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sorria para ela.<br />
O local era temático <strong>com</strong>o o primeiro baile de máscaras, porém, diferentemente da outra festa,<br />
essa aqui carregava algo mais rústico, <strong>com</strong> muita madeira, diversos tipos românticos de música e<br />
tequila. Percebi que era uma mistura de saloon <strong>com</strong> um requintado bar e gostei. Havia dardos, e<br />
algumas pessoas estavam <strong>com</strong>petindo e rindo, outras, dançando sensualmente na pista de dança e,<br />
claro, muita gente se beijando. O clima era sexy, não tinha <strong>com</strong>o não absorver o que era<br />
transmitido.<br />
Meus olhos, sem querer, <strong>com</strong>eçaram a percorrer o salão em busca daquele Zorro mascarado.<br />
Não sabia se depois do que houve ele ia querer me ver, afinal, eu dei uma de adolescente ao<br />
fugir assim que senti seus lábios. Tudo bem, vamos <strong>com</strong>binar uma coisa, não foi um beijo nada<br />
normal, foi o beijo, e aquilo me enlouqueceu. Porém, depois de conversar <strong>com</strong> Lua, decidi ignorar<br />
os avisos da razão e dar importância ao que meu coração queria. Talvez eu pudesse reverter tudo<br />
isso, talvez eu pudesse empurrar os alertas para longe e me sentir viva de novo.<br />
Afinal, o toque do Zorro foi <strong>com</strong>o poder respirar pela primeira vez depois de anos embaixo<br />
d’água.<br />
— Posso dançar <strong>com</strong> você, senhorita?<br />
Olhei para trás e a primeira coisa que pensei foi: não é o Zorro. O homem tinha a pele<br />
bronzeada, cabelos escuros bagunçados e a máscara branca, que só cobria metade do rosto,<br />
lembrando-me de O Fantasma da Ópera. Seus olhos eram do negro mais profundo e os lábios finos<br />
e convidativos.<br />
Lua me cutucou <strong>com</strong> o salto.<br />
— Senhorita? — ele tentou novamente.<br />
— Desculpa. Sim, claro. Vamos dançar.<br />
Escutei a risada suave da minha melhor amiga atrás de mim.<br />
— Prometo que sou um bom dançarino — garantiu ele, seus olhos brilhando <strong>com</strong> malícia, e eu<br />
não soube <strong>com</strong>o responder àquilo. — Como posso te chamar?<br />
— Emma — disse o primeiro nome que me veio à cabeça.<br />
— Prince — apresentou-se, dando um leve beijo na minha bochecha. Eu pisquei diversas vezes,<br />
pois não pensei que ele fosse fazer aquilo.<br />
Em seguida, Prince me girou pelo salão.<br />
Ele não só era um exímio dançarino <strong>com</strong>o também um nativo da América do Sul. Nascido na<br />
Argentina, ele acabou falando um pouco em espanhol <strong>com</strong>igo, respeitando o limite que eu tinha de<br />
vocabulário da sua língua natal e muito surpreso por eu saber algo além do “Hola, cómo estás?”.<br />
Também sussurrou coisas doces no meu ouvido e foi muito conquistador. No entanto, apesar do<br />
esforço genuíno, a única coisa que meu coração fazia era sangrar por ainda não ter visto o rapaz<br />
da máscara de Zorro.<br />
Seria difícil nos reconhecermos. Eu estava <strong>com</strong> uma máscara nova e o oposto da cor da lingerie<br />
que usava quando o vi pela primeira vez. Eu me agarrei à esperança de lembrar de alguns traços