A dança da mente : Pina Bausch e psicanálise - pucrs
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A <strong><strong>da</strong>nça</strong> <strong>da</strong> <strong>mente</strong> <strong>Pina</strong> <strong>Bausch</strong> e Psicanálise<br />
de seu modo de trabalhar gerar algum nível de elaboração de um conflito<br />
emocional de um de seus bailarinos, por todos esses aspectos comuns à<br />
situação terapêutica.<br />
Ilustro esse pensamento com a história, cita<strong>da</strong> por Carlos Vieira<br />
(2009), de Olivier Messien, compositor francês, preso em um campo de<br />
concentração nazista, no verão de 1940. Frente à morte eminente, forma<br />
um quarteto de músicos dentro do campo e compõe uma sinfonia. A<br />
estreia ocorre dentro do próprio campo. A música possui notas repletas<br />
de agonia e dor, e Messien, dessa maneira, sublima, elabora, converte<br />
sua dor em expressão artística, musical. Ele “re-presenta”, torna presente<br />
e ressignificado o trauma. Predominam as pulsões de vi<strong>da</strong>, gerando<br />
criativi<strong>da</strong>de. É nesse espaço que <strong>Pina</strong> cria e <strong><strong>da</strong>nça</strong>.