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Não quero desperdiçar a chance de ter encontrado você<br />
Hoje o que eu mais quero é fazer você feliz<br />
Vejo as pessoas e sei que juntos nós podemos muito mais<br />
Eu vivo na espera de poder viver a vida <strong>com</strong> você<br />
— Charlie Brown Jr, “Longe De <strong>Você</strong>”.<br />
Sete anos atrás<br />
Erin<br />
Lua me convidou para ir à casa do Carter pela primeira vez. Disse que ele estava nos chamando<br />
para uma noite de filmes e videogame. Lua foi tão persistente que, mesmo inventando mil e uma<br />
desculpas, não consegui escapar. No final, lá estava eu, torcendo meus dedos ansiosos e trêmulos na<br />
frente de um sobrado agradável no bairro vizinho.<br />
A casa dele era diferente do que eu imaginava, coberta por diversas pedras grandes em tons de<br />
areia, deixando-a rude e, ao mesmo tempo, praiana. Existia um caminho de grama baixa e verde, <strong>com</strong><br />
flores vermelhas e lilases, dando a impressão de que alguém de sua família gostava de cuidar <strong>com</strong><br />
atenção do jardim, mesmo no inverno, quando elas não pareciam assim tão bonitas. Eu estava muito<br />
nervosa, tanto que mal reparei quando a porta arredondada cor de mogno foi aberta. Um rosto muito<br />
parecido <strong>com</strong> o de Carter, ainda que cerca de vinte anos mais velho, surgiu sorridente.<br />
— Oi, Lua — disse o homem, conduzindo a minha amiga para dentro. Claro, ele era o pai de<br />
Carter. Ainda que não tivesse os mesmos olhos verdes e o nariz delicado do filho, seus lábios eram os<br />
mesmos. As sobrancelhas médias e o queixo anguloso também denunciavam o parentesco. — E você<br />
deve ser a doce Erin, de quem Carter falou. Nossa, ele não fez jus a sua beleza, garota.<br />
Fiquei envergonhada, imaginando um cenário no qual Carter diria qualquer coisa sobre mim para<br />
seu pai. Senti minhas bochechas aquecerem e, quando ele me deu espaço para entrar, meus joelhos<br />
tremeram.<br />
— Sou Forrest McDevitt. Eu sei, parece que são dois sobrenomes. — Sorriu gentilmente. — <strong>Você</strong><br />
pode subir, se quiser. Yan, Zane, meu filho e Joel estão lá em cima se divertindo. Vou levar lanches e<br />
refrigerantes para vocês em breve. Preciso viajar daqui a trinta minutos, sabe?<br />
— Oh, me desculpe! Eu estou um pouco nervosa — confessei, percebendo que não disse sequer<br />
uma palavra. — O senhor quer ajuda <strong>com</strong> alguma coisa?<br />
— Não precisa se preocupar <strong>com</strong>igo. E, para você, sou Forrest, ok?<br />
— Tudo bem, Forrest.<br />
Gostei dele. O homem tinha uma presença imponente, <strong>com</strong>o Carter. Fiquei um tempo encarando-o<br />
até que ele levou a mão à testa e soltou uma risada.<br />
— Esqueci que você é nova aqui. O quarto do Carter é o segundo à direita. <strong>Você</strong> vai perceber<br />
pelos gritos. Pode subir, divirta-se!