mercado Jornais americanos se unem para negociar com Google e Facebook News Media Alliance, que representa os veículos, vai ao Congresso pedir para entrar em acordo sobre conteúdo diretamente com gigantes digitais Claudia Penteado NMA (News Media Alliance) que representa dois mil A jornais americanos – entre eles New York Times, Wall Street Journal, News Corp, Cox Media e Gannett – <strong>de</strong>cidiram apelar ao Congresso americano para autorizar o setor a negociar coletivamente com os dois gigantes digitais, Facebook e Google, que hoje dominam a distribuição <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> notícias online com enormes vantagens comerciais. Segundo a NMA, a intenção é buscar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> longo prazo que favoreça o jornalismo local e produzido pelas redações dos veículos americanos. Cerca <strong>de</strong> 60% dos integrantes da entida<strong>de</strong> são jornais com circulação <strong>de</strong> 25 mil exemplares ou menos. O confronto com os gigantes do mundo digital vem da constatação, segundo David Chavern, presi<strong>de</strong>nte e CEO da NMA, <strong>de</strong> que o domínio do tráfego <strong>de</strong> notícias online e a consequente receita que advém da distribuição <strong>de</strong>sse conteúdo geram um duopólio que obriga os produtores <strong>de</strong> conteúdo a se submeterem a suas regras e contribuem para a comoditização da notícia, abrindo espaço para as notícias falsas, muitas vezes difíceis <strong>de</strong> diferenciar do resto. “Uma legislação que permita negociar coletivamente vai resolver problemas que hoje reduzem a saú<strong>de</strong> e a qualida<strong>de</strong> da indústria <strong>de</strong> mídia”, diz Chavern. O pedido foi feito no último dia 10 e quer a isenção temporária das normas antitruste para po<strong>de</strong>r enfrentar o duopólio que hoje controla mais <strong>de</strong> 70% dos US$ 72 bilhões em gastos em publicida<strong>de</strong> por ano nos Estados Unidos. Segundo reportagem publicada no jornal Folha <strong>de</strong> S.Paulo semana passada, o Facebook teria apresentado uma proposta para incluir na ferramenta Instant Articles os veículos que cobram assinatura digital, mas Erik Khalitov/iStock NMA, que representa jornais americanos, como New York Times, foi ao Congresso pedir autorização para negociar com os gigantes permitem algum tipo <strong>de</strong> acesso gratuito. Em parceria com os veículos <strong>de</strong> mídia, o Facebook estaria negociando implementar dois formatos já presentes na indústria <strong>de</strong> jornais: o paywall poroso, que libera <strong>de</strong>z ou mais textos; e freemium, grupos <strong>de</strong> conteúdo aberto e fechado. Os veículos controlariam o conteúdo e conseguiriam acessar todos os dados dos assinantes. O Google, por sua vez, divulgou o financiamento <strong>de</strong> 107 projetos <strong>de</strong> jornalismo em 27 países europeus, <strong>de</strong> jornais como “Publico”, da Espanha, e “Deutsche Welle”, da Alemanha. Em nota, o Google afirmou querer ajudar os veículos jornalísticos a terem sucesso na transição para o digital. Em 27 <strong>de</strong> junho, a União Europeia multou o Google em 2,42 bilhões <strong>de</strong> euros por favorecer o próprio servidor <strong>de</strong> comparador <strong>de</strong> preços. O Parlamento alemão também aprovou uma lei que estabelece multas <strong>de</strong> até 50 milhões <strong>de</strong> euros para as re<strong>de</strong>s sociais que não apagarem conteúdo falso, calunioso ou <strong>de</strong> ódio “Uma legislação qUe permita negociar coletivamente vai resolver problemas qUe hoje redUzem a saú<strong>de</strong> e a qUalida<strong>de</strong> da indústria <strong>de</strong> mídia” em menos <strong>de</strong> 24 horas. Nos últimos <strong>de</strong>z anos, tanto Google quanto Facebook adquiriram inúmeras empresas <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> dados. No caso do Google, algumas são Red Hot Labs, Adometry, Spi<strong>de</strong>r.io, Admeid e Invite Media. No caso do Facebook, a empresa comprou Atlas Solutions, LiveRail, CrowdTangle, Rel8tion, entre outras. Paul Doyle, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> políticas públicas da NMA, afirma que o problema é global, uma vez que Google e Facebook se tornaram intermediários entre publishers, anunciantes e consumidores. “A eles foi permitido, sem qualquer interferência das leis anti-trust, adquirir empresas para coletar dados em <strong>de</strong>vices, produtos e serviços e entregar publicida<strong>de</strong> segmentada para os consumidores. Como eles têm acesso a bilhões <strong>de</strong> consumidores, e ainda oferecendo ferramentas tão sofisticadas, acabam levando 71% do investimento em digital nos EUA”, comenta Boyle. 8 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>17</strong> - jornal propmark
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