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As Flores do Mal - Charles Baudelaire

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Diz: - “Os meus ossos e a minha almaInvocam ardentes a calma;E, de coração tumular,Agora vou <strong>do</strong>rmir de la<strong>do</strong>,Rolar em vosso cortina<strong>do</strong>,Ó trevas de refrigerar!”O SONHO DE UM CURIOSOA F.N.Ah, sabes como eu sei, a <strong>do</strong>r tão saborosa,E que te faz dizer “Oh! O homem singular!”- Ia morrer. Havia em minha alma amorosa,Sonho misto de horror, um mal particular;Angústia e espera viva e jamais sediciosa.Mais a ampulheta eu via fatal se esgotar,Mais sentia a tortura áspera e deliciosa;Fugia o coração ao mun<strong>do</strong> familiar.Eu era como a criança ávida <strong>do</strong> espetáculo.E a ela o pano de boca era um odiento obstáculo...Enfim se revelou a verdade tão fria:Sem surpresa morri, e a aurora negra e infindaEstava em torno. Oh, Deus era só isto o que eu via?Tinha-se ergui<strong>do</strong> o pano e eu esperava ainda.A VIAGEMA Máxime du campIA quanta criança os mapas e as figuras ama,O mun<strong>do</strong> é igual ao seu apetite profun<strong>do</strong>.Deus meu, que é grande o mun<strong>do</strong> à vela em áurea chama!Aos olhos da saudade, ah que é pequeno o mun<strong>do</strong>!Partimos de manhã, fronte que o sonho alaga,Ávi<strong>do</strong> o coração de desejos e mágoas,

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