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Revista dos Pneus 52

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Rui Chorado, Dispnal<br />

“Fomos ‘apanha<strong>dos</strong>’, em<br />

fevereiro, por uma regra<br />

nova, que foi implantada<br />

sem praticamente ninguém<br />

se aperceber, porque o<br />

correto era que, a partir<br />

de uma certa data, os<br />

operadores fossem avisa<strong>dos</strong><br />

da entrada em vigor do<br />

regulamento anti-dumping”<br />

vai parar, vai sendo cada vez mais e mais. E,<br />

no fim, as empresas que estão há mais anos<br />

no mercado e que, efetivamente, têm uma<br />

política séria, vão distinguir-se das outras”,<br />

assegurou.<br />

“Um ato de coragem”. Para Luís Aniceto, da<br />

S. José <strong>Pneus</strong>, ser distribuidor de pneus em<br />

Portugal, hoje, é isso mesmo. E explicou.<br />

“Atualmente, os distribuidores encaram uma<br />

situação que é tudo menos confortável. Não<br />

fabricamos e, por isso, estamos sujeitos às<br />

políticas e às alterações feitas pelas marcas,<br />

até porque são elas que têm poder para fazer<br />

mudanças no mercado. Nós temos uma<br />

política interna que é não vender só por<br />

vender”, disse. “O nosso principal objetivo<br />

não diz respeito ao volume de vendas. De<br />

tal forma, que relegamos isso para segundo<br />

plano. Para nos mantermos competitivos, o<br />

que fazemos é manter grandes stocks, principalmente<br />

porque as marcas nos mandam<br />

para uma franja de mercado que nos obriga<br />

a ter em stock aquilo que a marca poderá<br />

não conseguir oferecer”, sublinhou. u<br />

DESAFIOS DA TELEMÁTICA NO SETOR DOS PESADOS<br />

A questão da telemática não podia ficar de<br />

fora do debate. Luís Aniceto, da S. José <strong>Pneus</strong>,<br />

acredita que esta “poderá ou não alterar o<br />

fator mais importante da vida de um pneu: a<br />

sua utilização na pressão adequada”. Ou seja,<br />

“a telemática permite fazer o controlo efetivo<br />

e permanente dessa pressão, num pneu que<br />

passará a ser utilizado em condições de pressão<br />

otimizadas e com reflexos as to<strong>dos</strong> os níveis,<br />

quer na quilometragem quer na utilização<br />

da sua carcaça, acabando por afetar to<strong>dos</strong> os<br />

parâmetros da utilização de um pneu. Sendo<br />

assim, é fundamental, porque, como sabem,<br />

na área da recauchutagem, um <strong>dos</strong> grandes<br />

problemas e a maior causa de deterioração<br />

<strong>dos</strong> pneus é a utilização com baixa pressão, o<br />

que acaba por criar reflexos futuros que diminuem<br />

o seu potencial de recauchutabilidade”,<br />

disse.<br />

Paulo Santos, da Tirso <strong>Pneus</strong>, considera a telemática<br />

“extremamente importante”, na medida<br />

em que permite um “controlo em tempo real<br />

da frota”, disse. “A nossa empresa está perfeitamente<br />

desenvolvida. Ao nível <strong>dos</strong> fabricantes<br />

ou até melhor. Principalmente para a Hankook,<br />

que é a marca que mais vendemos. Hoje, temos<br />

a possibilidade de oferecer isso aos nossos<br />

clientes diretos, o que lhes dá a oportunidade<br />

de fazer um acompanhamento em tempo<br />

real da sua frota. Em termos de temperatura e<br />

rotações, basicamente são fatores que fazem<br />

aumentar a durabilidade do produto, porque se<br />

tivermos a possibilidade de oferecer ao cliente<br />

uma plataforma que pode ser controlada em<br />

qualquer altura, estamos a oferecer uma mais-<br />

-valia”, contou.<br />

Carlos Marques, da Recauchutagem 31, foi ainda<br />

mais longe. “Se todas as frotas andassem<br />

devidamente controladas, quase não tínhamos<br />

reclamações. Há 30 anos, ia ao Brasil com as<br />

marcas e a maioria <strong>dos</strong> camiões já tinha sistemas<br />

de controlo de pressão <strong>dos</strong> pneus. Na Europa,<br />

hoje, já há até sistemas mais evoluí<strong>dos</strong>,<br />

mas, na altura, não existiam. É necessário que<br />

as frotas façam esse controlo e que os sistemas<br />

continuem a evoluir rapidamente para que<br />

possam reduzir custos”, exemplificou o orador.<br />

Rui Chorado, da Dispnal, crê que, “daqui para<br />

frente, a telemática continue a evoluir, até para<br />

ajudar no controlo de custos, porque uma pessoa<br />

que compra um pneu quer que ele dure o<br />

máximo de tempo possível”.<br />

Também Paulo Santos e Filipe Bandeira, ambos<br />

da AB Tyres, mencionaram o potencial de evolução<br />

da telemática. “Julgo que ainda estamos<br />

no início desta inovação tecnológica, mas é algo<br />

que, comparativamente com outros produtos do<br />

mercado, gera expectativa de evolução e nunca<br />

de retrocesso. Tornando-se cada mais otimizado<br />

e melhorado”, afirmou o primeiro. O segundo<br />

afinou pelo mesmo diapasão: “Com a constante<br />

evolução <strong>dos</strong> camiões, <strong>dos</strong> pneus e da própria<br />

telemática, que ajuda a controlar todas estas<br />

condições, a tendência é para que estes erros<br />

tendam a minimizar. Nós nunca vamos conseguir<br />

garantir que aquele pneu vai fazer aquele<br />

número de quilómetros. O que queremos é que<br />

aquele seja o pneu adequado para aquele tipo<br />

de serviço, E que tenha uma boa manutenção”.<br />

www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 15

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