conteudo foi muito bem sintetizado em materialdistribuido a imprensa pela Secretaria de Transposesdo Governo do Estado de Sao <strong>Paulo</strong>, publicado emO ESTADO DE SAO PAULO e transcrito parcialmentea seguir."O Porto natural de Sao Sebastiao e um dos maisprofundos do mundo, permitindo a atracagao de navioscom calado de ate 30 metros. Isso possibilitara aoperagao, sem necessidade de dragagem, de graneleirose petroleiros (que ja atracam no terminal da Petrobras)saidos recentemente dos mais modemos estaleiros."Com as atuais instalagoes, o Porto tem-se limitadoa alguns embarques e desembarques, provenientesou destinados ao Vale do Paraiba, e a atracacao denavios de pequena tonelagem, empregados na cabotagem.As baixas tarifas cobradas em Sao Sebastiao ternincentivado, ultimamente, alguns empresa>ios do Valedo Paraiba, que se aproveitam da proximidade geogr£fica,apesar da precariedade do acesso rodoviario Sao Jose"dos Campos-Caraguatatuba-Sao Sebastiao."Apesar de ser considerado um dos 22 portos organizadosdo Pais, o de Sao Sebastiao nao tern qualquer expressaoeconomica ou operacional, nem condicoes que Ihepossibilitem receber e expedir carga solida na mediadas necessidades do Estado e do Centro-Sul do Brasil;essa regiao e servida principalmente por Santos e Riode Janeiro, com pequena participagao de Angra dos Reis.0 quarto seria Sao Sebastiao, que, de todos, e o unicoque nao possui ligagao ferroviaria."A incorporagao do Porto de Sao Sebastiao aos interessesda economia nacional, portanto, so podera efetivar-sequando houver um sistema de transporte ligandoa faixa portuaria a zona economica de sua influencia.Essa e, a rigor, a principal dificuldade encontrada pelogoverno estadual para promover a expansao do Porto.O sistema de comunicacao terrestre resume-se,praticamente, a uma precaria estrada paralela ao oleodutoda Petrobras, que se estende de Sao Sebastiao a ligagaoCaraguatatuba-Sao Jose dos Campos, num totalde 190 quilometros."Uma decisao que cabera ao Governo sera a escolha daalternativa mais indicada - se uma nova ligagaorodoviaria ou se a criagao de um ramal ferroviario - combase no criterio do menor custo deinvestimento possivel."Durante alguns anos, muitos navios transportandopetroleo tinham de atracar em Sao Sebastiao etransportar sua carga para embarcagoes menores quepudessem descarregar em Santos. O volume deprejuizos que esse tipo de operagao causava precipitoua criagao de uma solugao definitiva em SaoSebastiao, com o abandono de Santos para aatracagao dos superpetroleiros."Objetivando reduzir o custo do transporte maritimoe livrar-se das elevadas taxas cobradas no Portode Santos, decidiu a Petrobras construir em SaoSebastitao seu prdprio terminal, de onde sai o oleodutoque abastece as refinarias de Cubatao e Capuava.O Terminal Maritimo Almirante Barroso - Tebar - comegoua ser construfdo ha quatro anos e hoje esta em plenofuncionamento. Constitui-se de um pier de atracagao, umaestagao de armazenamento (com capacidade paramais de 1,5 miihoes de barris), uma estagao debombeamento e o oleoduto."A partir da construgao do Tebar, o Porto de SaoSebastiao, praticamente nulo na movimentagao de cargasolida, passou a ter o mais importante e modernoterminal de granel liquido do Pais".Em resumo, o Porto de Sao Sebastiao e importante comoterminal petrolifero. Como Porto de graneis solidos,dependera da existencia de vias de acesso, cujos234projetos fogem a diretriz do Vale do Paraiba, e trazemvantagens locacionais, ou para a regiao do ABC ou deMogi das Cruzes, ja na area metropolitana de Sao <strong>Paulo</strong>.ENERGIA ELETRICAEm termos de energia eletrica, a Regiao do Vale doParaiba e das regioes do Estado de Sao <strong>Paulo</strong> que hamais tempo contam com uma razoavel disponibilidade,quer por se situar junto a area de produgao do SistemaLight, quer por dispor de uma adequada rede detransmissao de energia eletrica.A mesma circunstancias que propiciava a disponibilidadede energia eletrica, ou seja, a posigao a meio caminhoentre Sao <strong>Paulo</strong> e Rio de Janeiro, fez com que oVale do Paraiba sofresse tambem o efeito da crise deenergia na decada de 50/60. Presentemente, os recursosem energia eletrica sao abundantes e provenientes dosistema de hidroeletricas do Rio Grande, nas divisas deSao <strong>Paulo</strong> e Minas Gerais, e do Rio Parana, nasdivisas de Sao <strong>Paulo</strong> e Mato Grosso.Esta disponibilidade de energia fez com que oGoverno Federal suspendesse recentemente a concessaodada ao Governo do Estado de Sao <strong>Paulo</strong> para construgaoda Usina Hidroeletrica de Caraguatatuba, visando apreservagao do equilibrio ecologico do Interior e,conseqiientemente, evitando o langamento deaguas na vertente maritima.Para esta usina pretendia-se a construgao de duasbarragens no Alto Paraiba, regularizadoras de vazao,preservando as varzeas de enchentes, garantindo umavazao constante na barragem de Barra do Piraf, e aindaa disponibilidade de agua, que langada pela Serra doMar, acionaria geradores em Ubatuba.A suspensao desta concessao coloca em pauta a revisaodos prazos para construgao das barragens do AltoParaiba, na medida em que a motivagao nao e maispredominantemente energetica, mas de preservagaode varzeas contra enchentes.No sentido ainda de controle de enchentes, um con/untode obras complementares a construgao das barragensdo Alto Paraiba, vem sendo executado-retificagao dosmeandros do Rio Paraiba, e construgao de polders nas suasmargens. Ambas tern como objetivo recuperar areas devarzea para agricultura irrigada. Uma, pelo aumento develocidade de escoamento que reduziria o impacto deenchentes. Outra, por impedir o extravasamento deaguas do Rio sobre as varzeas, mas permitindoirrigagao dessas varzeas por gravidade.As obras ja realizadas apresentam resultados dispares.Em uma das a>eas ja fechadas por polders, oreagrupamento da propriedade rural permitiu aimplantagao de agricultura altamente mecanizadae de alto rendimento por area, com aproveitamento daspossibilidades de irrigagao. Em outra area a manutengaoda estrutura fundiaria, de conformagao nem semprecompativel com a rede de canais de irrigagao e drenagem,impediu ate uma adequada operagao desses canais.Para esta a>ea o Servigo do Vale do Paraiba estudaas possibilidades de reloteamento. Trata-se, entretanto,de problema de dificil solugao, e similar aosaproveitamentos de terras ribeirinhas nos agudesdo Nordeste.Em resumo, nao ha problemas quanto a disponibilidadede energia eletrica na Regiao do Vale do Paraiba.£ provavel a revisao dos prazos de execugao dasbarragens do Alto Paraiba, uma vez que a motivagaodeixou de ser predominantemente energetica. Quantoas obras de protegao de varzeas contra enchentes, seusresultados serao predominantemente fungao damodificagao da estrutura fundiaria tlas areas beneficiarias.
RESUMO E CONCLUSOE3INDUSTRIAEntre 1949 e 1967, o pessoal ocupado na industria doVale mais do que dobrou, e o valor da producao industrialaumentou 330%. Subdividindo-se o periodo ernj dois- 1949/59 e 1959/67 • verifica-se que a industrializagaodo Vale foi mais intensa no segundo subperfodjo do queno primeiro. Esta tendencia e a oposta a que severificou no piano nacional, onde o ritmo de 'industrializagao caiu algo nos meados da ultima d6cada(ate 1968), devido as sucessivas recessoes scjfridaspela economia brasileira naqueles anos. O comportamentodivergente da industria no Vale se explica, principalmente,pelo movimento centrifugo da industria da Grande Sao<strong>Paulo</strong>, que comecou a atingir o Vale de modomais intenso nos anos sessenta.E interessante notar que tanto em 1949 como em 1959,a produtividade do trabalho industrial era de cercade 20% menor no Vale do que no Brasil como urn todo,ao passo que em 1967 esta diferenca cai a metade.Como a produtividade do trabalho pode ser encaradacomo urn indice da modernizagao tecnica de uma atividade,e possivel concluir que a industria do Vale erarelativamente atrasada, no piano nacional, reduzindo,no entanto, este desnivel nos ultimos anos.0 aumento da produtividade do trabalho industrial noVale e o resultado de profundas transformagoesda estrutura industrial da regiao. No inlcio doperiodo, predominavam no Vale as industriastradicionais: Texteis e de Produtos Alimentares.Ultimamente, porem, a hegemonia do Vale foi alcangadapelas industrias Metalmecanicas (Mecanica, Materialde Transporte, Material Eletrico e de Comunicagoes);do grupo Quimico (Quimica, Borracha e Plasticos)e diversos (instrumentos cirurgicos, de laboratorio, demedigao, material otico e fotografico, de escritorio, etc.).Estes ramos industrials apresentam elevado niveltecnologico, dando a industria do Vale cunho extremamentemoderno. Na divisao inter-regional de trabalhoindustrial, ocupa o Vale posigao de vanguarda, ao reuniras industrias "de ponta". Com a recuperagao do ritmode industrializagao do Pais, a partir de 1968, as grandesempresas, sediadas no Vale, entraram em rapidaexpansao e outras foram formadas, abrindo perspectivasde industrializagao ainda mais intensa no futureQuanto a distribuigao da industria no Vale, e notoriaa predominancia da 1. a Sub-regiao, que respondia porquase 70% do valor da produgao industrial do Valeem 1967. Tal predomfnio, no entanto, nao e antigo.No inicio do periodo (1949), o valor da produgaoindustrial da 1. a e da 2. a Sub-regiao era quase o mesmo.A 1. a Sub-regiao foi favorecida pela sua maiorproximidade da Grande Sao <strong>Paulo</strong>, cuja ponta de langaindustrial para o leste praticamente saltou deGuarulhos a Sao Jose dos Campos, deixando urn vazioatras de si, que agora esta sendo preenchido. Estemovimento favorece outros Municipios da 1. a Sub-regiao(sobretudo Jacarei) e da 4. a . Esta, portanto, em vias deformagao urn corredor industrial, ao longo da Via Dutra,no qual se concentra a maior parte da industria do Vale.A 2. a Sub-regiao tambem se industrializou neste periodo,mas em escala bem menor que a 1. a . A 3. a Sub-regiaomanteve-se, ate agora, a margem daindustrializagao do Vale.AGRICULTURAApos ter sido uma das principals zonas cafeeiras doEstado, o Vale do Paraiba passou por varios estagiosagricolas nos ultimos 50 anos. Entre 1920 e 1940, o arrozfoi o principal produto da regiao, secundado pelo milho,feijao e pecuaria. Mais recentemente a criagao tornou-sea mais importante atividade agricola do Vale,principalmente a pecuaria leiteira e a avicultura. Em1970, o leite respondeu por 26,6% do valor da produgaoagricola, os ovos por 15,7%, a carne por 14,8% e asaves por 5,5%. Entre os produtos da lavoura, destacam-seapenas o arroz (8,5%), a cana (7%) e a batata (6,4%).A agricultura do Vale parece estar adquirindo cada vezmais caracteristicas de "cinturao verde", tirandopartido de sua proximidade do grande mercadoconstituido pela Capital, para se especializar emprodutos altamente pereciveis, como leite e ovos. Estahipotese e confirmada pelo fato da produgao de ovos eaves provir das suas Sub-regioes mais proximas de Sao<strong>Paulo</strong>: a 1." e a 4. a . A maior parte do arroz e produzidana 2. a Sub-regiao e a maior parte do leite, da carne e dacana (provavelmente forrageira) e produzida na 3. aSub-regiao. E preciso notar, porem, que a 1. a e a2. a Sub-regiao tambem produzem apreciavelquantidade de leite.As vantagens proporcionadas pela situagao geograficado Vale, com facil acesso aos dois maiores centrosmetropolitanos do pais - Sao <strong>Paulo</strong> e Rio - abremperspectivas favoraveis a uma agricultura intensa naregiao. Possivelmente, a construgao e/ou melhoria dasestradas de acesso podera ter um papel importantena realizagao de tais perspectivas.INFRA-ESTRUTURAO Vale do Paraiba e atravessado por dois eixosprincipals e paralelos de transporte: a E.F. Central doBrasil e a Via Dutra. Desde a sua implantagao, a rodoviasuperou a ferrovia como via de transporte e, no trechoentre Sao <strong>Paulo</strong> e Sao Jose dos Campos, seu movimentoe de tal ordem que ja esta atingindo condigoes decongestionamento. Uma serie de vias transversais deacesso completam a rede viaria do Vale, sendo algumasde implantagao recente, como a Jacarei-Campinas, aindaem estagio de acabamento, e as que ligam Campos doJordao a Pindamonhangaba e Taubate a Sao Luis doParaitinga, estas ainda em construgao. Embora taisestradas pouco prometam como vias de passagem parao desenvolvimento urbano do Vale, pois elas tendema carrear apenas o trafego originado em Sao <strong>Paulo</strong> ou noproprio Vale para o litoral ou para as estancias daMantiqueira, seu potencial para expansao da agricultura oude novas areas turfsticas pode ser apreciavel.E preciso mencionar que o possivel desenvolvimento doPorto de Sao Sebastiao nao devera ter grande repercussaono Vale, pois a ligagao com a Grande Sao <strong>Paulo</strong> se faravia Mogi das Cruzes ou pela regiao do ABC.Quanto a energia eletrica, a oferta no Vale e satisfatoria.A construgao de uma serie de barragens no AltoParaiba, programada originalmente com fins energeticos- Usina de Caraguatatuba - devera ter por objetivo apenasevitar enchentes e tornar irrigaveis as varzeasdo rio, o que devera melhorar as condigoes agricolasdas areas beneficiadas.TERCIARIOA disponibilidade de dados permitiu apenas analisarcertos Servigos de Produgao (Comercio e Bancos) ede Consumo Individual (hoteis, bares, barbeiros, etc.).O comercio atacadista no Vale e de pouca significagao,sendo possivelmente concentrado na Capital, que exerceas fungoes de centro atacadista para grande parte doInterior do Estado. O comercio varejista esta emcrescimento, apresentando uma participagao crescentena receita do Interior (4,8% em 1940, 5,3% em 1950e em 1960), e decrescente no Pessoal Ocupado (6,9%em 1940, 6,6% em 1950 e 6,2% em 1960). Isto significaque a produtividade do trabalho no comercio varejista erabem inferior em relagao ao Interior em 1940, mas quea diferenga esta sendo reduzida, com a melhora do nivele da qualidade do comercio varejista no Vale. Verifica-se,por outor lado, um aumento do numero de pessoas queexercem o comercio sem estarem estabelecidas,particularmente na ultima decada - 1950/60. Isto constituium possivel sintoma de desemprego disfargado, o qualdeve ser mais grave nas Sub-regioes maisurbanizadas: na 2." e na 1. a .
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