29informal ou formal, com to<strong>da</strong> a influência <strong>da</strong> Indústria Cultural sobre essa formação,observamos uma semiformação.Toma-se, aqui, como ferramenta que auxilie na análise, as contribuiçõesteóricas e as críticas contun<strong>de</strong>ntes que fazem parte do trabalho significativo <strong>de</strong>análise crítica à socie<strong>da</strong><strong>de</strong> capitalista contemporânea realizado pela Escola <strong>de</strong>Frankfurt 7 , com o qual se analisa o mecanismo <strong>de</strong> reprodução do capitalismo: aIndústria Cultural e conseqüentemente a conversão <strong>da</strong> formação em semiformação.Surgia em Frankfurt, no ano <strong>de</strong> 1924, um movimento que mais tar<strong>de</strong> seriaconhecido como “Escola <strong>de</strong> Frankfurt”. Essa <strong>da</strong>ta é marca<strong>da</strong> pela fun<strong>da</strong>ção doInstituto <strong>de</strong> Investigação Social, criado, a partir <strong>da</strong> organização <strong>da</strong> Primeira Semana<strong>de</strong> Trabalho Marxista, organiza<strong>da</strong> por Felix J. Weil.Após o regresso do Instituto à Alemanha, em 1950, com o fim do exílio dosseus intelectuais, <strong>de</strong>terminado pela violência do Nazismo e marcado pelaimpessoali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial massifica<strong>da</strong>, <strong>de</strong>senvolve-se a idéia <strong>de</strong> uma“Escola específica” e só então utiliza-se a expressão “Escola <strong>de</strong> Frankfurt” .O termo Escola <strong>de</strong> Frankfurt ou uma concepção <strong>de</strong> uma ‘teoria crítica’ sugerem umauni<strong>da</strong><strong>de</strong> temática e um consenso epistemológico teórico e político que raras vezesexistiu entre os representantes <strong>da</strong> Escola. O que caracteriza a sua atuação conjunta éa sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> intelectual e crítica, sua reflexão dialética, sua competênciadialógica ou aquilo que Habermas iria chamar <strong>de</strong> ‘discurso’, ou seja, o questionamentoradical dos pressupostos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> posição e teorização adota<strong>da</strong>. (FREITAG, 1990,p.34)7A <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Frankfurt se dá tanto pelos temas <strong>de</strong> interesse dos estudos, quantoatravés <strong>da</strong>queles que a representam, seja pela a<strong>de</strong>são a uma plataforma teórica, a Teoria Crítica ecomplementos; ou i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> histórica, o Instituto e suas <strong>de</strong>pendências; ou um projeto histórico epolítico. O primeiro a se <strong>de</strong>stacar foi Max Horkheimer, que como a maioria dos intelectuais <strong>da</strong> Escola,era ju<strong>de</strong>u <strong>de</strong> origem, foi influenciado por Schopenhauer e Kant, pelos filósofos i<strong>de</strong>alistas <strong>da</strong> “filosofia<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>” como Nietzche, Dilthey e Bérgson, além <strong>de</strong> Marx. Junto a Horkheimer esteve TheodorWiesegrund Adorno(1903-1969) que vinha <strong>de</strong> um meio <strong>de</strong> musicistas e amantes <strong>de</strong> músicas, formadoem música pela Escola <strong>de</strong> Viena, se orientou para a estética musical, musicólogo, crítico literário, oqual tem a sua obra to<strong>da</strong> liga<strong>da</strong> à ciência social nos termos <strong>de</strong> uma filosofia <strong>da</strong> cultura, realiza emtermos absolutamente seus, uma radical crítica à socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> massa. Leitor <strong>de</strong> Kant, Kierkegaard eHusserl, o qual o influenciou a recriar a psicologia enquanto ciência em outras bases que não aspositivistas. Sua preocupação se revela nos trabalhos “Filosofia <strong>da</strong> Nova Música” e “Introdução àSociologia <strong>da</strong> Nova Música” , além <strong>de</strong> outras obras. Entre outros pensadores, po<strong>de</strong>m ser citados,ain<strong>da</strong>, Herbert Marcuse que se cruzou com a Escola mas, ao mesmo tempo, manteve o seu projeto.Estudou Husserl e Hei<strong>de</strong>gger. Foi um dos expoentes <strong>da</strong> Nova Esquer<strong>da</strong> Americana. Morreu em 1978.A essa categoria, embora em mol<strong>de</strong>s muito diferentes, aparentar-se-ia também WalterBenjamin(1892-1940), implicado historicamente no projeto <strong>da</strong> Escola, ilustrando-a sem a ela a<strong>de</strong>rir. Ainfluência <strong>de</strong> Kant e Hegel na Teoria Crítica <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Frankfurt trouxe a importância <strong>da</strong>individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e fortalecimento os elementos <strong>da</strong> razão emancipatória.
30Po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r essa intensa inquietu<strong>de</strong> por se originar na “... crítica a umasocie<strong>da</strong><strong>de</strong> à qual não conseguem modificar e on<strong>de</strong> se vêem obrigados a viver, pelaimpossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> construir outra, com seus confortos e sem suas escravidões.”(CHACON in ADORNO; AXELOS; BENJAMIN et al, 1970, p. 15)A Escola <strong>de</strong> Frankfurt é um acontecimento, um projeto científico, uma atitu<strong>de</strong>,uma corrente, um fenômeno i<strong>de</strong>ológico auto<strong>de</strong>nominado crítico, em que o objetivofoi tecer uma crítica ao pensamento sistemático, para tanto, utilizava-se <strong>de</strong> ensaios,artigos <strong>de</strong> circunstâncias e resenhas, que sugeriam uma idéia <strong>de</strong> algo inacabado eincompleto, portanto, aberto a sugestões e modificações nas linhas <strong>de</strong> pensamento,<strong>de</strong> forma que a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> teórica dos autores que compõem a Escola não permite<strong>de</strong>fini-la numa perspectiva <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> doutrinal. No entanto, torna-seconheci<strong>da</strong> por <strong>de</strong>senvolver uma “teoria crítica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”, que é um modo <strong>de</strong>fazer filosofia integrando os aspectos normativos <strong>da</strong> reflexão filosófica com asrealizações explicativas <strong>da</strong> sociologia, visto que o seu objetivo é fazer a crítica,buscando o entendimento e promovendo a transformação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.2.1 A INDÚSTRIA CULTURAL E A FORMAÇÃO DISSIMULADAPo<strong>de</strong>-se estabelecer relação entre formação humana e um “tornar-se pleno”?Com um caráter valorativo? Essa idéia vem permeando discursos na pe<strong>da</strong>gogiamo<strong>de</strong>rna, em que o formativo está ligado estritamente ao positivo, e que estaformação é equivalente à racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e, mais ain<strong>da</strong>, à escolarização. Por exemplo,se o indivíduo freqüenta a escola, quer dizer que está sendo formado, ou ain<strong>da</strong>, seem <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> escola, há aulas <strong>de</strong> música, àqueles alunos está sendooportunizado um ensino <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e assim, também, com essas aulas, eles setornam críticos.Nesse discurso, não se admite a escola como <strong>de</strong>preciadora <strong>da</strong> formaçãohumana, ou seja, não se discute a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a escola, mesmo tendo “aulas <strong>de</strong>música”, não estar contribuindo para uma formação mais consciente, crítica eemancipatória, portanto, uma <strong>da</strong>s maiores preocupações é o fato <strong>de</strong> que assimcomo a escola, a música, po<strong>de</strong> assumir duas funções: a <strong>de</strong> reprodução e a <strong>de</strong>emancipação.Tendo em vista essa questão, faz-se necessário levantar elementos para
- Page 1 and 2: DAIANE SOLANGE STOEBERL DA CUNHAEDU
- Page 3 and 4: Dedico este trabalho a minha filhaF
- Page 5 and 6: SUMÁRIORESUMO.....................
- Page 7: ABSTRACTThis work has the objective
- Page 11 and 12: 4faz presente na vida escolar do al
- Page 13 and 14: 6necessário questionar qual o pape
- Page 15 and 16: 8historicamente, sendo refletido no
- Page 17 and 18: 10etapas de desenvolvimento cogniti
- Page 19 and 20: 12no canto orfeônico (eufemismos s
- Page 23: 16associado ao governo autoritário
- Page 26 and 27: 19... e suas modificações foram c
- Page 28: 21orientações gerais para o profe
- Page 31 and 32: 24Em todo o Brasil, a triste situa
- Page 33 and 34: 26Não há como ignorar a dissimula
- Page 35: CAPÍTULO IIA EDUCAÇÃO MUSICAL NA
- Page 39 and 40: 32Esse tempo poderia ser aproveitad
- Page 41 and 42: 34Acontece uma falsa democratizaç
- Page 43 and 44: 36A tecnificação do mundo e a rep
- Page 45 and 46: 38à mera vivência por força da l
- Page 47 and 48: 40e, de forma massiva, tem conquist
- Page 49 and 50: 42As dimensões dos prejuízos de h
- Page 51 and 52: 44Partindo, portanto, da compreens
- Page 53 and 54: 46docente para uma educação music
- Page 55 and 56: 48UFV, Universidade de Campinas - U
- Page 57 and 58: 50da escola, contribuindo, negativa
- Page 59 and 60: 52ouvinte e o leva a ter uma tendê
- Page 61 and 62: 54se tem? A Proposta Pedagógica pr
- Page 63 and 64: 56criticamente a Educação em proc
- Page 65 and 66: 58atividades de estágio curricular
- Page 67 and 68: 60formados criticamente e se tornar
- Page 69 and 70: 623.2 A EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA C
- Page 71 and 72: 64... propensão de uma práxis ped
- Page 73 and 74: 66A dialética adorniana remete o f
- Page 75 and 76: 68privilégio de todos. Essa liberd
- Page 77 and 78: 70A educação crítica, portanto,
- Page 79 and 80: 72ambiente escolar favorável à au
- Page 81 and 82: 74De forma mecânica e estereotipad
- Page 83 and 84: 76músicas que se tornam objeto de
- Page 85 and 86: 78c) Desenvolvimento da consciênci
- Page 87 and 88:
80De acordo com Howard (1984), auto
- Page 89 and 90:
82musical e esclarecimento sobre a
- Page 91 and 92:
84ensino de música em todas as esc
- Page 93 and 94:
86educativa musical que se consider
- Page 95 and 96:
88ou ainda ao ouvir a rádio de suc
- Page 97 and 98:
90suas relações, inclusive em rel
- Page 99 and 100:
92DEL BEM, L; HENTSCHKE, L; MATEIRO
- Page 101 and 102:
94SWANWICK, K. Ensinando Música Mu
- Page 103 and 104:
96Para isso, o Departamento de Peda
- Page 105 and 106:
98conseqüência da primeira) e o s
- Page 107 and 108:
1002) A apropriação (...) de todo
- Page 109 and 110:
as disciplinas de conhecimentos esp
- Page 111 and 112:
104• compromisso com a ética de
- Page 113 and 114:
106Centro de Ciências Humanas, Let
- Page 115 and 116:
METODOLOGIA DO ENSINO DE LÍNGUA PO
- Page 117 and 118:
1100719 DEPED Fundamentos de Superv
- Page 119 and 120:
112educação infantil no Brasil. M