</strong>rando a conversão <strong>da</strong> formação emsemiformação pela industrialização <strong>da</strong> música e pela propagação <strong>da</strong> semicultura.Por enten<strong>de</strong>r a educação musical como possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> emancipação, consi<strong>de</strong>ra-se
6necessário questionar qual o papel <strong>da</strong> música na formação do ser humano, o que seenten<strong>de</strong> por experiência emancipatória e qual a influência <strong>da</strong> indústria cultural nessaeducação.No terceiro capítulo, por meio <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação e análise crítica doselementos necessários para uma prática pe<strong>da</strong>gógica emancipatória, a partir do olhar<strong>da</strong> Teoria Crítica, observa-se nos currículos dos cursos <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia e Licenciaturaem Música ou Arte-Educação, a presença <strong>da</strong>s disciplinas necessárias para aformação do educador musical – as disciplinas <strong>da</strong> área musical e <strong>da</strong> licenciatura - eanalisa-se a Proposta Pe<strong>da</strong>gógica do Curso <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, seus fun<strong>da</strong>mentos, objetivos e sua gra<strong>de</strong>curricular. Assim, além <strong>da</strong> formação em licenciatura e do conhecimento musical,alguns elementos <strong>de</strong>vem estar presentes na formação do profissional que vaitrabalhar com educação musical na educação infantil, os quais são i<strong>de</strong>ntificados, apartir do referencial teórico aqui adotado. Verifica-se, portanto, se estes elementosestão presentes na formação <strong>de</strong>sses professores e <strong>de</strong> que maneira po<strong>de</strong>riam estar.Atualmente, há um número razoável <strong>de</strong> pesquisadores interessados nosprocessos <strong>de</strong> ensino-aprendizagem <strong>da</strong> Educação Musical, ou seja, <strong>de</strong> ensino <strong>da</strong>música, sejam eles formais ou não-formais. Esse interesse está associado ao fato<strong>de</strong> que a gran<strong>de</strong> maioria dos pesquisadores atua diretamente com os processos <strong>de</strong>ensino-aprendizagem e que esta especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> é muito ampla, comportando umainfini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sub-temas. Contudo, a preocupação <strong>de</strong>sta pesquisa, não está emestu<strong>da</strong>r os aspectos psicológicos do aprendizado musical e nem <strong>de</strong> apresentarmétodos <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> música, mas em repensar, numa perspectiva crítica, aformação dos profissionais que atuarão como educadores musicais na educaçãoinfantil nas escolas <strong>de</strong> ensino regular.
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