43reapropriação <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> razão, em uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> não tão<strong>de</strong>ssensibiliza<strong>da</strong> e irracional:O verso torna possível o que já se tornou impossível na prosa <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> (...) Aliber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> alma foi utiliza<strong>da</strong> para <strong>de</strong>sculpar miséria, martírio e servidão. Ela serviupara submeter i<strong>de</strong>ologicamente a existência à economia do capitalismo. Porém,apreendi<strong>da</strong> corretamente, a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> alma não aponta para a participação dohomem num além eterno, on<strong>de</strong> por fim tudo se resolve quando o indivíduo já nãousufrui <strong>de</strong> na<strong>da</strong>. Ao contrário, ela pressupõe aquela ver<strong>da</strong><strong>de</strong> superior segundo a qualnesse mundo é possível uma forma <strong>de</strong> existência social em que a economia não<strong>de</strong>ci<strong>de</strong> acerca <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> dos indivíduos. O homem não vive apenas <strong>de</strong> pão: umaver<strong>da</strong><strong>de</strong> como essa não esgota pela falsa interpretação <strong>de</strong> que o alimento espiritualé um substituto suficiente para a falta <strong>de</strong> pão. (MARCUSE, 1997, p. 108)Nota-se a importância <strong>da</strong><strong>da</strong> por Marcuse para a transformação radical nasrelações <strong>de</strong> produção, que possibilitariam a construção <strong>de</strong> uma educação queefetivasse a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira formação. Sabe-se que não há como absolutizar a arte <strong>de</strong>maneira tal, a ponto <strong>de</strong> ser totalmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>s relações econômicas, noentanto, ela nunca se esquiva <strong>de</strong> ser o ápice representativo <strong>da</strong> objetivação <strong>da</strong>formação.A obra <strong>de</strong> arte expressa inconformismo e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> emancipação emrelação à barbárie <strong>da</strong> práxis social em tempos <strong>de</strong> indústria cultural. Acredita-se queas transformações necessárias para tal emancipação <strong>de</strong>vam ocorrer no âmbitoeducativo, pois nas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> reapropriação <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> razão quea educação musical representa a objetivação <strong>da</strong> formação emancipatória para aconcretização <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mais sensível e racional, na qual seja realmentepossível uma forma <strong>de</strong> existência social, em que a economia não <strong>de</strong>ci<strong>da</strong> acerca <strong>de</strong>to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> dos indivíduos.A educação musical na era <strong>da</strong> Indústria Cultural, está atrela<strong>da</strong> à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> que uma concepção educacional crítica seja assumi<strong>da</strong> pelos educadoresmusicais. É possível repensar a prática pe<strong>da</strong>gógica <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> na educaçãomusical na escola, a partir <strong>da</strong>s análises já <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s sobre a atual situação emque se encontra.O educador musical, em tempos <strong>de</strong> mercantili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> arte, admite umafunção <strong>de</strong>terminante na formação <strong>da</strong>s crianças: na sensibilização, na formaçãocrítica, na prática <strong>da</strong> auto-reflexão, no esclarecimento, na emancipação.
44Partindo, portanto, <strong>da</strong> compreensão inicial <strong>da</strong> trajetória conflituosa pela qual aeducação musical passou – e tem passado –, no Brasil, e <strong>da</strong> crítica sobre ainfluência <strong>da</strong> Indústria Cultural na Educação Musical, sua dissimulação e aconversão <strong>da</strong> formação em semiformação, propõe-se um repensar sobre a práxispe<strong>da</strong>gógica do educador musical na educação infantil para a emancipação.
- Page 1 and 2: DAIANE SOLANGE STOEBERL DA CUNHAEDU
- Page 3 and 4: Dedico este trabalho a minha filhaF
- Page 5 and 6: SUMÁRIORESUMO.....................
- Page 7: ABSTRACTThis work has the objective
- Page 11 and 12: 4faz presente na vida escolar do al
- Page 13 and 14: 6necessário questionar qual o pape
- Page 15 and 16: 8historicamente, sendo refletido no
- Page 17 and 18: 10etapas de desenvolvimento cogniti
- Page 19 and 20: 12no canto orfeônico (eufemismos s
- Page 23: 16associado ao governo autoritário
- Page 26 and 27: 19... e suas modificações foram c
- Page 28: 21orientações gerais para o profe
- Page 31 and 32: 24Em todo o Brasil, a triste situa
- Page 33 and 34: 26Não há como ignorar a dissimula
- Page 35 and 36: CAPÍTULO IIA EDUCAÇÃO MUSICAL NA
- Page 37 and 38: 30Pode-se entender essa intensa inq
- Page 39 and 40: 32Esse tempo poderia ser aproveitad
- Page 41 and 42: 34Acontece uma falsa democratizaç
- Page 43 and 44: 36A tecnificação do mundo e a rep
- Page 45 and 46: 38à mera vivência por força da l
- Page 47 and 48: 40e, de forma massiva, tem conquist
- Page 49: 42As dimensões dos prejuízos de h
- Page 53 and 54: 46docente para uma educação music
- Page 55 and 56: 48UFV, Universidade de Campinas - U
- Page 57 and 58: 50da escola, contribuindo, negativa
- Page 59 and 60: 52ouvinte e o leva a ter uma tendê
- Page 61 and 62: 54se tem? A Proposta Pedagógica pr
- Page 63 and 64: 56criticamente a Educação em proc
- Page 65 and 66: 58atividades de estágio curricular
- Page 67 and 68: 60formados criticamente e se tornar
- Page 69 and 70: 623.2 A EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA C
- Page 71 and 72: 64... propensão de uma práxis ped
- Page 73 and 74: 66A dialética adorniana remete o f
- Page 75 and 76: 68privilégio de todos. Essa liberd
- Page 77 and 78: 70A educação crítica, portanto,
- Page 79 and 80: 72ambiente escolar favorável à au
- Page 81 and 82: 74De forma mecânica e estereotipad
- Page 83 and 84: 76músicas que se tornam objeto de
- Page 85 and 86: 78c) Desenvolvimento da consciênci
- Page 87 and 88: 80De acordo com Howard (1984), auto
- Page 89 and 90: 82musical e esclarecimento sobre a
- Page 91 and 92: 84ensino de música em todas as esc
- Page 93 and 94: 86educativa musical que se consider
- Page 95 and 96: 88ou ainda ao ouvir a rádio de suc
- Page 97 and 98: 90suas relações, inclusive em rel
- Page 99 and 100: 92DEL BEM, L; HENTSCHKE, L; MATEIRO
- Page 101 and 102:
94SWANWICK, K. Ensinando Música Mu
- Page 103 and 104:
96Para isso, o Departamento de Peda
- Page 105 and 106:
98conseqüência da primeira) e o s
- Page 107 and 108:
1002) A apropriação (...) de todo
- Page 109 and 110:
as disciplinas de conhecimentos esp
- Page 111 and 112:
104• compromisso com a ética de
- Page 113 and 114:
106Centro de Ciências Humanas, Let
- Page 115 and 116:
METODOLOGIA DO ENSINO DE LÍNGUA PO
- Page 117 and 118:
1100719 DEPED Fundamentos de Superv
- Page 119 and 120:
112educação infantil no Brasil. M