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66 MB - Paulo Egydio

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dos varios grupos etarios. Sua computacao, no entanto,exige o conhecimento da estrutura etaria da populacao,a qual somente e proporcionada pelos Censos, de modoque so e possivel calcular Tabuas de Vida para os anosem que foram feitos Censos ou para um determinado ano,para o qual e possivel extrapolar a estrutura etaria dealgum ano em que houve Censo. Os Coeficientes deMortalidade, por seu lado, podem ser computados anoa ano, permitindo uma analise mais pormenorizadada evolugao da mortalidade.ESPERANQA DE VIDAForam calculadas Tabuas de Vida para 1940, 1950, 1960e 1967 para cada Sub-regiao do Vale. A Tabela 8apresenta a Esperanca de Vida ao nascerreferente aqueles anos.Como se ve, a Esperanga de Vida quase dobrou nasSub-regioes do Vale, entre 1940 e 1967. Ela aumentouparticularmente na 1. a Sub-regiao, que possufa a menorEsperanga de Vida em 1940, alcangando o nfvel das outrasSub-regioes em 1967. E interessante notar que, no iniciodo periodo, e a 4. a Sub-regiao a que apresenta maiorEsperanga de Vida - 45,8 anos - seguida pela 3." com38,4 anos. Ainda em 1967, a 4. a Sub-regiao continua coma maior Esperanga de Vida do Vale: 64,2 anos.Estes resultados sao algo surpreendentes, pois a4. a Sub-regiao e, ao lado da 3. a , a que apresenta osmenores indices de urbanizagao. Seria de se esperarque a Sub-regiao mais urbanizada e de maisdesenvolvimento economico - a 1. a - apresentasse tambemmelhores padroes de saude da populacao e, (veja nota5, adiante), portanto, menor mortalidade (isto e, maiorEsperanga de Vida). O que os dados mostram, contudo,e uma relagao inversa entre nivel de urbanizagao eEsperanga de Vida. Uma possivel explicagao desteparadoxo e que nas Sub-regioes onde ha menordisponibilidade de equipamento de saude, uma certaproporgao de pessoas vai-se tratar fora do Municipio emque residem. Destes, os que vem a falecer acabam tendoseu obito registrado no Municipio onde se deu a mortee nao naquele em que residiam em carater permanente.Esta explicagao se aplicaria principalmente a 4. a Sub-regiao.que esta situada muito perto da Capital e tambem dasprincipals cidades da 1. a Sub-regiao. Pesquisa recenteem Campinas (3) revelou que, do total de obitosregistrados naquele Municipio, a proporgao denao-residentes era a seguinte:19<strong>66</strong> 19701. Total de obitos 2.443 3.2482. De nao-residentes 373 527Percentagem de 2/1 15,3% 16,2%Como se pode verificar, quase um sexto dos obitosregistrados em Campinas sao de nao-residentes, sendoque a proporgao parece tender a aumentar. A mesmapesquisa verificou ainda que a maioria dos nao-residentescujos obitos sao registrados em Campinas provem deMunicipios menores, limitrofes ou proximos aquele.Para melhor se poder avaliar a mortalidade da populagaodo Vale e das suas Sub-regioes, uma pesquisa analoga,tendo por base os atestados de obito da Capital e dasprincipals cidades do Vale, e altamente recomendavel.Apesar da provavel distorgao apresentada pelos dadosquanto ao nivel de mortalidade das Sub-regioes, elesapresentam de modo bastante sugestivo como evoluiuo nivel de mortalidade do Vale nas ultimas 3 decadas.Esta evolugao indica que a populagao do Vale completou,neste periodo, a primeira etapa da transigao demografica,(3) Pesquisa em desenvolvimento no Centro Brasileiro de Analisee Planejamento - CEBRAP e no Centro de Estudos de DinamicaPopulacional - CEDIP da USP.passando de altissima mortalidade, expressa em Esperangade Vida ao nascer de apenas trinta e poucos anos em 1940,a uma mortalidade "moderna", em que a Esperanga deVida e superior a sessenta anos em 1967. A experienciade mortalidade de uma populagao "moderna" resulta dautilizagao extensa do arsenal de medidas preventivase curativas que a quimioterapia e a medicina colocamhoje a disposicao do homem. E interessante verificarque a evolugao da mortalidade da populagao do Vale foiquase identica a de Salvador (Bahia), cuja Esperangade Vida ao nascer passou de 32,5 anos em 1940 para 40,6anos em 1950, para 51,6 anos em 1960 e 55,5 anos em19<strong>66</strong> (4). Comparando-se estes dados com os da Tabela8, particularmente com os da 1. a Sub-regiao, ressaltao seu paralelismo, exceto quanto ao ultimo ano, em queo Vale supera Salvador em longevidade. A transigaodemografica do Vale, quanto a mortalidade, ocorreu comatraso em relagao a da Capital de Sao <strong>Paulo</strong>, cujapopulagao ja apresentava, em 1950, Esperanga de Vida,ao nascer, de 54,3 anos os homens e de 59,4 anos asmulheres. A populagao do Vale so vai atingir estenivel 10 anos depois, em 1960.E possivel que a mortalidade da populagao do Valecontinue baixando, no futuro, porem e improvavel queisso se de no mesmo ritmo das ultimas decadas.Para que a longevidade no Vale atinja os niveis maiselevados, que costumeiramente se acham associadosa altos padroes de vida, como os das populagoesescandinavas ou dos Estados Unidos, cuja Esperanga deVida ao nascer ultrapassa os 70 anos, sera preciso naoso eliminar as "causas mortis" cientificamente evitaveis(doengas infecciosas. principalmente), mas elevarponderavelmente as condigoes de vida da grande maioriada populagao do Vale, de modo que se reduza aindamuito mais a mortalidade infantil. Ora, este processoe necessariamente mais demorado, pois depende dodesenvolvimento economico do Vale e sao os frutosdeste desenvolvimento que podem beneficiar ou naoo conjunto da populagao. A luta contra a mortalidadedevera ainda apresentar ganhos nos proximos anos, masnao tao grandes como os obtidos nos ultimos 30 anos.A Tabela 9 apresenta as diferengas entre as Esperangasde Vida a 1 ano e aos 5 anos em 1940, 1950, 1960 e 1967nas Sub-regioes do Vale. Estas diferengas exprimemo "peso" da mortalidade entre 1 e 5 anos em relagaoa mortalidade nas idades mais elevadas e constituem umindicador das condigoes de vida da populagao. De maneirageral, a mortalidade das criangas de mais de 5 anose dos adultos pode ser reduzida por meio de providenciasde saude estritas (vacinas, antibioticos, eliminagao dostransmissores de molestias infecciosas, etc.), ao passoque os menores de 5 anos, para serem adequadamenteprotegidos, precisam de bons niveis de nutrigaoe higiene que resultam, de modo mais direto, do nivel devida dos habitantes. Numa populagao cuja mortalidadefoi reduzida apenas pela aplicagao de medidas sanitarias,mas que continua muito pobre, a mortalidade das criangasde 1 a 5 anos se mantem elevada e a Esperanga de Vidaa 1 ano e menor que a Esperanga aos 5 anos, ao passoque, quando as condigoes de vida da populagao melhoram,a Esperanga de Vida a 1 ano torna-se maior que aos5 anos, como seria normal, ja que as criangas de 5 anosja viveram 4 anos mais que as de 1 ano.Pelos dados da Tabela 9 se verifica que, ate 1950,a populagao do Vale tinha Esperanga de Vida a 1 anomenor que aos 5 (diferengas negativas), o que indicabaixo padrao de vida. Ja de 1960 em diante as diferengasse tornam positivas, demonstrando melhora das condigoes(4) Jair L. F. Santos e Paul Singer, A Dinamica Populacional deSalvador. CEDIP e CEBRAP, Sao <strong>Paulo</strong>, 1970.de vida da populagao, principalmente as que afetam amortalidade das criangas Os dados de 1967 mostramque o nivel de vida e mais elevado na 1. a e 2. aSub-regiao, como seria de esperar, dado o maiordesenvolvimento destas duas Sub-regioes. A diferengarelativamente reduzida na 4. a Sub-regiao nao correspondepropriamente a uma maior mortalidade de criangas entre1 e 4 anos (a Esperanga de Vida a 1 ano era, em 1967,de 70,2 anos, maior que nas demais Sub-regioes), masa uma provavel maior "evasao" de obitos deadultos do que de criangas.COEFICIENTES DE MORTALIDADE GERALOs Coeficientes de Mortalidade Geral foram calculadospara a populagao do Vale e de cada uma das 4 Sub-regioes,para 1940, 1950, 1960 e para os anos da ultima decada1960/70, sendo cotejados com os do Estado e doMunicipio de Sao <strong>Paulo</strong>. Os dados sao apresentados naTabela 10. Como ja foi visto pela analise da Esperangade Vida, & mortalidade caiu acentuadamente no Vale.Entre 1940 e 1970 ela se reduziu de 63,7%. E importantenotar que no inicio do periodo a mortalidade no Valeera bem maior que na Capital e mesmo no Estadode Sao <strong>Paulo</strong>. Em 1940, o Coeficiente de Mortalidadeno Vale era 48% maior que o do Estado e 101% maiorque o da Capital. Em 1950, a diferenga aumentou emrelagao ao Estado, chegando a 62%, mas decresceu emrelagao a Capital para 91%. Em 1960, a diferenga emrelagao ao Estado voltou a 48%, e em relagao a Capitalela dimimuiu para 62%. Nestes 20 anos a mortalidadetern caido aceleradamente, tanto no Vale como no Estado,como um todo, e na Capital. Esta ultima, no entanto,ja atinge em 1950 um nivel bastante baixo, ao passoque o Estado e principalmente o Vale ainda tern naqueleano muito terreno a ganhar na luta contra a mortalidade.E assim que na 2. a decada (1950/60), diminui a diferengaentre a Capital de um lado e o Estado e o Vale do outro,mas o atraso do Vale em relagao a media do Estado seconserva. E somente na ultima decada (1960/70) queo Vale pnaticamente alcanga o Estado e a Capital,reduzindo-se as diferengas, em 1967, a 19% em relagaoa Capital >e a 26% em relagao ao Estado. Nota-se queo Coeficiente de Mortalidade na Capital nao decrescepraticamente depois de 1960, mas continua diminuindono Vale, de modo que a diferenga entre o Vale e a Capitalcai a 10%( apenas em 1969. Nos ultimos 10 anos, portanto.199

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