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alguém que daria um braço por você é inaceitável. Mas omitir uma situação, por pensar que essa<br />
pessoa agiria da pior forma, quando tudo o que ela fez por você foi te amar, é imperdoável.<br />
— Eu sinto muito, Lua — implorei.<br />
Ela tirou minha mão do seu braço e, apesar de ter doído fisicamente, a dor emocional era muito<br />
pior.<br />
— Adeus, Erin.<br />
Carter<br />
o<br />
A única coisa que eu queria era ter essa música pronta para expressar meus sentimentos, e isso<br />
teria que ser feito agora, ou não haveria <strong>com</strong>o. O momento era agora. Eu precisava dizer a ela o<br />
quanto estava apaixonado.<br />
— Me mostra o que você tem — pediu Zane, puxando uma cadeira ao meu lado.<br />
Coloquei os trechos soltos que eu tinha, e Zane me ajudou a organizar a ordem na minha<br />
cabeça. Ele colocou algumas coisas em primeiro plano e outras em segundo. Quando finalmente<br />
finalizamos isso, Zane assentiu.<br />
— Esse vai ser o <strong>com</strong>eço, certo? — perguntei.<br />
— Sim, o foda é o refrão — respondeu ele. — Vai pensando em algo para <strong>com</strong>pletar o que<br />
falta enquanto eu elaboro a melodia.<br />
Fechei os olhos e me concentrei nos momentos ao lado dela: o primeiro dia em que a vi de<br />
máscaras, a primeira vez em que a vi há sete anos, nosso primeiro beijo, o primeiro toque.<br />
Concentrei-me no som da sua respiração, nas palavras lindas que ela me disse, no movimento dos<br />
nossos corpos.<br />
Como em um filme, nossos melhores momentos tiveram destaque, mas o que in<strong>com</strong>odava a minha<br />
mente era a música que fiz para ela, há anos. Aquele trecho me marcou, eu queria muito continuar<br />
aquela canção e, pensando bem, encaixaria perfeitamente <strong>com</strong> o que eu já tinha criado.<br />
Peguei uma caneta, ouvindo Zane criar uma melodia para o início. Era doce, suave, algo que nós<br />
não estávamos muito acostumados a tocar, mas <strong>com</strong>binava e muito <strong>com</strong> a minha ideia inicial.<br />
Expliquei para ele o ritmo que criei, a música que havia feito naquela época, e foi questão de<br />
minutos até juntarmos tudo. Olhamos o resultado e eu sorri <strong>com</strong> satisfação. Era isso que eu queria<br />
dizer. Amar no sentido de se doar para mim somente do jeito que ela fazia. Somente do jeito que<br />
eu fazia <strong>com</strong> ela. Como nós fazíamos um <strong>com</strong> o outro. Minha mente explodiu <strong>com</strong> a criatividade.<br />
Peguei os trechos soltos e terminei de organizá-los, criando um trecho final de uma das partes<br />
para unir o refrão à estrofe anterior.<br />
— É isso — eu disse. — Vamos concluir a melodia.<br />
— Cara, essa letra é linda! Ela vai pirar.<br />
Eu sorri orgulhoso.<br />
— Sim, porra, cada pedaço dessa música representa nós dois. Ainda mais juntando o passado