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do seu rosto, mas era muito difícil <strong>com</strong> toda aquela cobertura sobre suas bochechas, sobrancelhas,<br />
nariz e olhos. Lembrava-me da cor das íris e dos cabelos, mas aquilo não era o suficiente para<br />
encontrá-lo dentre tantas pessoas.<br />
— <strong>Você</strong> está gostando do cruzeiro? — Prince tirou-me dos meus pensamentos.<br />
— Sim. É a minha primeira vez e estou surpresa.<br />
Ele sorriu e me trouxe para mais perto.<br />
— Tem tido experiências agradáveis?<br />
— Conheci um rapaz ontem e ele me marcou muito.<br />
Prince segurou meu queixo e o ergueu até que eu o encarasse.<br />
— O suficiente para não querer mais ninguém a bordo do navio e da sua cama?<br />
— Oh...<br />
— O suficiente para eu pedir que você dê licença — disse uma voz masculina, interrompendo<br />
totalmente o que eu ia responder.<br />
Minha visão periférica captou o homem que estava ao meu lado. Não precisei me virar para<br />
olhá-lo, pois eu reconheceria seu perfume em qualquer lugar. Uma voz dentro de mim gritou de<br />
felicidade enquanto meus olhos se fecharam para apreciar aquele segundo.<br />
Eu não soube o que fazer, mas meu instinto me pediu para que eu virasse para vê-lo, para ter<br />
certeza de que era real e não uma peça da minha imaginação fértil.<br />
Com a máscara do Zorro ainda adornando seu rosto e o smoking azul em um tecido que<br />
parecia veludo, não precisava de mais nenhuma confirmação para saber que era ele. Meu<br />
coração imediatamente acelerou, deixando as batidas mais rápidas do que a música que tocava e<br />
a minha respiração vergonhosamente ofegante.<br />
Prince soltou a mão do meu corpo e meus joelhos quase cederam pela reação que o Zorro me<br />
causava. O maxilar dele estava tenso e o vi movê-lo para frente e para trás, tamanha sua<br />
frustração. Ah, Jesus! Ele era ciumento e territorial. Tinha percebido isso ontem e agora esse traço<br />
dele era gritante.<br />
Eu quis sorrir, pois, apesar de ser um defeito, achei fofo.<br />
— <strong>Você</strong>s estão juntos? — Prince pareceu ligeiramente confuso.<br />
— Sim. Nós estamos — respondeu Zorro, <strong>com</strong> a voz rouca e grave. — <strong>Você</strong> pode nos dar<br />
licença?<br />
— É isso que você quer? — Prince ergueu as sobrancelhas e segurou meu cotovelo de maneira<br />
delicada. — Ficar <strong>com</strong> esse cara?<br />
— Hum... Eu e... Ele. Nós temos algumas coisas para resolver — gaguejei. — Foi um prazer<br />
dançar <strong>com</strong> você, Prince. Quem sabe outra hora não nos encontramos?<br />
Zorro soltou um suspiro impaciente e não deixou Prince me dizer adeus. Ele segurou a minha<br />
cintura <strong>com</strong> possessividade e me puxou para si, arrastando nós dois pela festa, parando apenas<br />
quando chegamos à outra extremidade. Soltei o ar dos pulmões e ofeguei quando Zorro juntou