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confessei. — Não posso apenas jogar a frase para oficializar. Ela não merece isso. Merece tudo<br />
de mim.<br />
— Sete malditos anos? Caramba, Carter! E o que você vai fazer?<br />
Fechei os olhos e inspirei. Levou apenas um instante para eu ter a ideia, mas eu precisava de<br />
ajuda.<br />
— Como está a sua criatividade?<br />
— Não muito boa, mas vai ter que servir. Do que precisa?<br />
— Me ajuda a criar a melodia? — perguntei.<br />
— Para a música dela? — ele questionou, elevando uma oitava. — <strong>Você</strong> está louco? Em uma hora,<br />
porra?<br />
— Por favor, Zane. É importante.<br />
Ele rolou os olhos, mas sorriu.<br />
— Então, vamos resolver isso <strong>com</strong>o sempre fizemos — murmurou. — Juntos.<br />
o<br />
Erin<br />
Fui em direção ao deque no qual estava hospedada, percebendo que esse era o último dia de<br />
verdade no Heart On Fire. Até o sol se pôr, teríamos um passeio em Freeport, Bahamas, e<br />
embarcaríamos e viajaríamos pela noite, a fim de retornar a Miami ao meio-dia. Meu coração se<br />
transformou em um nó, pensando no quanto esse cruzeiro trouxe coisas boas para mim, o quanto<br />
eu sentiria falta dos momentos vividos aqui. Essas férias de sete dias haviam se transformado em<br />
uma busca pelo futuro e resolução do passado. Eu não poderia estar mais contente.<br />
Vestindo uma camiseta preta do Carter, fiz a caminhada da vergonha até o meu quarto, feliz<br />
por não esbarrar <strong>com</strong> ninguém pelo caminho. Todos os eventos do Heart On Fire eram noturnos. Eu<br />
duvidava que uma alma conseguisse levantar para o café da manhã.<br />
Abri a porta <strong>com</strong> cautela, retirando a roupa dele, inspirando seu perfume. Em uma das malas<br />
desorganizadas que estava na sala, pesquei um vestidinho de verão e fui em direção ao quarto,<br />
preparada para ligar para Lua e ter a conversa definitiva.<br />
Exceto que meus olhos pararam em uma figura no meio da minha cama, sentada sobre ela, <strong>com</strong><br />
as costas curvas. Observei o cenário e vi minhas roupas jogadas para todos os lados, inclusive<br />
meus sapatos. Por eu ter deixado a janela fechada, precisei acender a luz para <strong>com</strong>preender o<br />
que estava acontecendo. Meu coração estava batendo tão forte que não tive coragem de chamar<br />
a segurança e precisava ver o que diabos era aquilo.<br />
Os cabelos loiros de Lua estavam bagunçados. Reconheci que era ela e suspirei em alívio, ainda<br />
que não pudesse <strong>com</strong>preender a razão da bagunça. Aproximei-me devagar, segurando o ar nos<br />
pulmões, e me sentei perto dela, só então vendo que seu rosto estava inchado e lágrimas desciam<br />
copiosamente.<br />
— O que aconteceu? — perguntei suavemente.