Revista dos Pneus 52

Serviço
As quatro vidas do pneu de camião
Otimizar
o investimento
O pneu de camião competitivo tem, neste momento, quatro fases na sua existência,
ou quatro vidas (novo; reesculturado; recauchutado; reesculturado),
que conseguem aumentar 150% a sua duração total, a custos controlados
A
primeira vida será o uso do pneu
até ao limite legal de profundidade
da banda de rolamento, cerca de
2 mm. Em seguida, a banda de rolamento
do pneu pode ser aprofundada novamente,
porque os pneus já são fabricados
de origem com uma espessura de borracha
que permite essa operação (até 6 a 8mm de
profundidade), que proporciona a segunda
vida do pneu.
Chegados novamente ao limite de desgaste
autorizado, o pneu pode ser recauchutado,
partindo da hipótese de que a carcaça ainda
está em bom estado, iniciando-se a terceira
vida do pneu. Finalmente, chegados, outra
vez, ao limite de desgaste da banda de rolamento,
esta pode ser novamente aprofundada,
entrando-se na quarta vida do pneu.
Teoricamente, este ciclo poderia ser prolongado
indefinidamente, até a carcaça deixar
de ser recauchutável, como acontece com
os pneus de aeronaves, que chegam a ser
recauchutados 12 vezes. Para isso, no entanto,
os pesados teriam de ter uma utilização muito
cuidada, incluindo uma condução defensiva
e prudente, para além de circularem, prioritariamente,
em vias bem pavimentadas e pouco
abrasivas. Como estas condições raramente
estão reunidas, também um pneu de camião
será raramente recauchutado mais do que
uma vez ou duas, no máximo.
De qualquer modo, as três vidas suplementares
prolongam, de forma muito conveniente,
a vida do pneu (+100% para a recauchutagem
e +25% para cada uma das operações de
aprofundamento da banda de rolamento, o
que permite reduzir os custos operacionais
de forma significativa).
QUANTO SE PODE GANHAR?
Os dígitos dependem apenas da dimensão da
frota, mas é possível ganhar muito dinheiro
com a gestão adequada dos pneus. Em primeiro
lugar, ganha-se mais 25% de quilometragem
em cada operação de recortar
e aprofundar a banda de rolamento. Mas o
lucro não fica por aqui. Como o pneu recupera
aderência e tração, mas não aumenta
o diâmetro, o seu formato mais compacto
reduz as deformações em andamento e, consequentemente,
a resistência ao rolamento,
50 | Revista dos Pneus | Outubro 2018