73Des<strong>de</strong> pequeno, ou até mesmo antes <strong>de</strong> nascer - no útero materno - a criança ésensível ao ambiente sonoro, respon<strong>de</strong>ndo a eles por meio <strong>de</strong> movimentoscorporais, assim, a presença <strong>da</strong> música em diferentes e varia<strong>da</strong>s situações docotidiano fazem com que bebês e crianças iniciem seu processo <strong>de</strong> musicalização<strong>de</strong> forma intuitiva. Trabalhar com a música na Educação Infantil é antes <strong>de</strong> tudo umfazer artístico, é <strong>de</strong>senvolver a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por um lado, os ganhos que a práticamusical nessa fase proporciona, seja pela expressão <strong>da</strong>s emoções, pelasociabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, pela disciplina, pelo <strong>de</strong>senvolvimento do raciocínio, são valiosíssimose são para a vi<strong>da</strong> to<strong>da</strong>. Por outro lado, se a influência musical exerci<strong>da</strong> sobre oindivíduo, ain<strong>da</strong> na primeira infância, limitar-se à música massifica<strong>da</strong>, aspossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação se encontrarão <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s.A música presente no cotidiano <strong>da</strong> criança: em seu lar, na escola, na igreja,na rua, em todo o seu convívio social, exerce significativa influência sobre a suaformação. No seu dia-a-dia, ela tem contato com uma gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sons,barulhos <strong>da</strong>s mais diversas formas e estilos a<strong>de</strong>quados ou não a ela: barulhos <strong>de</strong>pequenos objetos, aparelhos domésticos e máquinas; sons e músicas na televisão,no rádio, na escola com a professora e nas brinca<strong>de</strong>iras com os colegas e emocasiões mais diversas: na diversão, na <strong>da</strong>nça, no adormecer... Nesses momentos,acontece a musicalização.Na educação infantil, a música está presente em todos os momentos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aaula <strong>de</strong> música propriamente dita até a escuta <strong>de</strong>satenta do carro <strong>de</strong> som que passaem frente à escola. A musicalização na escola não se limita à aula <strong>de</strong> música, é emto<strong>da</strong> e qualquer experiência musical que ela acontece, <strong>de</strong>ssa forma a musicalização,sobretudo na educação infantil, precisa ter objetivos e metas que favoreçam aformação musical qualifica<strong>da</strong> <strong>da</strong>s crianças. No entanto, como é analisado peloReferencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a música na EducaçãoInfantil tem se restringido a estar a serviço <strong>de</strong> outros ensinos e não <strong>de</strong>la própria: “Amúsica tem sido em muitos casos, suporte para aten<strong>de</strong>r a vários propósitos como aformação <strong>de</strong> hábitos, atitu<strong>de</strong>s e comportamentos (...); a realização <strong>de</strong>comemorações relativas ao calendário <strong>de</strong> eventos do ano letivo (...); a memorização<strong>de</strong> conteúdos (...) traduzidos em canções.” (BRASIL, 1998b, p.47).
74De forma mecânica e estereotipa<strong>da</strong>, a música insere-se na sala <strong>de</strong> aula <strong>da</strong>Educação Infantil, principalmente através <strong>da</strong> TV, do Rádio e <strong>de</strong> CD’s trazidos pelascrianças ou até mesmo pelo próprio educador, reproduzindo sempre os mesmospadrões musicais medíocres, sem na<strong>da</strong> acrescentar às crianças que ouvemrepeti<strong>da</strong>mente, tornando-se ouvintes passivos e alienados.Entretanto, qual seria a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> presença <strong>da</strong> música na EducaçãoInfantil? A essa pergunta, respon<strong>de</strong>-se: a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> presença <strong>da</strong> música naeducação infantil não é transmitir a técnica musical, mas <strong>de</strong>senvolver no aluno aaudição atenta e reflexiva, o gosto por esta música com tantos significados, alinguagem musical, a expressão através <strong>de</strong>la, a sensibilização ao som, o domínio doritmo, além <strong>de</strong> possibilitar o acesso do educando ao imenso patrimônio musical quea humani<strong>da</strong><strong>de</strong> vem construindo.Sny<strong>de</strong>rs (1999, p. 170), em seu livro A Escola po<strong>de</strong> Ensinar as Alegrias <strong>da</strong>Música? faz uma afirmação muito relevante em relação ao caráter do ensino <strong>da</strong>música:O ensino <strong>da</strong> música é o mais <strong>de</strong>sesperado, porque conta muito pouco para o futuroprofissional e escolar dos alunos em seu conjunto. E é o mais carregado <strong>de</strong>esperança: o professor não tem <strong>de</strong> passar aos alunos o amor pela música, pois semdúvi<strong>da</strong>, nenhuma geração <strong>de</strong> jovens viveu tão musicalmente como a <strong>de</strong> agora; cabea ele ‘simplesmente’ estabelecer a comunicação entre a música ‘<strong>de</strong>les’ e as outras”A musicalização nos horizontes <strong>da</strong> Teoria Crítica, não tem como objetivo ofuturo profissional <strong>da</strong>s crianças e nem apenas incentivá-las a tocar um instrumento,a ler partitura, ou apreciar um concerto, mas favorecer um ambiente sonorodiferenciado <strong>da</strong>quele a que são submeti<strong>da</strong>s e no qual seus ouvidos são<strong>de</strong>seducados.Nas análises feitas nos capítulos anteriores, nota-se as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> aTeoria crítica contribuir para a construção <strong>de</strong> uma Teoria Pe<strong>da</strong>gógica. Autores comoGiroux (1986 e 1987), Freitag (1987 e 1990), Markert (1991), Schmied-kowarzik(1988), Zuin (1992) e Pucci (1994) estu<strong>da</strong>m estas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Semelhantemente,a seguir, <strong>de</strong>senvolvem-se alguns elementos que apontam nessa direção: umpossível olhar sobre a musicalização na educação infantil pelos horizontes <strong>da</strong> teoriacrítica.
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Dedico este trabalho a minha filhaF
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