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As Flores do Mal - Charles Baudelaire

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Ele é um satírico, um bufão,Mas a energia com a qualNos pinta as seqüelas <strong>do</strong> <strong>Mal</strong>Prova-lhe o imenso coração.O seu sorriso não revelaDe Melmoth o trajeto abjetoSob a feroz tocha de AlectoQue os queima, mas também nos gela.No riso destes, da alegriaNão há senão um travo amargo;O seu, que se abre franco e largo,De uma alma nobre se irradia.LOLA DE VALÊNCIAEntre as belezas que se vêem em to<strong>do</strong> canto,Compreen<strong>do</strong> bem que hesite em vós a preferência;Mas vê-se fulgurar na Lola de ValênciaDa jóia negra e rósea o inespera<strong>do</strong> encanto.SOBRE O TASSO NA PRISÃO DE ENGÈNE DELACROIXO poeta na masmorra, em desalinho, aflito,Calcan<strong>do</strong> sob o pé convulso um manuscrito,Com olhar de terror mede a extensão da escadaCuja vertigem lhe ator<strong>do</strong>a a alma abismada.Risos frenéticos que ecoam na prisãoAo estranho e ao absur<strong>do</strong> arrastam-lhe a razão;A Dúvida que o cerca e o ridículo Me<strong>do</strong>O envolvem num horren<strong>do</strong> e multiforme enre<strong>do</strong>.Esse gênio encerra<strong>do</strong> em calabouço infame,Os esgares, o ais e os duendes cujo enxameTurbilhona por trás de seu alerta,Esse que <strong>do</strong> êxtase o terror ora desperta,Eis teu emblema, alma de frêmitos obscuros,Que a Realidade abafa entre os quatro muros!Peças Várias

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