33medíocre, incluindo-se numa homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> massiva. As pessoas <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> <strong>da</strong>rvalor ao diferente, à música <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, à criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e acabam preferindo oproduto musical, típico <strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>, que incita aos discursos sobre o sexo eproduz as condições <strong>de</strong> disciplinarização padroniza<strong>da</strong> dos corpos que se agitam sobos mesmos sons e ritmos. É a industrialização <strong>da</strong> própria arte, a culturaconvertendo-se em semicultura, a formação convertendo-se em semiformação. E,nesse ambiente <strong>de</strong> reprodução, no qual a escola também participa, a educaçãomusical se torna dissimula<strong>da</strong> pela indústria cultural.A teoria crítica <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Frankfurt se tornou muito conheci<strong>da</strong> pela suacrítica à cultura <strong>de</strong> massa. O termo indústria cultural foi originalmente formulado porAdorno e Horkheimer na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30, momento em que ambos estavam muitoimpressionados com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s indústrias fonográfica e do cinema.Esse conceito foi fortemente assimilado por críticos <strong>da</strong>s ciências sociais e <strong>da</strong>comunicação.A industrialização vivencia<strong>da</strong> por Adorno e Horkheimer, introduzia-se tambémnas artes, com a invenção do fonógrafo e do cinematógrafo, “...foi, portanto, autilização <strong>de</strong> meios mecânicos para multiplicar as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> audição <strong>de</strong> umconcerto que lhe sugeriu a utilização do termo ‘indústria cultural’ “. (PUTERMAN,1994, p. 10)Algumas <strong>da</strong>s principais idéias <strong>de</strong>ssa crítica estão liga<strong>da</strong>s à música, elas estãoinseri<strong>da</strong>s numa análise mais ampla <strong>da</strong>s relações <strong>de</strong> produção e reprodução, inerenteàs classes na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s massas que foi, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, objeto do Instituto.Definição, esta, apresenta<strong>da</strong> por Freitag (1990, p. 71)Ao mesmo tempo que a obra <strong>de</strong> arte e a cultura em geral se fechavam ao consumo<strong>da</strong> classe trabalhadora, por serem consi<strong>de</strong>rados bens <strong>de</strong> consumo reservados a umaelite, representavam em sua própria estrutura um protesto contra a injustiça, masesta só po<strong>de</strong>ria ser supera<strong>da</strong> no futuro. (...) Os bens culturais, concretizados emobras literárias, sistemas filosóficos e obras <strong>de</strong> arte são <strong>de</strong>rrubados dos seuspe<strong>de</strong>stais, <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser bens <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> luxo, <strong>de</strong>stinados a uma eliteburguesa, para se converterem em bens <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> massa (...) o que éviabilizado pela revolução tecnológica-industrial, que permitiu promover a reproduçãoem série <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> arte ou <strong>da</strong> sua cópia (...) transforma a cultura <strong>de</strong> elite em cultura<strong>de</strong> massa.
34Acontece uma falsa <strong>de</strong>mocratização, on<strong>de</strong> a obra <strong>de</strong> arte se torna mercadoriado sistema capitalista. Assim, uma falsa reconciliação entre cultura e civilizaçãotransforma o produto cultural, que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser apenas cultura e passa a ter um valor<strong>de</strong> troca, o qual se <strong>de</strong>nomina indústria cultural a falsa reconciliação entre produçãomaterial e i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> bens.Dessa forma a indústria cultural po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como a cultura produzi<strong>da</strong>para o consumo <strong>de</strong> massa, aten<strong>de</strong>ndo às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> troca e <strong>de</strong> valor<strong>de</strong> uso, em que o produto cultural <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter caráter único para ser um bem <strong>de</strong>consumo coletivo, avaliado segundo sua aceitação e lucrativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esse processo éca<strong>da</strong> vez mais aprimorado pelas condições mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> produção, que com oauxílio <strong>da</strong> ciência e <strong>da</strong> técnica, facilitam a reprodução e disseminação dos produtos,consoli<strong>da</strong>ndo e perpetuando a produção capitalista, <strong>de</strong> tal forma que essa passa aser fun<strong>da</strong>mental para a sobrevivência do sistema.Essa nova produção cultural tem função <strong>de</strong> lazer, ocupando o tempo livre dotrabalhador <strong>de</strong> forma que ele não reflita sobre sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, eliminando a dimensãocrítica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na escola, a música – massifica<strong>da</strong> – posiciona-se em lugarprivilegiado, nas festas, comemorações, apresentações, na <strong>da</strong>nça, nos corais, nasban<strong>da</strong>s, nos teatros, criando uma ilusão <strong>de</strong> que a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> é algo presente,incentivando o consumo ca<strong>da</strong> vez mais intenso, o qual traz a falsa sensação <strong>de</strong>realização social.A supervalorização <strong>da</strong> dimensão instrumental <strong>da</strong> razão significa a negação <strong>de</strong>uma dimensão emancipatória que também aparece sob a forma <strong>de</strong> negação <strong>da</strong> arte.A arte significativa para a transformação social e política seria aquela não-repetitiva,caracteriza<strong>da</strong> pela dimensão do novo, que preserva o que lhe é próprio e se afastado controle racional. Contudo a arte, assim como a educação, os meios <strong>de</strong>comunicação, o não trabalho, passa pelo filtro <strong>da</strong> Indústria Cultural que é umamanifestação exemplar <strong>da</strong> Razão Instrumental.... a Indústria Cultural cumpre perfeitamente duas funções particularmente úteis aocapital: reproduz a i<strong>de</strong>ologia dominante ao ocupar continuamente com suaprogramação o espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso e <strong>de</strong> lazer do trabalhador; ven<strong>de</strong>-lhe osprodutos culturais <strong>da</strong> mesma maneira que lhe ven<strong>de</strong> os bens <strong>de</strong> consumo. (PUCCI,1994, p.27)
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