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PUBLICACAO_GENERO_FINAL

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“Na escola, quando me chamavam de veado ou<br />

de macho-fêmea, eu chorava, me afastava de<br />

todo mundo, não saía para o recreio. Eu só tenho<br />

a 3ª série completa. Eu parei em 1996... Eu parei<br />

de estudar no meio da 4ª série. Notas boas... Por<br />

causa desse preconceito que eu não aguentava.<br />

Não aguentei o preconceito de me chamarem de<br />

macho-fêmea, de veado, de travesti, dessas coisas<br />

todas.” (Kátia)<br />

A partir da fala de Kátia podemos perceber como age a pedagogia da sexualidade<br />

(Louro, 2009). Através de insultos e humilhações cotidianas perpetradas tanto<br />

pelos/as alunos/as como também pela instituição, que na maioria das vezes se<br />

omite perante esses casos, os/as alunos/as que não se enquadram perfeitamente<br />

nas regras de gênero e sexualidade são expulsos/as do convívio escolar e acabam<br />

por abandonar o ensino formal.<br />

Há uma confusão acerca das esferas nas quais cada fenômeno social<br />

deve ser discutido:<br />

“A migração de fenômenos políticos para o registro<br />

da moral evidencia a fragilidade dos arranjos<br />

democráticos do Estado moderno que, apenas<br />

aparentemente, oferece garantia dos direitos<br />

de liberdade e igualdade postos pela própria<br />

modernidade.” (Prado, et. al. 2009, p. 218)

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