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Em meio a uma frase tão simples, acabei falando <strong>com</strong> Erin sobre sentimentos, ainda que não<br />
nomeados. Até aquele momento, por mais bagunçada que estivesse a minha cabeça, éramos só<br />
sexo. Uma aventura na praia em um cruzeiro erótico, algo totalmente atípico, mas passageiro.<br />
Em um instante, o que não era nada se tornou tudo.<br />
o<br />
Erin<br />
Quando era adolescente, eu tinha sonhos estranhos a respeito de Carter. Idealizava-o<br />
aparecendo na minha casa, tarde da noite, dizendo embaixo da chuva depois de correr três<br />
quilômetros a pé que <strong>com</strong>eteu um erro ao estar <strong>com</strong> Lua e que me amava. Sonhava <strong>com</strong> a<br />
declaração de amor num parque de diversões e até em Paris. Em uma das noites, Carter me levou<br />
para a Índia e me disse, em cima de um elefante, o quão importante eu era para ele.<br />
Os sonhos me atormentaram por muito tempo, até, talvez, eu aceitar o azar que a vida planejou<br />
para o meu destino. Quando passei a ver Carter <strong>com</strong> outros olhos — ao menos mentindo para mim<br />
mesma a respeito disso, garantindo que não o amava mais —, os sonhos foram cessando, ainda<br />
que o coração permanecesse vazio.<br />
Agora, Carter dizia quase minimamente que havia algo entre nós além do sexo, que seu<br />
coração acelerava <strong>com</strong>igo, e isso era muito mais bonito do que um outdoor <strong>com</strong> o meu nome, que o<br />
grito da frase “eu te amo” sobre um elefante enfeitado ou uma declaração de amor em Paris. Era<br />
mais bonito porque era verdadeiro e porque era para mim. Fora dos sonhos, longe da inverdade,<br />
Carter nutria coisas lindas sobre nós dois, a ponto de seu coração acelerar e ele querer que eu o<br />
sentisse batendo na minha mão. Era incrível e era um momento só nosso.<br />
Não consegui parar de sorrir, mesmo durante todo o processo longo de estacionar as scooters<br />
para ir de balsa da ilha até o parque natural Chankanaab. Eu estava alheia a tudo e a todos. E<br />
me deixei levar pelos toques discretos de Carter. Precisava daquilo. Eu o queria tanto que doía.<br />
— Vou <strong>com</strong>prar os ingressos para o submarino Atlantis — disse Carter. — Erin, vem <strong>com</strong>igo?<br />
Eu estava tão aérea que não tinha a<strong>com</strong>panhado a decisão de Yan de, ao invés de<br />
mergulharmos, irmos pelo tour nas águas através de um submarino. Eu não era claustrofóbica e<br />
amava o mar, então, aquela experiência seria fantástica. Lua só faltava dizer que amava o Yan de<br />
tão empolgada que tinha ficado. Zane, por outro lado, já estava conversando <strong>com</strong> uma turista e<br />
parecia engajado em levá-la para a cama.<br />
Jesus, ele nunca se esforçava demais. Era só olhar para elas e uma explosão acontecia.<br />
— Vamos — respondi a Carter.<br />
O parque era repleto de atividades. Desde nado <strong>com</strong> golfinhos, até mergulho profissional, show<br />
de leões-marinhos, passeio pelo jardim botânico e visita à zona Maya para conhecer a cultura da<br />
ilha. Era uma infinidade de coisas a fazer e nosso grupo optou por mergulhar em um submarino.<br />
Precisava dizer: adorava a maneira <strong>com</strong>o nossos planos sempre eram diferentes de tudo.<br />
Carter me a<strong>com</strong>panhou até o local onde <strong>com</strong>praríamos os ingressos para o Atlantis. Havia uma<br />
enorme placa e diversas fotos gigantes, mostrando a beleza do mar e as vantagens de aproveitar