A dança da mente : Pina Bausch e psicanálise - pucrs
A dança da mente : Pina Bausch e psicanálise - pucrs
A dança da mente : Pina Bausch e psicanálise - pucrs
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
14<br />
A <strong><strong>da</strong>nça</strong> <strong>da</strong> <strong>mente</strong> <strong>Pina</strong> <strong>Bausch</strong> e Psicanálise<br />
diversas motivações. Surgiram as <strong><strong>da</strong>nça</strong>s lunares, as <strong><strong>da</strong>nça</strong>s fúnebres, as<br />
<strong><strong>da</strong>nça</strong>s com máscaras, as <strong><strong>da</strong>nça</strong>s religiosas, as <strong><strong>da</strong>nça</strong>s de iniciação, as<br />
<strong><strong>da</strong>nça</strong>s guerreiras, entre outras. To<strong>da</strong>via, independente<strong>mente</strong> do tipo e <strong>da</strong><br />
época, to<strong>da</strong> <strong><strong>da</strong>nça</strong> nasce <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de expressão, de comunicação,<br />
de algo consciente ou inconsciente.<br />
É importante salientar que não é foco desta pesquisa descrever<br />
sobre o trabalho de ca<strong>da</strong> coreógrafo ou teórico envolvido na história <strong>da</strong><br />
<strong><strong>da</strong>nça</strong>. Porém, a seguir, irei mencionar alguns nomes que julgo importantes<br />
para oferecer um panorama, buscando esclarecer e fun<strong>da</strong>mentar este<br />
estudo. Cabe ressaltar ain<strong>da</strong> que o fato de discorrer mais sobre uns do<br />
que sobre outros não tem a intenção de <strong>da</strong>r mais ou menos valor sobre<br />
eles dentro <strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong><strong>da</strong>nça</strong>.<br />
Para Denise Siqueira, a <strong><strong>da</strong>nça</strong> pode ser defini<strong>da</strong> como “um sistema<br />
simbólico composto de gestos e movimentos cultural<strong>mente</strong> construídos<br />
que faz parte <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des desde os tempos arcaicos” (2006, p.<br />
93). Tal sistema tem o objetivo de transmitir mensagens <strong>da</strong>s mais varia<strong>da</strong>s<br />
esferas: artística, estética, religiosa ou militar. Em se tratando <strong>da</strong> <strong><strong>da</strong>nça</strong><br />
como prática social e de diversão, é na Renascença italiana que se pode<br />
traçar o início do Ballet Clássico, quando esse ain<strong>da</strong> era uma <strong><strong>da</strong>nça</strong><br />
realiza<strong>da</strong> nos salões <strong>da</strong> corte, com acompanhamento musical ao vivo e<br />
luxuosos figurinos. Na França de Luis XIV, o Ballet passou dos salões<br />
para o teatro, desenvolvendo vocabulário e treinamento específicos, bem<br />
como coreografias monta<strong>da</strong>s e executa<strong>da</strong>s por bailarinos profissionais. A<br />
partir <strong>da</strong>í, inúmeros artistas, músicos e compositores contribuíram para<br />
o crescimento do Ballet, com a criação de passos, acessórios, figurinos,<br />
nomenclatura, metodologia de ensino e balés de repertório.<br />
No final do século XIX, o Ballet começa a sofrer uma que<strong>da</strong> de sua<br />
populari<strong>da</strong>de. Nos primeiros anos do século XX, surge a Dança Moderna,<br />
tendo em Isadora Duncan, (1877-1927) nos Estados Unidos, e Rudolf<br />
Laban (1879-1958), na Europa, dois de seus principais representantes.<br />
Diante <strong>da</strong> comoção causa<strong>da</strong> pela Primeira Guerra Mundial e pela crise<br />
de 1929 em Nova Iorque, artistas de diferentes áreas buscaram exprimir<br />
em suas obras o sofrimento e o caos, bem como os esforços para superar<br />
to<strong>da</strong>s essas tragédias. Na <strong><strong>da</strong>nça</strong>, essa manifestação deu-se com Duncan,<br />
a Denishawnschool (fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1915 em Los Angeles), Martha Graham<br />
(1894-1991), Doris Humphrey (1895-1958), entre outros coreógrafos que<br />
negaram a <strong><strong>da</strong>nça</strong> clássica, em busca de novas significações e linguagens.