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A dança da mente : Pina Bausch e psicanálise - pucrs

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A <strong><strong>da</strong>nça</strong> <strong>da</strong> <strong>mente</strong> <strong>Pina</strong> <strong>Bausch</strong> e Psicanálise<br />

A interpretação de uma ideia reprimi<strong>da</strong> proposta pelo analista poderá<br />

ser registra<strong>da</strong> no pré-consciente do paciente, não desencadeando reação<br />

emocional alguma. Provavel<strong>mente</strong>, não remova a repressão existente.<br />

Só ocorrerá, segundo Freud, alguma modificação, se houver uma ligação<br />

entre os aspectos inconscientes dessa ideia com os pré-conscientes.<br />

Continuando a análise <strong>da</strong>s características do inconsciente, Freud o<br />

descreve como o local de impulsos em busca de libertação, que, mesmo<br />

contraditórios, não influenciam um ao outro. Acredita não existirem<br />

negação, dúvi<strong>da</strong> ou graus de incerteza no inconsciente. A atemporali<strong>da</strong>de<br />

é outra característica do inconsciente que se desloca entre passado,<br />

presente e futuro.<br />

Segundo Greenson (1981, p. 9), “não há uma <strong>da</strong>ta exata para<br />

a descoberta <strong>da</strong> associação livre”. Para esse autor, o método foi se<br />

desenvolvendo aos poucos entre os anos de 1892 e 1896, quando,<br />

gradual<strong>mente</strong>, a hipnose foi sendo abandona<strong>da</strong>. A associação livre passou<br />

a ser um importante meio de permitir que os pensamentos involuntários do<br />

paciente entrassem na situação terapêutica.<br />

Freud descreve a aplicação <strong>da</strong> associação livre <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

Sem exercer qualquer outro tipo de influência, ele convi<strong>da</strong><br />

os pacientes a se deitarem confortavel<strong>mente</strong> num divã<br />

enquanto ele próprio se senta numa cadeira que fica por trás<br />

do paciente, fora do seu campo de visão. Ele nem mesmo<br />

lhes pede que fechem os olhos e evita tocá-los de qualquer<br />

forma evitando também qualquer outro procedimento que<br />

pudesse lembrar a hipnose. A sessão então se desenrola<br />

como uma conversa entre duas pessoas igual<strong>mente</strong><br />

acor<strong>da</strong><strong>da</strong>s, mas uma delas é poupa<strong>da</strong> de qualquer esforço<br />

muscular e de qualquer impressão sensorial, dispersiva<br />

que poderia desviar sua atenção de sua própria ativi<strong>da</strong>de<br />

mental. A fim de assegurar estas ideias e associações,<br />

ele pede ao paciente que “se deixe levar” naquilo que<br />

está dizendo, “como você faria numa conversa em que<br />

estivesse falando casual<strong>mente</strong>, muito desligado e sem<br />

pensar” (FREUD apud GREENSON, 1981, p. 10).<br />

O método de livre associação criado por Freud, e até hoje empregado<br />

na terapia psicanalítica, tem a intenção de estimular o paciente a dizer o<br />

que lhe vem à <strong>mente</strong>, escapando <strong>da</strong> censura - repressão, negação ou<br />

projeção, etc. - aciona<strong>da</strong> pelo ego inconsciente, com vistas a impedir

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