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A dança da mente : Pina Bausch e psicanálise - pucrs

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A <strong><strong>da</strong>nça</strong> <strong>da</strong> <strong>mente</strong> <strong>Pina</strong> <strong>Bausch</strong> e Psicanálise<br />

afetivos, de modo a efetuar-se a modificação construtiva”. Em síntese, a<br />

elaboração busca “educar” o paciente no sentido de reconhecer onde um<br />

determinado conflito ou uma determina<strong>da</strong> neurose repete-se em diferentes<br />

situações de sua vi<strong>da</strong>. E, a partir disso, tentar agir de outra forma.<br />

2.3 OUTROS CONCEITOS IMPORTANTES<br />

Para falar de Psicanálise, alguns conceitos devem ser esclarecidos<br />

visando melhor compreensão do assunto, bem como para posterior relação<br />

com a obra de <strong>Pina</strong> <strong>Bausch</strong>. Nos itens anteriores deste capítulo, abordei<br />

os conceitos de associação livre, interpretação e elaboração. Somam-se<br />

a esses elementos, outros pilares que constroem a prática psicanalítica.<br />

Inicio trazendo a questão do silêncio na sessão terapêutica. Conforme já<br />

co<strong>mente</strong>i, o terapeuta fica em silêncio para deixar o paciente falar. E quando<br />

o paciente silencia? O que isso pode representar?<br />

Segundo Zimerman, o silêncio por parte do paciente pode demonstrar<br />

uma dificul<strong>da</strong>de de expressar seus sentimentos com palavras. Para o<br />

autor, “ao lado de uma manifestação resistencial, o silêncio também exerce<br />

uma importante função de comunicação não verbal na interação analistaanalisando”<br />

(1999, p. 369). Logo, o paciente silencioso não deve ser<br />

simples<strong>mente</strong> considerado como resistente à análise, apesar de que um<br />

silêncio demasiado extenso pode significar um obstáculo a ser vencido para<br />

o desenvolvimento do tratamento.<br />

Outra possível causa do silêncio do paciente trazi<strong>da</strong> por Zimerman é<br />

a elaboração dos insights. Segundo ele, em alguns casos, em momentos<br />

mais adiantados <strong>da</strong> análise, “ocorriam pausas silenciosas prolonga<strong>da</strong>s<br />

que correspondiam a um movimento interno de elaboração de insights<br />

parciais...” (1999, p. 370). Ou seja, o paciente cala para falar por dentro,<br />

refletir, compreender o que está sendo tratado.<br />

A comunicação não verbal na situação psicanalítica pode ser<br />

considera<strong>da</strong> tão importante quanto o discurso verbal. Existem emoções<br />

que as palavras não expressam. Cabe ao terapeuta saber reconhecer essa<br />

outra forma de linguagem, decodificando as mensagens implícitas no que<br />

está atrás do verbo ou do silêncio. As expressões faciais, o modo de sentar,<br />

os gestos, a roupa; tudo é comunicação. Soma-se a isso a forma de falar,<br />

levando em conta alternâncias na intensi<strong>da</strong>de e timbre de voz.<br />

Outro conceito que julgo importante trazer é o de transferência.<br />

A relação paciente e analista apresenta uma série de características

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