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Daiane Solange Stoeberl da Cunha - Programa de Pós-Graduação ...

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41A dimensão instrumental <strong>da</strong> razão em sua supervalorização gera a negação<strong>de</strong> uma dimensão emancipatória. A arte, assim como a educação, os meios <strong>de</strong>comunicação, passa pelo filtro <strong>da</strong> Indústria Cultural que é uma manifestaçãoexemplar <strong>da</strong> razão instrumental. A arte repetitiva é caracteriza<strong>da</strong> pela dimensão dosempre idêntico e per<strong>de</strong> sua função emancipatória, per<strong>de</strong>ndo também suasignificação para a transformação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. A vi<strong>da</strong> torna-se padroniza<strong>da</strong>, gerao homem unidimensional, to<strong>da</strong>s as coisas parecem ser semelhantes, comoconseqüência o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> crítica e <strong>de</strong> opção se esvai.O que resta é a a<strong>da</strong>ptação aos esquemas <strong>de</strong> dominação progressiva,contribuindo para a reiteração do sistema vigente, no qual <strong>da</strong> relação entre teoria eprática não se faz uma integrali<strong>da</strong><strong>de</strong>. De um lado, a centrali<strong>da</strong><strong>de</strong> na teoria e afrustração <strong>da</strong> prática aliena<strong>da</strong> <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, por outro a prática pela prática semembasamento teórico e então a frustração <strong>da</strong> superficiali<strong>da</strong><strong>de</strong> na falta <strong>de</strong>fun<strong>da</strong>mento.Adorno chama atenção à importância <strong>da</strong> teoria e <strong>da</strong> prática estaremarticula<strong>da</strong>s, no entanto, ressalta que ambas precisam ser autônomas, sem que hajauma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>terminista, para que se concretize uma política emancipatória.Nessa ligação, entre a Teoria Crítica e emancipação, é que se re<strong>de</strong>fine o conceito<strong>de</strong> racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> como um pensar crítico que une a teoria e a ação.Se a prática fosse o critério <strong>da</strong> teoria, se transformaria, por amor ao themaprobandum, no embuste <strong>de</strong>nunciado por Marx e portanto, não po<strong>de</strong>ria alcançar oque preten<strong>de</strong>; se a prática se orientasse simplesmente pelas indicações <strong>da</strong> teoria, seendureceria doutrinariamente e, além disso, falsificaria a teoria (ADORNO,1992, p.89)Não são somente as crianças e os jovens <strong>da</strong>s classes menos favoreci<strong>da</strong>s queenfrentam o fracasso em sua educação musical, pois a Indústria Cultural teminfluenciado a todos, tanto aos mais favorecidos quanto aos menos.Na retrospectiva histórica já realiza<strong>da</strong>, percebe-se a questão <strong>da</strong> elitização doconhecimento musical como uma prática muito antiga e que vem se sustentando atéhoje, paralelamente à elitização <strong>de</strong> qualquer outro conhecimento, surgesimultaneamente com a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> classes.

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