61Percebe-se que, a ação educativa do pe<strong>da</strong>gogo na educação musical, não émera transmissão <strong>de</strong> conhecimento, portanto, não há como o pe<strong>da</strong>gogo sereducador musical capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma práxis emancipatória, a partir <strong>de</strong>algumas poucas aulas sobre o ensino <strong>da</strong> arte, em geral, o que acontece no currículoanalisado. È necessário maior aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s questões referentes à música,através <strong>de</strong> maior carga horária <strong>de</strong> disciplinas <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s a esta área doconhecimento, <strong>de</strong> forma que, a formação do pe<strong>da</strong>gogo, possibilite uma práxispe<strong>da</strong>gógica para uma educação musical <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Acredita-se que uma proposta <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> educadores <strong>de</strong>va contemplar oestado <strong>de</strong> barbarização em que atuará como profissional, e, muito além disso, comoeducador, consi<strong>de</strong>rando o contexto educacional e social no qual a formação seinsere: <strong>de</strong> padronização do comportamento, estimulação <strong>da</strong> atitu<strong>de</strong> conformista,submissão à hegemonia <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo dos produtos <strong>da</strong> indústriacultural. Partindo <strong>de</strong>ssa conscientização, a formação docente toma direção rumo àprática pe<strong>da</strong>gógica esclarecedora, culminando numa educação musical mais crítica.Passa-se então, a uma análise mais específica <strong>de</strong> alguns elementosnecessários para a formação do futuro pe<strong>da</strong>gogo, como educador musical,sugeridos pela Teoria Crítica - uma prática que privilegie a educação musicalemancipatória - que po<strong>de</strong>ria auxiliar no discernimento e na oposição <strong>da</strong>sconseqüências <strong>da</strong> produção <strong>da</strong> semiformação, ou seja, <strong>da</strong> conquista do espírito pelalógica do fetiche <strong>da</strong> mercadoria. Essa relação entre pe<strong>da</strong>gogia e Teoria Crítica,antes observa<strong>da</strong> como pertinente a esta pesquisa, aqui torna-se fun<strong>da</strong>mento para ai<strong>de</strong>ntificação dos subsídios relevantes à práxis pe<strong>da</strong>gógica, como afirma Zuin (1999,p.131):... não é inócua e muito menos completamente resolvi<strong>da</strong> a discussão sobre relaçõesque po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s entre as contribuições dos chamados teóricosfrankfurtianos e a própria pe<strong>da</strong>gogia.Esses elementos não consistem somente em teorização, mas, num modo <strong>de</strong>pensar que precisaria ser, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente, matizado na crítica <strong>da</strong> cultura, não comouma precipitação <strong>de</strong> resolução imediata dos problemas educacionais, nem <strong>de</strong> umautilização superficial <strong>de</strong>sses elementos como receita pronta e acaba<strong>da</strong> para umanova práxis.
623.2 A EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA COMO OBJETIVO DA PRÁXISPEDAGÓGICAPrimordialmente, ressalta-se a indispensável clareza que o educador <strong>de</strong>ve terem relação ao tipo <strong>de</strong> formação que estará pronto a exercer. A pré-<strong>de</strong>finição dosobjetivos que se quer alcançar através <strong>de</strong> sua prática docente e a compreensão dosmeios que se utilizará para alcançar a meta <strong>de</strong>seja<strong>da</strong> são elementos que estãointrinsecamente ligados às concepções teóricas adota<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> tal forma que, aconstrução <strong>de</strong> qualquer práxis pe<strong>da</strong>gógica <strong>de</strong>ve estar fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> nas préconcepçõesteóricas eluci<strong>da</strong><strong>da</strong>s previamente. A proposta pe<strong>da</strong>gógica <strong>de</strong> formação<strong>de</strong> educadores musicais comprometidos com a práxis emancipatória, portanto,necessita, na opinião <strong>de</strong> (ZUIN, 1999, p. 131), fazer um resgate do sentimento <strong>de</strong>um procedimento crítico semelhante àquele <strong>de</strong>senvolvido por Horkheimer no textoTeoria Tradicional e Teoria Crítica, sobretudo na investigação <strong>da</strong> relaçãoantagônica entre ambas.O Esclarecimento é objeto <strong>de</strong> reflexão <strong>de</strong> todos os autores <strong>da</strong> Escola, arazão foi tema <strong>de</strong> produção durante os 50 anos, Kant a <strong>de</strong>finiu como subjetiva,transcen<strong>de</strong>ntal, inata, emancipatória, condutora à autonomia, contudo, essaconvicção iluminista para os frankfurtianos é ilusória, pois, ao contrário, a razão fazparte <strong>de</strong> um crescente processo <strong>de</strong> instrumentalização para dominação e repressãodo homem.A compreensão <strong>de</strong> que a humani<strong>da</strong><strong>de</strong>, através do esclarecimento, começa asair <strong>da</strong> menori<strong>da</strong><strong>de</strong> e que a mesma humani<strong>da</strong><strong>de</strong> tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> permitir aeducação <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes para o Esclarecimento, para a maiori<strong>da</strong><strong>de</strong>, é umlegado <strong>de</strong> Kant que permanece com os frankfurtianos.Para Adorno, o objetivo <strong>da</strong> práxis educacional é a emancipação:De certo modo, emancipação significa o mesmo que conscientização,racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>... A educação seria impotente e i<strong>de</strong>ológica se ignorasse o objetivo <strong>de</strong>a<strong>da</strong>ptação e não preparasse os homens para se orientarem no mundo. Porém, elaseria igualmente questionável se ficasse nisto, produzindo na<strong>da</strong> além do welladjusted people, pessoas bem ajusta<strong>da</strong>s, em conseqüência do que a situaçãoexistente se impõe precisamente no que tem <strong>de</strong> pior (ADORNO, 1995 p. 143)
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