editorial Armando Ferrentini aferrentini@editorareferencia.com.br Meu Brasil brasileiro Quando Tom Jobim, com o seu indiscutível talento, afirmou que o mais necessitados, sem perceberem – do que duvidamos – que estão Brasil não era para principiantes, muita gente não enten<strong>de</strong>u, perguntando aos seus botões como isso po<strong>de</strong>ria ser verda<strong>de</strong> em um país <strong>de</strong> forma irreversível. colaborando para tornar a Justiça ainda mais lenta, prejudicando o país na época composto por gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong> crianças e jovens, portanto principiantes. Em tempo: a Venezuela é logo ali. O tempo, senhor da razão como Collor gostava <strong>de</strong> afirmar após tornadas públicas suas estripulias arquitetadas a partir da Casa da Dinda, encarregou-se <strong>de</strong> dar razão ao autor (junto com Vinicius) <strong>de</strong> uma das mais belas páginas do cancioneiro popular brasileiro. Enten<strong>de</strong>r o Brasil (leia-se os brasileiros) não é mesmo fácil. Quando as coisas mais <strong>de</strong>veriam se ajeitar com a aproximação das eleições, que po<strong>de</strong>rão significar, conforme seus resultados, o início <strong>de</strong> uma nova era benéfica para o país, a impressão que temos é a <strong>de</strong> que, a cada dia que passa, mais riscos corremos. A tentativa <strong>de</strong> candidatura <strong>de</strong> Lula da Silva, por exemplo, torna-se uma ameaça para o país, a partir da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o seu nome ser liberado para concorrer, passando-se por cima da lei que o próprio promulgou, lembrando o monsieur Guilhotin. Sendo a tendência mais forte neste momento a <strong>de</strong> não ser liberado, como ficam as pesquisas que resolveram incluir seu nome nos questionários? E as <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pesquisas não autorizadas, que estão sendo realizadas e divulgadas por todo o país, causando confusão principalmente junto ao eleitorado menos esclarecido da população brasileira? Com tamanha confusão às vésperas do pleito, como estão nos vendo os países mais adiantados, que um dia queremos ser como eles? Até Trump, o trapalhão, <strong>de</strong>ve morrer <strong>de</strong> rir das nossas autorida<strong>de</strong>s, sentindo paralelamente uma bruta inveja <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r provocar essa confusão no seu país. O que menos dá para enten<strong>de</strong>r nessa história toda é por que a Justiça Eleitoral precisa <strong>de</strong> um longo prazo para analisar se uma candidatura ao pleito <strong>de</strong> outubro tem ou não condições <strong>de</strong> competir. Se a Lei da Ficha Limpa impe<strong>de</strong> os con<strong>de</strong>nados por crime em segunda instância concorrer, o que se aprecia nesse longo prazo? A revisão do processo penal? Claro que não. Temos para nós que seria o bastante a certidão negativa do TRF-4, que confirmou por unanimida<strong>de</strong> a con<strong>de</strong>nação em primeira instância do apenado. O não registro <strong>de</strong> Lula da Silva <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>clarado no guichê <strong>de</strong> entrada do pedido <strong>de</strong> registro feito pelo seu partido. Ao contrário, instaura- -se um novo processo, <strong>de</strong>sta feita eleitoral, para <strong>de</strong>cidir se o interessado po<strong>de</strong> ou não ser candidato. O óbvio é jogado fora, correndo-se o risco <strong>de</strong> a Justiça Eleitoral <strong>de</strong>cidir contra a lei e ignorar a con<strong>de</strong>nação do apenado em segunda instância, como dispõe a Lei da Ficha Limpa. Se isto ocorrer, teremos o absurdo da Justiça Eleitoral praticamente tornar sem efeito para os fins da Lei da Ficha Limpa o indiscutível julgamento dos três <strong>de</strong>sembargadores do TRF-4, que confirmaram por unanimida<strong>de</strong> a <strong>de</strong>cisão da primeira instância. O pior <strong>de</strong>ssa história grotesca é o dano que causa à economia do país, que já vem há tempo capengando e agora se <strong>de</strong>fronta com mais essa “jabuticaba”, inventada por pessoas <strong>de</strong> posses que dizem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os *** Após longo e consistente conteúdo sobre o setor <strong>de</strong> mídia nas agências, o jornalista Felipe Turlão aborda nesta edição a área <strong>de</strong> criação, com <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> Luiz Sanches, Sergio Gordilho e Erh Ray, <strong>de</strong>ntre outros. Uma boa pauta do PROPMARK, objetivando mostrar as mudanças provocadas na elaboração do produto final publicitário, pelos novos tempos que não incluem apenas a instrumentação digital, mas uma nova forma <strong>de</strong> pensar e viver do consumidor, influenciando com isso não apenas os formatos da propaganda, como também e principalmente a própria linguagem. Leitura obrigatória para todo o setor. *** Começou como uma espécie <strong>de</strong> coincidência e até um achado, mas vem se expandindo velozmente a utilização da locução feminina em campanhas publicitárias. A matéria <strong>de</strong>sta edição que aponta o fato mostra com clareza como se agrega valor à publicida<strong>de</strong> quando ela procura se reinventar, o que é uma necessida<strong>de</strong> “apressada” nestes tempos <strong>de</strong> rápidas mudanças. *** O <strong>de</strong>signer joalheiro Marcelo Lopes anuncia a criação da Crown Collection, em homenagem à cantora Elza Soares, além da Naja Collection, inspirada na serpente sagrada e simbologia das formas geométricas. O artista oferecerá uma recepção a convidados especiais na próxima quinta-feira (30), na Tapetah, em São Paulo. *** Em setembro, a Editora Referência lançará mais uma versão do tradicional Marketing Best, que premia os melhores cases do ano, através <strong>de</strong> um júri formado por membros da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing, presidida por Madia <strong>de</strong> Souza. A entrega dos troféus às empresas vencedoras e à mulher a ser escolhida como Marketing Citizen ocorrerá em maio <strong>de</strong> 2019, no Tom Brasil, tradicional reduto da premiação. *** Este Editorial é em homenagem ao jornalista Otavio Frias Filho, diretor <strong>de</strong> redação da Folha <strong>de</strong> S.Paulo e diretor editorial do Grupo Folha, recentemente falecido e a quem a agência Africa <strong>de</strong>dicou uma página, na edição <strong>de</strong> 22/8 da Folha, reproduzindo uma das frases preferidas do falecido: “É preciso não se acomodar”. No copy do anúncio-homenagem, o texto <strong>de</strong> Nizan Guanaes: “Foi pensando assim que Otavio Frias Filho conseguiu construir um jornalismo plural, apartidário e crítico, que tantos serviços prestou ao Brasil. E este foi seu maior legado. Só temos a agra<strong>de</strong>cer”. jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3