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01 Viajando com Rockstar - 7 Dias com Você - Aline Sant'Ana

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You can count on me like one, two, three<br />

I’ll be there<br />

And I know when I need it I can count on you like<br />

Four, three, two<br />

And you’ll be there<br />

Cause that’s what friends are supposed to do<br />

— Bruno Mars, “Count On Me”.<br />

Sete anos atrás<br />

Erin<br />

— O que eu não entendo a respeito da nossa filha é isso, Cloe — disse meu pai, cuspindo as<br />

palavras nervosamente. — Ela quer ganhar a vida desfilando. Ela quer mostrar para todo mundo os<br />

malditos seios em um palco enquanto caminha. Ser modelo, para mim, é sinônimo criativo para<br />

prostituta!<br />

Eu estava chorando tanto que minha garganta estava arranhada e dolorida, nada além do caos<br />

criado pelos gritos silenciosos que soltava no travesseiro.<br />

Naquela tarde, eu recebi a notícia de que poderia tirar umas fotos <strong>com</strong>o teste para a agência nova<br />

de Miami e, apesar de ser o meu sonho, não pensei que fosse ser aceita; fui pessimista e acabei me<br />

surpreendendo positivamente <strong>com</strong> a ligação. Com a felicidade indo até outra galáxia e voltando,<br />

contei para minha mãe que, evidentemente, levou a notícia para o meu pai, que não conseguiu lidar<br />

bem <strong>com</strong> a situação.<br />

Giden Price, o homem da casa, era um empresário de renome. Ele gostava das coisas adquiridas<br />

através de diplomas universitários. Se qualquer pessoa ganhasse dinheiro de outra forma, <strong>com</strong>o, por<br />

exemplo, uma modelo desfilando — o que, santa ignorância, era um trabalho tão sofrido, mas<br />

gratificante <strong>com</strong>o qualquer outro —, já era mal visto aos seus olhos. Meu pai não aceitava o rumo<br />

que eu queria para mim. Minha mãe, sempre muito submissa, não conseguia contrariá-lo.<br />

Então, ali estava eu, gritando de raiva no travesseiro, chorando até meus olhos incharem a ponto<br />

de mal conseguir fechá-los. Lua me telefonou à tarde perguntando <strong>com</strong>o foi a reação dos meus pais.<br />

Como Giden não havia chegado em casa, Lua não estava sabendo o que tinha acontecido. Eu sabia<br />

que ela estava preocupada.<br />

Pouco a pouco, os gritos histéricos e urros do meu pai cessaram. Ouvi seus passos pesados na<br />

escada e me agarrei ainda mais às cobertas e travesseiros, pensando que poderiam me proteger das<br />

palavras duras que ele me diria. Por sorte, Giden não estava <strong>com</strong> humor para criar outra discussão, e<br />

ele passou pela porta do meu quarto sem abri-la.<br />

Suspirei entrecortado, sendo envolvida pelo silêncio, ainda que meu cérebro estivesse agitado<br />

demais para parar de repetir as frases horríveis que saíram dos lábios do meu pai. Tentei não pensar<br />

nisso, contudo era difícil, eu podia ignorar todas as partes negativas, mas aí me recordava que era<br />

menor de idade e não tinha <strong>com</strong>o contrariar a autoridade da minha família.

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