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Daiane Solange Stoeberl da Cunha - Programa de Pós-Graduação ...

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37A Teoria Crítica passa por um momento <strong>de</strong> negação, a antítese hegeliana. Afilosofia <strong>de</strong> Hegel é <strong>de</strong>signa<strong>da</strong> como filosofia negativa. E a Teoria Crítica her<strong>da</strong> essafilosofia alemã.Ca<strong>da</strong> coisa para ser o que é, <strong>de</strong>ve vir a ser o que não é. Essa ânsia <strong>de</strong> buscar aver<strong>da</strong><strong>de</strong> além dos fatos, <strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciar os totalitarismos, estejam eles on<strong>de</strong> estiverem,<strong>de</strong> clarificar as trevas <strong>da</strong> ignorância, <strong>da</strong> barbárie, do fetiche, <strong>da</strong> manipulaçãoi<strong>de</strong>ológica, <strong>de</strong> questionar tudo aquilo que ofusca o po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> consciência, o espaço <strong>da</strong>liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, a afirmação <strong>da</strong> individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> autonomia do homem, faz parte docoração e do cérebro <strong>da</strong> Teoria Crítica. (PUCCI, 1994, p. 30)O pensamento crítico significa um processo histórico concreto e não somentelógico, essa dialética aparece bem clara nos textos <strong>de</strong> Adorno: em Indústriacultural: o esclarecimento como mistificação <strong>da</strong>s massas 9 , a análise <strong>da</strong>instrumentalização <strong>da</strong> cultura na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> capitalista monopolista manifestaexaustivamente a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> crítica <strong>da</strong> dialética. Em Teoria <strong>da</strong> semicultura 10 , Adornoaponta a transformação <strong>da</strong> formação cultural em semiformação, o que seria umapseudoformação, resultante <strong>da</strong> popularização <strong>da</strong> cultura, uma aparente<strong>de</strong>mocratização <strong>da</strong> cultura, portanto uma socialização <strong>de</strong>formativa, quando a razãoper<strong>de</strong> seu potencial crítico, a consciência retroce<strong>de</strong>, tudo se assemelha. A indústriaCultural atrofia o po<strong>de</strong>r crítico <strong>da</strong> arte, ele só persiste nas obras que se esforçampara atingir autonomia frente à socie<strong>da</strong><strong>de</strong> atual, efetivando, assim, o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>permitir que seja <strong>de</strong>svelado o que é ocultado pela i<strong>de</strong>ologia.Quando a formação cultural é falsea<strong>da</strong>, o que historicamente se concretizounos trabalhadores, por terem sua liber<strong>da</strong><strong>de</strong> limita<strong>da</strong> pela classe dominante, aconsciência e a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> são atrofia<strong>da</strong>s, o que se po<strong>de</strong> chamar <strong>de</strong> semiformaçãocultural, entretanto, graças à consciência <strong>de</strong> classe e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional,alguns grupos não se envolvem com a semicultura, expressando resistência e<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> superação <strong>da</strong> opressão.Semiformação e semicultura são conceitos adornianos para <strong>de</strong>finir umareali<strong>da</strong><strong>de</strong> vivencia<strong>da</strong> ou mesmo observa<strong>da</strong> por ele e <strong>da</strong> mesma forma vivencia<strong>da</strong>nos dias hodiernos. Esses conceitos nomeiam o homem contemporâneo, impedido<strong>de</strong> ter experiência e, portanto, <strong>de</strong>sprovido <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir sobre osignificado do processo <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> sua situação diante dos outros, con<strong>de</strong>nado9ADORNO, T.W; HORKHEIMER, M. 198610ADORNO.T.W. 1996

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