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— Eu posso ir <strong>com</strong> você, se quiser — ofereceu Yan, sorrindo.<br />
Ele era muito bonito. Seus cabelos castanho-escuros arrepiados tinham alguns fios dourados,<br />
<strong>com</strong>o se ele realmente fosse um homem que ficasse ao sol. A pele suavemente bronzeada e os<br />
olhos no exato tom castanho cinzento, <strong>com</strong>o duas piscinas irreais, estavam voltados para a minha<br />
melhor amiga.<br />
Eu sabia que ela estava interessada nele. Então, não foi nenhuma surpresa Lua ir decidida até o<br />
homem, entrelaçar sua mão na dele e o levar o mais perto possível da borda, pronta para sentar<br />
ao seu lado no barco.<br />
Minha cabeça, no entanto, não estava nada decidida <strong>com</strong>o a da minha melhor amiga.<br />
Comecei a pensar sobre a proximidade que um passeio tão romântico <strong>com</strong> golfinhos e arraias<br />
gera. Ir em pares deixava claro que eu me separaria de Lua e ficaria <strong>com</strong> Carter por algumas<br />
horas. Por mais que estivéssemos <strong>com</strong> instrutores e em mar aberto, não tinha certeza se isso poderia<br />
me fazer resistir ao desejo de tê-lo mais uma vez. Vê-lo assim, sem camisa, <strong>com</strong> todas as tatuagens<br />
à mostra, <strong>com</strong> todo o seu lindo corpo em exibição, era um atestado de perdição. Carter era<br />
maravilhoso e, por mais que eu quisesse colocar alguns limites entre nós dois antes de contarmos<br />
para Lua, podia ver em seu sorriso que ele estava contente por termos um tempo para nós dois. Eu<br />
não sabia o que pensar sobre essa reação dele. A minha vontade? Beijá-lo até o ar sair dos meus<br />
pulmões. Mas minha parte racional sabia que precisava agir <strong>com</strong> toda a cautela do mundo.<br />
Carter me deu espaço para sentar ao seu lado no barco. Sua perna ficou encostada na minha e<br />
eu tive que fechar os olhos e tomar fôlego por um segundo antes de partirmos. Era incrível o poder<br />
que ele exercia sobre mim sem sequer saber; toda a adrenalina que causava acelerando meu<br />
coração e a dopamina liberada pelo efeito de euforia. Não precisava me lembrar dos tempos de<br />
escola para saber que a paixão era um coquetel químico dentro dos nossos corpos que ativava<br />
tantos hormônios e sensações impossíveis de conter. Meu estômago quase pulava por causa das<br />
borboletas que saracoteavam dentro dele, e a respiração pesada, mesmo ao ar livre, deixava-me<br />
incapaz de exercer as funções básicas.<br />
O dono do barco girou a chave, fazendo o motor rugir e o barco acelerar. Carter entrelaçou<br />
nossos dedos, assustando-me imediatamente. Abri os olhos e virei para ele, observando seu sorriso<br />
torto.<br />
— <strong>Você</strong> está tremendo. Tá tudo bem? — perguntou, trazendo sua boca para perto do meu<br />
rosto, pois seria impossível conversar em meio ao som ensurdecedor.<br />
— Eu nunca andei de barco — menti, porque não queria que ele soubesse que meu nervosismo<br />
estava associado a ele.<br />
— Fada, você mora em Miami — Carter falou em um tom zombeteiro. — Tem certeza de que<br />
essa reação não é pela nossa proximidade?<br />
— Não faça isso — pedi, olhando Lua pela minha visão periférica. Yan estava bem próximo<br />
dela, <strong>com</strong>o Carter de mim. Minha melhor amiga sequer estava preocupada <strong>com</strong>igo. — Por favor,<br />
eu preciso contar para a Lua primeiro.<br />
— É, eu sei — concordou sem tirar o sorriso do rosto. Carter desceu os olhos para os meus<br />
lábios, meu queixo, pescoço e o decote do biquíni. — Mas isso não me impede de desejá-la.