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Revista Brasileira de Engenharia de Pesca

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Rev. Bras. Enga. <strong>Pesca</strong> 2[1]<br />

Vários são os entraves, porém, para o <strong>de</strong>senvolvimento da pesca oceânica nacional, com <strong>de</strong>staque<br />

para a falta <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra especializada, <strong>de</strong> tecnologia e <strong>de</strong> embarcações a<strong>de</strong>quadas, as quais, <strong>de</strong>vido<br />

ao seu elevado custo, encontram-se comumente muito além da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento das<br />

empresas <strong>de</strong> pesca brasileiras. Para que o País consiga, portanto, ampliar a sua participação na pesca<br />

oceânica, precisará ampliar quotas <strong>de</strong> captura, consolidar uma frota pesqueira oceânica nacional,<br />

formar mão-<strong>de</strong>-obra especializada e gerar conhecimento científico e tecnológico sobre as espécies<br />

explotadas.<br />

Como os estoques pesqueiros oceânicos já estão sendo pescados em níveis próximos do limite<br />

sustentável, a ampliação da produção brasileira <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá diretamente da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

negociação com os países pesqueiros tradicionais, no âmbito da ICCAT- Comissão Internacional para a<br />

Conservação do Atum Atlântico, assim como na FAO, no seu Comitê <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong>, na OMC e na própria<br />

ONU. Ocorre que os atuns e afins são espécies altamente migratórias com suas populações<br />

distribuindo-se por todo o Oceano Atlântico ou hemisfério oceânico. A albacora-bandolim capturada<br />

por barcos nacionais, por exemplo, pertence à mesma população explorada pelos barcos norteamericanos<br />

na costa do Maine, ou pelos barcos espanhóis na Baía <strong>de</strong> Biscay, uma vez que há uma<br />

única população em todo o Atlântico. Já a albacora-branca que o Brasil captura no nor<strong>de</strong>ste brasileiro<br />

faz parte do mesmo estoque explorado pelos sul-africanos, na costa africana. Ou seja, são todos<br />

estoques internacionais, explotados simultaneamente por vários países.<br />

Não existe, assim, atum brasileiro. O atum brasileiro é somente aquele pescado por barcos<br />

nacionais ou estrangeiros arrendados a empresas brasileiras e <strong>de</strong>sembarcado nos portos do País. É<br />

exatamente em função disto, por serem recursos internacionais e altamente migratórios, que o seu<br />

or<strong>de</strong>namento tem que ser realizado por um organismo internacional, no caso a Comissão Internacional<br />

para a Conservação do Atum Atlântico-ICCAT, da qual o país é membro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação, no Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, em 1966.<br />

PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NO ICCAT<br />

A ICCAT possui um corpo científico, <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> Comitê Permanente <strong>de</strong> Pesquisa e<br />

Estatística (SCRS- Standing Committee on Research and Statistics), integrado por pesquisadores dos<br />

vários países membros, e uma Comissão política. De uma maneira simplificada, a ICCAT funciona da<br />

seguinte forma: todos os anos o SCRS se reúne e <strong>de</strong>fine os limites sustentáveis <strong>de</strong> captura das diversas<br />

espécies explotadas. Subseqüentemente, a Comissão <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> como a captura máxima permitida (TAC-<br />

Total Allowable Catch) será repartida entre os vários países membros. Um ponto fundamental, neste<br />

contexto, é que a gran<strong>de</strong> maioria, se não a totalida<strong>de</strong>, das espécies <strong>de</strong> atuns e afins já estão sendo

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