9teoria musical, em seus aspectos mais técnicos, referindo-se à conscientizaçãointelectual <strong>da</strong> música, à aquisição <strong>de</strong> conhecimentos específicos <strong>da</strong> linguagemmusical, como a leitura e a escrita, as noções <strong>de</strong> forma, escalas, modos, harmonia,etc, acreditando que por meio do conhecimento musical já produzido esistematizado, o aluno, mais tar<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ria realizar sua prática musical com maisfirmeza; por outro lado, outra parte dos professores, a minoria, utilizando-se <strong>da</strong>prática musical do aluno inseria os elementos teóricos, como complemento dotrabalho.O objetivo <strong>da</strong>s aulas <strong>de</strong> música era formar músicos excepcionais,instrumentistas, cantores, mesmo que isso não fosse a escolha do aluno. Percebeseque a escola trabalhando à parte <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong>spessoas, as quais não pertenciam à elite, por isso não freqüentavam o meioacadêmico, <strong>de</strong>stinava-se a transmitir conhecimento, teorias já formula<strong>da</strong>s,reproduzindo <strong>de</strong>terminados conceitos e instruindo os filhos <strong>da</strong> elite a não se<strong>de</strong>ixarem influenciar pela música popular, ou seja, a música não-erudita e a nãosacra.O início do século XX foi marcado por mu<strong>da</strong>nças que tiveram um extraordinárioimpacto em todos os aspectos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> humana, algumas certezas que pareciameternas começaram a evaporar <strong>de</strong> um momento para o outro, o homem, queacreditava em ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s absolutas, em códigos morais fixos e inquestionáveis,começa a olhar tudo isso sob o prisma <strong>da</strong> dúvi<strong>da</strong>. A partir <strong>de</strong> então, ficou muitodifícil manter a idéia <strong>de</strong> que o mundo era um lugar simples, regulado por valoresuniversais e imutáveis.As mu<strong>da</strong>nças revolucionárias, como o <strong>de</strong>senvolvimento dos sistemas <strong>de</strong>comunicação e transporte, começavam a permitir que as idéias cruzassemrapi<strong>da</strong>mente as fronteiras dos países, a informação começava a ser compartilha<strong>da</strong>globalmente. Assim sendo, percebe-se que as inter-relações entre o fazerpe<strong>da</strong>gógico dos educadores e todo o contexto histórico, político, social e econômicoem que viveram são assuntos tão fascinantes quanto impossíveis <strong>de</strong> explorar <strong>de</strong>ntrodo escopo <strong>de</strong>ste trabalho. Entretanto, um ponto fun<strong>da</strong>mental foi o reconhecimento<strong>da</strong> criança enquanto ser ‘visível’, dotado <strong>de</strong> características próprias e não um projeto<strong>de</strong> adulto, ou um adulto incompleto. Passa-se a levar em conta, na pe<strong>da</strong>gogia, as
10etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo, procurando estimular ca<strong>da</strong> faseapropria<strong>da</strong>mente; compreen<strong>de</strong>ndo ca<strong>da</strong> vez mais a importância do afeto, <strong>da</strong>motivação, <strong>da</strong> brinca<strong>de</strong>ira na educação infantil e na construção <strong>de</strong> um universoadulto mais rico e saudável.Nesse cenário <strong>de</strong> intensa efervescência, surgiram novas correntes pe<strong>da</strong>gógicascom John Dewey, Jerome Bruner e Jean Piaget, os métodos ativos <strong>de</strong> Decroly,Montessori, Dalton, e Parkhurst, formando a Escola Nova.Surgem, na Europa, nesse período, influenciados pelos pensamentosescolanovistas, músicos e educadores que, por meio <strong>de</strong> práticas pe<strong>da</strong>gógicasinovadoras, lançam as bases <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a educação musical mo<strong>de</strong>rna: Émile Jaques-Dalcroze, Zoltán Kodály, Carl Orff, Maurice Martenot e Violeta Gainza, entre outros.Estes “... <strong>de</strong>senvolvem propostas inovadoras para o ensino <strong>de</strong> música, como umaalternativa para a escolarização <strong>de</strong> crianças oriun<strong>da</strong>s <strong>de</strong> classes sociais<strong>de</strong>sfavoreci<strong>da</strong>s”. (LOUREIRO, 2003, p. 53)Esses músicos e pe<strong>da</strong>gogos influenciaram a educação brasileira, <strong>de</strong> acordocom Paz (2000, p.10)O início do século XX foi o gran<strong>de</strong> marco do surgimento e evolução <strong>da</strong>s doutrinaspe<strong>da</strong>gógico-musicais. É bem ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que Comenius (1592 – 1671), no século XVII,lançou as primeiras bases <strong>de</strong> um ensino ativo-intuitivo, mas essa tentativa nãoalcançou o êxito que, somente no início <strong>de</strong>ste século, o suíço Émile Jacques Dalcroze,o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro pai do ensino renovador <strong>de</strong> música, obteve. (...) Dalcroze trouxe umacontribuição inestimável ao ensino <strong>da</strong> música, até então puramente teórico, livresco,totalmente <strong>de</strong>svinculado <strong>da</strong> vivência e <strong>da</strong> prática.O movimento escolanovista ganha corpo no Brasil a partir <strong>da</strong> Revolução <strong>de</strong>30, <strong>de</strong>pois disso, os <strong>de</strong>mais métodos <strong>de</strong> educação musical preconizaram o ensinoativo e intuitivo, neste, afirma-se a importância <strong>da</strong> arte na educação para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> imaginação, <strong>da</strong> intuição e <strong>da</strong> inteligência <strong>da</strong> criança, e sevaloriza a livre expressão infantil. Os educadores passam a encarar a linguagemmusical como necessária e acessível a todos e não somente aos consi<strong>de</strong>rados bemdotados. Os criadores dos métodos ativos outorgam à música um papel importante<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seus sistemas educacionais, reconhecendo seu ritmo como elemento ativoe favorecendo as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> expressão e criação.
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