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— Porque eu gosto de ter conversas profundas antes de dormir. Por exemplo, quando eu<br />
confessei para o Yan que beijei a irmã dele, foi em um dos dias em que eu dormi na casa dele.<br />
Erin riu baixinho.<br />
— Sério?<br />
— Sim, é muito melhor conversar sobre o que pensamos quando estamos na cama. Mas, olha, na<br />
situação <strong>com</strong> o Yan, eu não o abraçava dessa maneira...<br />
— Claro. — Ela sorriu contra o meu peito. Eu não vestia camisetas para me deitar, in<strong>com</strong>odavame<br />
demais. — Então, acho que posso <strong>com</strong>eçar, certo?<br />
— Será um prazer — garanti, ansioso.<br />
Ela se aconchegou mais em mim, entrelaçando nossas pernas enquanto me abraçava<br />
cuidadosamente de lado. Eu não podia deixar de pensar que ela cabia direitinho nos meus braços.<br />
Cara, a sensação era boa.<br />
— Então, você se lembra do momento em que eu saí do restaurante ao ar livre? Quando escutei<br />
a música e precisei de um tempo?<br />
Inspirei o ar, sentindo que aquele assunto ia para um cenário que eu não estava gostando. Será<br />
que ela ainda nutria sentimentos pelo cara? Será que ela não estava preparada para entrar num<br />
relacionamento? Mas, caralho, eu não me confundi sobre os seus sentimentos quando eu falei tudo,<br />
encarando seus olhos. Erin tinha interesse em mim, caso contrário, qual o ponto de ela ter<br />
concordado?<br />
— Lembro sim.<br />
— Gostei dele por muito tempo, Carter — esclareceu a Fada, <strong>com</strong>o se o peso dos seus ombros<br />
estivesse cedendo e finalmente indo embora. — Muito tempo mesmo. E eu não sei bem <strong>com</strong>o lhe<br />
contar isso.<br />
Fechei os olhos e engoli em seco. Eu não queria que ela gostasse de outra pessoa e muito menos<br />
que fechasse o seu coração para mim. Eu queria que ela soubesse que nós poderíamos dar certo...<br />
Porra, meu coração estava batendo tão duro no peito que eu tinha certeza de que Erin conseguia<br />
ouvir. Ela estava deitada exatamente no ponto onde ele golpeava em busca de liberdade.<br />
— Acho que você já está contando, Fada — sussurrei.<br />
— É, parece que sim. Eu o vi em um dia quente em Miami, sabe? Da primeira vez, estava um<br />
calor infernal e a única coisa que eu queria era um suco gelado de limão. Mas algo me fez dar a<br />
louca e ir para a rua oposta à que tinha uma lanchonete. Quer dizer, eu podia tomar um<br />
refrigerante gelado, mas, na minha cabeça, aquilo soava bem melhor.<br />
Ri e beijei sua testa, ouvindo sua história e controlando o ciúme. Eu queria socar o cara que se<br />
encontrou <strong>com</strong> ela, queria matá-lo, mas respeitava a sua decisão e, principalmente, os seus<br />
sentimentos.<br />
— Então, eu acabei atravessando uma das ruas e pegando a paralela àquela, em busca de um<br />
mercado decente. Foi aí que eu o vi. Ele usava calça jeans, coturnos pretos e uma regata branca<br />
justa no corpo. Os cabelos bem bagunçados e óculos escuros.