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apaixonado e, de alguma forma, tinha quase certeza de que ela também estava apaixonada por<br />
mim. Por que nós não podíamos viver isso? Por que ela tinha tanto medo do depois?<br />
— <strong>Você</strong> está bem? — sussurrei e ela apertou a minha mão, lançando-me um sorriso curto.<br />
— Estou. — Suspirou. — O que você falou para mim antes foi, provavelmente, a coisa mais<br />
incrível que um cara já me disse. Então, ainda estou processando.<br />
— Nós temos tempo — prometi a ela, bem baixinho. — Fica tranquila.<br />
Embora eu não estivesse de forma alguma tranquilo. Queria que nós tivéssemos uma conversa<br />
definitiva. Queria que Erin se abrisse para mim a ponto de me confiar seus sentimentos. Precisava<br />
dessa segurança dela, pois eu tinha uma insegurança crescente.<br />
Um rapaz subiu ao palco, fazendo um conjunto de luzes iluminar o grande bloco. Ele devia ter<br />
entre vinte e trinta anos, eu não saberia dizer, mas parecia um maldito cara de Hollywood. Seus<br />
olhos se estreitaram quando a luz o atingiu através de um holofote central. Com passos largos,<br />
exalando autoconfiança, ele se aproximou do microfone e, <strong>com</strong> um suspiro, disse:<br />
— <strong>Você</strong>s deveriam estar transando.<br />
As pessoas <strong>com</strong>eçaram a rir.<br />
— É um clube de <strong>com</strong>édia? Tipo stand-up? — Cutuquei Lua, que estava a uma cadeira de<br />
distância. Yan estava entre nós, abraçado à sua parceira. — Não acredito, porra. <strong>Você</strong> sabe que<br />
eu adoro isso!<br />
— Sim, sabia que você ia gostar. — Ela piscou e voltou a atenção para o palco.<br />
Erin riu e seu corpo vibrou junto ao meu. Eu queria abraçá-la, mas não podia. Ela soltou um<br />
suspiro e eu tentei me concentrar na apresentação à minha frente.<br />
— Sério — continuou o homem do palco. — Afinal, caralho, isso é ou não é um cruzeiro erótico?<br />
<strong>Você</strong>s deveriam estar transando até <strong>com</strong> a mulher que vai arrumar o quarto de vocês.<br />
Mais risadas.<br />
— Eu tenho uma boa história para contar sobre isso. — Ele suspirou, pesadamente. — Ser<br />
<strong>com</strong>ediante em um cruzeiro erótico é mais difícil do que parece. Quer dizer, todo mundo pensa que<br />
o cara engraçado vai conseguir transar <strong>com</strong> todo mundo. Mas, olhem para mim, elas não se<br />
importam se eu tenho piadas prontas, eu sou gostoso.<br />
Zane rolou os olhos.<br />
— Eu posso fazer melhor — resmungou ele.<br />
— Cale a boca, Zane — eu disse. — Estou curtindo.<br />
— Então, quando cheguei aqui — falou o <strong>com</strong>ediante —, pensei que seria um estalar de dedos<br />
para conseguir sexo. Porra, muitas mulheres querendo isso, muita gente curiosa sobre <strong>com</strong>o funciona<br />
um cruzeiro erótico. Mas, droga, esqueci-me de ler a cláusula que dizia que o pessoal do navio<br />
não pode transar <strong>com</strong> os hóspedes. Advinha? Não, vocês não precisam adivinhar, eu sou o cara<br />
que trabalha aqui. Sem sexo para o Adrian. Coitado, né?<br />
Algumas meninas soltaram um muxoxo.