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As Flores do Mal - Charles Baudelaire

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Volúpia, abre-me a tua teia,Toma o perfil de uma sereiaFeita de carne e de velu<strong>do</strong>,Ou verte enfim teu sono mu<strong>do</strong>No vinho místico e disforme,Volúpia, espectro multiforme!A LUA OFENDIDAÓ Lua que em recato amavam nossos paisNos píncaros <strong>do</strong> azul, onde harém sorridente,Os sóis vão te seguir, com seu cortejo ardente,Querida Cíntia, luz das furnas ancestrais,Não vês, em sua alcova próspera, os casaisA <strong>do</strong>rmir, pon<strong>do</strong> à mostra o esmalte de seu dente?O poeta cuja fronte o poema pensa e sente?Ou sob a relva o amor das víboras fatais/Sob o teu fulvo <strong>do</strong>minó, com pés de lã,Irás, como antes, <strong>do</strong> crepúsculo à manhã,Beijar de Endimião o páli<strong>do</strong> feitiço?- "Vejo-te a mãe, filho de um século em desgaste,Que exibe em seu espelho um rosto já sem viçoE que com arte apruma o seio que sugaste!"A THÉODORE DE BANVILLE1842Empunhaste da Deusa a cabeleira ondeanteCom tamanho vigor que de vós se diria,Ante essa bela indiferença e ar de mestria,Ser um jovem rufião a subjugar a amante.Tenho no olhar o fogo da precocidade,Haveis hastea<strong>do</strong> o vosso orgulho de arquitetoEm construções cujo equilíbrio ousa<strong>do</strong> e inquietoFaz ver como será vossa maturidade.Poeta, este sangue que nos foge eu não restauro;Foi por acaso então que o traje <strong>do</strong> Centauro,Que em córregos de treva as veias transformava,

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