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de deixá-la confortável — rebateu Lua.<br />
— Está tudo bem. <strong>Você</strong>s estão no <strong>com</strong>eço do namoro e querem se conhecer. Eu não faço parte<br />
dessa relação.<br />
— Pelo contrário! — objetou Carter. — Se você é a melhor amiga da minha princesa, eu preciso te<br />
conhecer. Então, vamos conversar. Não quer ser minha amiga também? Juro, eu sou legal.<br />
Eu sabia o quanto ele era legal, bonito, agradável e, principalmente, o quanto ele parecia ser um<br />
bom namorado. Ele era atencioso demais <strong>com</strong> Lua, dizia coisas bonitas e tocava violão para ela. Em<br />
uma semana, Lua me contou as coisas boas que ele fazia para ela e todo o carinho. Inclusive<br />
ressaltava o quanto ele era bom de cama... Como se eu precisasse saber dessa porcaria.<br />
— Posso ser sua amiga — respondi, rendendo-me um pouco, mas <strong>com</strong> as bochechas coradas pelas<br />
coisas que Lua já tinha me contado. Eu bem que pedi para ela não entrar em detalhes, contudo ela era<br />
a garota mais desbocada que eu conhecia. Mas também era a minha melhor amiga. Mulheres<br />
<strong>com</strong>partilham certas informações. — Eu só não quero atrapalhar vocês.<br />
— Vou fazer uma limonada. — Lua levantou do colo dele. — Conversem, por favor. — Ela lançou<br />
um olhar para mim. — É importante.<br />
— Tudo bem — eu disse, cabisbaixa.<br />
Ela não sabia. Carter não sabia. Ninguém sabia. E, às vezes, se torna um fardo muito grande<br />
guardar os sentimentos assim.<br />
Carter bateu no sofá ao seu lado, pedindo que eu me sentasse perto dele. O que não era bom<br />
porque meu coração batia forte só de tê-lo no meu ciclo social, imagina me sentando perto dele?<br />
Seria fatal para a minha sanidade. Seu perfume era inacreditavelmente bom, <strong>com</strong>o tudo nele. Seus<br />
cabelos, seus olhos, seus lábios, a maneira de ele sorrir e falar.<br />
— E, então, linda. Me conte sobre você.<br />
Linda? Tive vontade de rir. Era evidente que ele não me achava linda, mas tudo bem dizer isso.<br />
Nem todas as modelos de passarela tinham um rosto que era pura perfeição. Eu era um pouco<br />
desengonçada e meus lábios não eram muito atraentes. Eu só conseguia desfilar e era isso que<br />
contava muito. Meu rosto era bastante expressivo e os meus olhos se destacavam. No resto, eu era<br />
uma tábua, e muito sem graça.<br />
— Hum, não tenho muito o que contar — murmurei, tirando uma mecha de cabelo dos olhos,<br />
tentando clarear meus pensamentos enquanto tinha os seus olhos cor de esmeralda me encarando. —<br />
Tenho dezessete anos, estudo na mesma escola da Lua, sou modelo e desfilo. A carreira está indo bem,<br />
então, não pretendo fazer faculdade. E você?<br />
— Que legal, você é uma alma livre <strong>com</strong>o eu. — Ele sorriu e umedeceu os lábios. — Sou vocalista<br />
da banda The M’s. Recentemente, fechamos um contrato bom e a música do primeiro CD já está<br />
tocando nas rádios. É muito legal, é uma das mais pedidas. Não pensei que a minha vida fosse guinar<br />
dessa maneira em tão pouco tempo.<br />
— Fico feliz por você — respondi, verdadeiramente, sorrindo um pouco. — A música é realmente<br />
boa.<br />
— Obrigado. — Seus olhos brilharam ao falar da banda. — Qual música você escutou?